quarta-feira, 29 de maio de 2019

Zumbido no ouvido: especialista comenta que muitas causas podem ser tratadas - em Colunas

Médico relata quais são as possíveis causas e tratamentos do zumbido no ouvido. Confira!
Zumbido no ouvido: especialista comenta que muitas causas podem ser tratadas - em Colunas publicado primeiro em https://vivasaude.digisa.com.br/

Enxerto de gordura: a mais importante técnica da cirurgia plástica contemporânea

Tem sido um prazer acompanhar o progresso de uma técnica que vi nascer e crescer e que hoje se tornou tão importante.

Artigo da responsabilidade do Dr. Luiz Toledo, Especialista em Cirurgia Plástica e Professor de Cirurgia Plástica Estética; Membro da Sociedade Portuguesa de Cirurgia Plástica Estética e Reconstrutiva

 

A cirurgia plástica teve um grande desenvolvimento no Brasil principalmente devido ao Professor Ivo Pitanguy, falecido aos 93 anos, em 2016. Pitanguy, como era conhecido em todo o mundo, elevou a especialidade a um nível de qualidade e seriedade que a fez ser aceite por especialistas de todas as áreas médicas, os quais antes a olhavam apenas como “perfumaria”, algo para agradar às vaidades das mulheres.

CIÊNCIA E BENEMERÊNCIA

O Professor trouxe ciência e benemerência, a começar pelo tratamento dos mais de 250 queimados no incêndio do Gran Circo Norte-Americano, em Niterói, 1961. A cidade do Rio de Janeiro viu-se, do dia para a noite, diante da tarefa quase impossível de tratar um grande número de queimados ao mesmo tempo. 372 pessoas morreram na hora e, aos poucos, vários feridos morriam, chegando a mais de 500 mortes, das quais 70% eram crianças. Pitanguy, na época trabalhando na Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro, coordenou a assistência aos feridos, fazendo a triagem pela gravidade de cada caso, e atendendo a todos na medida do possível. Esse atendimento despertou a atenção mundial para a real importância social da cirurgia plástica.

Foi a partir deste desastre que a cirurgia plástica brasileira começou a ganhar notoriedade e passou a ser respeitada. Pitanguy fundou uma escola de cirurgia plástica, a qual formou, ao longo dos anos, mais de 500 especialistas de todo o mundo – hoje, há mais de 70 escolas, apenas no Brasil.

Pitanguy sabia como ninguém equilibrar o atendimento da cirurgia reparadora aos pobres da Santa Casa, com o atendimento de cirurgia estética aos que podiam frequentar a sua exclusiva clínica de Botafogo.

Foi dele o conceito de unificar as duas vertentes da cirurgia plástica, antes separadas, a estética e a reparadora. Segundo Pitanguy, não deveria haver separação. A cirurgia plástica é uma só e visa trazer o bem-estar ao ser humano, seja corrigindo uma cicatriz de acidente ou melhorando as rugas da face.

CAMINHO DIFÍCIL

A luta para fazer valer o lugar merecido da especialidade na medicina foi sempre muito difícil. A cada nova técnica apresentada, a série de críticas era como uma avalanche – no sentido contrário ao progresso da medicina.

Em 1985, cinco anos após o início da lipoaspiração no Brasil, comecei a fazer enxerto da gordura aspirada para aumentar outras partes do corpo e da face. Esse trabalho inicial em 214 pacientes foi mostrado pela primeira vez em Nova York, em 1987, num importante congresso da ISAPS – Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética. Logo começaram as críticas e elas poderiam ter sido desanimadoras, se não fossem os resultados positivos que as cirurgias obtinham. Foram os bons resultados que nos levaram a continuar a pesquisar e ensinar.

Durante mais de 15 anos, dei aulas e cursos nos congressos das duas mais importantes sociedades americanas de cirurgia plástica, a ASPS e a ASAPS. Os alunos vinham de todas as partes do mundo e quando voltavam aos seus países começavam a repetir a nossa experiência e também a obter bons resultados.

Leia o artigo completo na edição de maio 2019 (nº 294)


Enxerto de gordura: a mais importante técnica da cirurgia plástica contemporânea publicado primeiro em https://saudebemestar.com.pt/

Cuidados antienvelhecimento

Este artigo analisa a predição de benefícios clínicos antienvelhecimento da pele por ação de uma associação de ingredientes de origem marinha e marítima .

 

Artigo da responsabilidade da Dra. Dominique Pradines, Diretora do Research & Development Department, Lab. B. L. C. Thalgo Cosmetic S.A.

 

O ambiente marinho é uma fonte excecional de diversidade biológica e química, ainda largamente desconhecida, embora tenha sido explorada desde a Antiguidade. Estima-se que 25% do número total de espécies na Terra provêm do ambiente marinho. A singularidade deste ambiente hostil, em termos de luz, salinidade, pressão e espaço, deu origem a organismos originais e substâncias bioativas, muitas das quais exibem características não encontradas no ambiente terrestre.

Numerosas equipas de pesquisa em todo o mundo investigaram e continuam a explorar a aplicação de ingredientes marinhos em áreas como produtos farmacêuticos, alimentos para humanos, rações para animais, biomateriais ou cosméticos.

Revisões recentes registaram a identificação de mais de 28 mil compostos marinhos, dos quais, pelo menos, 3000 exibem propriedades bioativas, e centenas de novos compostos são descobertos cada ano. Poucos foram comercializados ou estão em desenvolvimento, por várias razões, incluindo custo, tempo e dificuldades na colheita do organismo, baixas concentrações de compostos naturais na produção de organismos, alta toxicidade de certos compostos, questões ecológicas ou investimento insuficiente por parte dos laboratórios.

Apesar destas dificuldades, a descoberta de substâncias marinhas continua a desenvolver-se graças aos avanços tecnológicos que facilitam a elucidação e a triagem estruturais e aos recentes avanços na compreensão dos organismos marinhos.

NUMEROSOS BENEFÍCIOS

Devido à rejeição de ingredientes derivados de animais, as algas são preferidas pela indústria cosmética. Poucos fornecedores de ingredientes especiais vendem a fabricantes de cosméticos ingredientes derivados de algas, de diferentes naturezas, de diferentes espécies e de diferentes origens geográficas.

Algumas foram avaliadas in vitro e, mais raramente, por estudos clínicos, para comprovar as suas atividades benéficas na pele. E os benefícios são numerosos: antienvelhecimento, eliminação de radicais livres, suavizante, prevenção de vermelhidão, despigmentação, adelgaçamento, etc.

Contudo, os métodos de avaliação consistem principalmente em ensaios in vitro isolados focados em marcadores biológicos específicos que são relevantes para a indústria cosmética (tal como a síntese do colágeno ou do ácido hialurónico por fibroblastos dérmicos humanos). Muito poucos fornecedores de ingredientes derivados de algas realizam estudos exaustivos in vitro para obter uma visão abrangente da atividade dos ingredientes na pele.

Leia o artigo completo na edição de maio 2019 (nº 294)


Cuidados antienvelhecimento publicado primeiro em https://saudebemestar.com.pt/

terça-feira, 28 de maio de 2019

Prato certo para a gestante - em Colunas

A gravidez pede restrição aos alimentos gordurosos para evitar o diabetes gestacional e o ganho de peso excessivo. Aprenda como ajustar o cardápio
Prato certo para a gestante - em Colunas publicado primeiro em https://vivasaude.digisa.com.br/

Menstruação: os impactos dos tabus na vida das mulheres - em Família

Falar sobre menstruação ainda pode ser um tabu para muitas mulheres no Brasil e ao redor do mundo todo, apesar de ser um processo tão natural do organismo feminino.
Menstruação: os impactos dos tabus na vida das mulheres - em Família publicado primeiro em https://vivasaude.digisa.com.br/

Pele representa a nossa relação com o mundo

A pele é órgão complexo. Cada um de nós, seres humanos, começa e acaba na pele, é aí a barreira entre o eu e não eu.

 

Artigo da responsabilidade do Dr. Miguel Peres Correia, presidente da Sociedade Portuguesa de Dermatologia e Venereologia

 

É através da pele que nos relacionamos com o mundo e com os outros, as carícias de nossos pais, a mão dada (pele com pele) com aqueles que amamos, são estímulos que nenhum de nós esquece, que nos definem.

No momento mais dramático da existência de cada um de nós, a morte, é universalmente considerado fonte de conforto o contacto pele com pele através da mão de outro ser humano dada à mão do moribundo.

Por outro lado, a nossa aparência é profundamente marcada pelo revestimento cutâneo. O aspeto jovem ou idoso, o ter bom cabelo, as rugas e as manchas, são aspetos fundamentais na nossa aparência e, por força de razão, na autoimagem e autoestima.

E não esqueçamos que o tecido celular subcutâneo, a gordura, é pele. Ser gordo ou magro tem a ver com a camada mais profunda da pele.

Primeira linha de defesa

A localização na fronteira externa do corpo coloca a pele na primeira linha de defesa, por isso, não é de estranhar que infeções de diferente natureza, bem como neoplasias, sejam problemas dermatológicos frequentes.

O equilíbrio endócrino e imunitário geral do organismo é condicionado por moléculas produzidas ou modificadas na pele, na hipoderme, é verdade, mas também na própria epiderme.

Estes diferentes aspetos intrínsecos às funções da pele, junto com a diversidade de patologias que a afetam, estima-se que ultrapasse as 3 mil diferentes doenças, assegurando que a Dermatologia seja uma especialidade fascinante.

Especialidade diversificada

Por isso, nas últimas décadas, esta é a especialidade habitualmente escolhida pelos melhor classificados nas provas para ingresso na especialidade, em Portugal e em diversos outros países.

É uma especialidade muito diversificada, que permite que o médico que por ela opte se dedique a temas muito específicos, desde a histopatologia cutânea, à oncologia, passando pela cirurgia ou pela dermatologia cosmética.

As doenças de transmissão sexual, Venereologia, são tema de saúde pública de importância crescente e definem o nome da especialidade que, na verdade, se denomina Dermatologia e Venereologia.

Embora o domínio de nichos específicos de conhecimento atraia alguns especialistas, a maioria prefere dedicar-se à dermatologia geral.

A sua prática permite integrar as alterações cutâneas específicas de cada doente no organismo como um todo, físico e psicológico, funcionando o dermatologista como aquele que decifra o significado das modificações da pele no contexto holístico de saúde.

Evolução e novas ameaças

A prática da Dermatologia tem vivido uma revolução extraordinária nos últimos anos.

É o doente de psoríase que vê a pele normalizar, o indivíduo com melanoma disseminado cuja vida afinal se salva, o adolescente cujas borbulhas são tratadas, as rugas e outras marcas do tempo suavizadas.

Adivinha-se tratamento para as doenças genéticas, os lasers não param de ser aperfeiçoados, permitindo resultados cada vez melhores, as novas moléculas em estudo vão modificar profundamente o curso de diversas dermatoses inflamatórias.

A par desta evolução fantástica, que permite resultados impensáveis há poucas décadas, surgem novas ameaças.

Nos últimos tempos, muito se tem falado de dispositivos de “inteligência artificial” em Dermatologia. Já há programas “online” para o cidadão comum se autodiagnosticar e, eventualmente, medicar. Como se analisar fotografia fosse observar doente!

Será que alguém acredita, verdadeiramente, que o contacto humano e a relação médico-doente não tem valor fundamental no estabelecimento do diagnóstico e seleção da opção terapêutica?

Saibamos resistir ao desejo de lucro na venda deste tipo de produtos e tornemos a nossa medicina cada vez mais humana. Se o fizermos, esperam-nos tempos extraordinários.

Leia o artigo completo na edição de maio 2019 (nº 294)


Pele representa a nossa relação com o mundo publicado primeiro em https://saudebemestar.com.pt/

quarta-feira, 22 de maio de 2019

Psicoterapia ou psicoterapias? Descubra a melhor terapia para si

Conheça os diferentes tipos de terapias, a sua evolução ao longo dos tempos, as suas particularidades, e descubra qual a terapia mais indicada para si.

 

Artigo da responsabilidade da Dra. Cláudia Madeira Pereira, Psicóloga Clínica e Psicoterapeuta, especializada em Psicoterapia Cognitivo-Comportamental Integrativa. Tem Doutoramento em Psicologia Clínica e Mestrado em Psicologia Clínica e da Saúde. Exerce clínica privada em Lisboa, com crianças, adolescentes e adultos.

 

Existem muitas terapias psicológicas, diferentes nos seus pressupostos, métodos e técnicas terapêuticas. Algumas estão melhor estudadas cientificamente e têm maior eficácia comprovada do que outras. E, enquanto alguns terapeutas praticam apenas uma terapia, outros usam uma abordagem integrativa, praticando os métodos e técnicas de diferentes terapias, para melhor servir as necessidades dos seus pacientes/clientes. Assim, quando se trata de procurar ajuda psicológica, é importante conhecermos a(s) terapia(s) que o/a profissional pratica. Em seguida, apresentamos-lhe as principais terapias psicológicas existentes.

TERAPIAS PSICOLÓGICAS

  • TERAPIA PSICANALÍTICA (PSICANÁLISE)

A terapia psicanalítica foi criada por Sigmund Freud, conhecido como o “pai da psicanálise”. Ficou famosa por ter sido a primeira “terapia” aplicada às perturbações mentais e predominou até à década de 1950. Apesar de ser bastante conhecida do público em geral e ainda hoje ser praticada por muitos profissionais, a psicanálise é mais uma teoria do que uma terapia, visto que deriva das teorias de Freud, que carecem de provas científicas1.

A teoria de Freud parte do pressuposto de que os seres humanos manifestam uma série de conflitos inconscientes que se originam na infância. E que os problemas de saúde mental são o resultado desses conflitos e de impulsos instintivos – agressivos e sexuais – que são reprimidos no inconsciente. Freud acreditava que, através do diálogo acerca do que vinha à cabeça dos pacientes por livre associação, era possível desvendar os seus conflitos inconscientes originados na infância e libertá-los das suas perturbações mentais.

De forma semelhante, atualmente a psicanálise centra-se, sobretudo, em analisar as experiências da infância e procurar trazer para o consciente eventuais conflitos inconscientes. O terapeuta psicanalítico tem um papel neutro e não-diretivo, evita dar orientações e intervém muito pouco, limitando a intervenção às suas interpretações.

A psicanálise é indicada, sobretudo, para as pessoas que querem explorar os seus traumas da infância e a possível relação com os seus problemas atuais.

Importa ter em conta que a psicanálise implica, geralmente, várias sessões (3 ou 4) por semana e tem uma duração longa (podendo estender-se durante vários anos), o que a torna dispendiosa.

  • TERAPIA PSICODINÂMICA

A terapia psicodinâmica deriva da psicanálise e, à sua semelhança, dedica-se a analisar experiências da infância e a explorar processos inconscientes. Diferencia-se da visão tradicional da psicanálise por poder dar menos ênfase aos impulsos instintivos na interpretação dos problemas do paciente. O terapeuta pode, eventualmente, assumir uma posição mais ativa e diretiva e orientar ou reforçar aspetos não conflituantes do paciente. A frequência típica de sessões é de 1 ou 2 por semana e é também uma terapia longa, o que a torna dispendiosa.

Leia o artigo completo na edição de maio 2019 (nº 294)


Psicoterapia ou psicoterapias? Descubra a melhor terapia para si publicado primeiro em https://saudebemestar.com.pt/

Consumo de pornografia: quais os riscos?

A pornografia pode, aquando de um consumo moderado, potenciar a intimidade de um casal. Os problemas surgem quando o consumo se torna disfuncional.

 

Artigo da responsabilidade da Dra. Catarina Lucas, Psicóloga; Direção e Coordenação Técnica do Centro Catarina Lucas

 

O consumo de pornografia tem aumentado significativamente ao longo dos últimos anos, muito devido à facilidade de acesso que a era digital proporciona e à forma como este tipo de acesso preserva o anonimato. Já não é necessário expor-se ao comprar uma revista com conteúdo sexual. Hoje, tudo está à distância de um clique, o que faz com que a indústria da pornografia prolifere e ganhe milhões.

De modo geral, o consumo de pornografia foi sendo olhado como um assunto tabu, algo reprovável e imoral. Com o avançar dos anos, começou, de algum modo, a normalizar-se este comportamento e até mesmo a ser incluído em algumas terapias sexuais, como potenciador da excitação sexual, entre outros aspetos.

A pornografia pode, aquando de um consumo moderado, potenciar a intimidade de um casal, despertar para outras práticas menos convencionais ou ajudar a conhecer o corpo tanto do homem como da mulher. Nada de preocupante existe nestas situações, muito pelo contrário: é importante que a pessoa e os casais estejam à vontade com esta temática.

Quais os perigos do consumo de pornografia?

  • Comportamento aditivo

São cada vez mais os casos de consumos disfuncionais de pornografia, os quais se transformam num vício e, à semelhança de outros comportamentos aditivos, como o jogo, o álcool ou as drogas, pode destruir a vida da pessoa ou minar os seus relacionamentos interpessoais.

Quando um indivíduo consome pornografia de modo desajustado, a sua vida começa a ser afetada a vários níveis. São criados hábitos que, muitas vezes, implicam estar até tarde a ver pornografia, o que vai implicar uma diminuição da energia e produtividade no dia seguinte, às vezes com consequências para a vida profissional.

Quem está em relações estáveis acaba também por se confrontar com desencontros de horários entre o casal, começando a deitar-se em horários diferentes, por exemplo.

É vivenciada uma ansiedade que a pessoa apenas consegue diminuir ao realizar o ato compulsivo de visualizar pornografia, tal como acontece com outro tipo de comportamentos aditivos. Estudos indicam que, uma em cada dez pessoas se encontra em situação de adição de pornografia.

Leia o artigo completo na edição de maio 2019 (nº 294)


Consumo de pornografia: quais os riscos? publicado primeiro em https://saudebemestar.com.pt/

Doença de Parkinson: novas esperanças

Na última década, surgiram novas opções terapêuticas para a doença de Parkinson e consolidou-se o uso de outras. Vive-se, por isso, um período de nova esperança no tratamento desta doença neurodegenerativa.

 

Artigo da responsabilidade do Prof. Miguel Coelho, Presidente da Sociedade Portuguesa das Doenças do Movimento

 

A doença de Parkinson (DP) é a segunda doença neurodegenerativa mais frequente, depois da doença de Alzheimer. Num estudo recente realizado em Portugal, estimou-se que existam cerca de 18.000 pessoas com doença de Parkinson no País.

O envelhecimento é o maior fator de risco para desenvolver esta doença neurodegenerativa. Assim, prevê-se um aumento substancial do número de doentes com doença de Parkinson a nível mundial, pelo progressivo envelhecimento da população e aumento da esperança de vida.

SINTOMAS TÍPICOS

A doença de Parkinson é uma doença progressiva causada pela falta de produção de dopamina no cérebro. O seu sintoma principal é a lentidão de movimentos, manifestado por uma facies pouco expressiva, voz arrastada, caligrafia pequena, dificuldade em executar movimentos finos como abotoar, dificuldade em girar na cama ou dificuldade em caminhar, fazendo-o, tipicamente, com passos pequenos. O tremor dos membros, que normalmente ocorre em posições de repouso, afetando só um lado do corpo ou os dois lados de forma assimétrica, é também muito frequente, embora não obrigatório. Os membros encontram-se rígidos, com dificuldade em dobrar ou esticar.

Esta patologia traz grande incapacidade para os doentes e seus cuidadores. No entanto, a medicação disponível para tratar os sintomas melhora muito as queixas dos doentes e a sua qualidade de vida. O fármaco mais potente para tratar a doença de Parkinson é a levodopa, que pretende suprimir a falta de dopamina no cérebro. É recomendado que os doentes com DP sejam acompanhados em consultas de doenças do movimento, que existem em diversos hospitais, nas várias regiões de Portugal.

MAIOR COMPREENSÃO DA DOENÇA

Na última década, houve importantes desenvolvimentos no entendimento e tratamento da doença de Parkinson. Percebeu-se que esta também se manifesta através de sintomas ditos não-motores, como, por exemplo, depressão, ansiedade, alteração do sono, demência, fadiga ou obstipação. Estes sintomas, muitas vezes, causam mais incómodo aos doentes e aos cuidadores do que os sintomas clássicos, como o tremor, sobretudo nas fases mais avançadas da doença. Muitos estudos mostram, por exemplo, que a depressão é dos sintomas que mais afeta a qualidade de vida dos doentes com esta patologia e que, por isso, tratá-la é muito importante.

O estudo destes sintomas permitiu observar que as alterações microscópicas da doença de Parkinson ocorrem também fora do cérebro, como, por exemplo, no intestino. Ficou claro que muitos destes sintomas começam anos antes dos sintomas motores clássicos, o que é muito relevante para um dia se testar novos medicamentos que potencialmente possam atrasar o início dos sintomas motores clássicos.

AVANÇOS CIENTÍFICOS

Registou-se, também, um grande desenvolvimento na identificação de mutações genéticas e de fatores de risco genéticos para o desenvolvimento da doença de Parkinson. Cerca de 5 a10% dos casos têm causa genética. Investigadores portugueses deram um contributo muito importante para a identificação de algumas destas mutações e para o estudo das famílias com essas mutações. Percebeu-se melhor como diferentes alterações genéticas podem dar queixas particulares na doença de Parkinson. A identificação destas alterações genéticas ajudou a compreender melhor os mecanismos que causam a DP e a desenvolver potenciais tratamentos que usam novos mecanismos de ação.

Uma vez mais, a identificação de pessoas que possam estar em risco de desenvolver esta doença, por serem familiares de doentes com doença de Parkinson com mutação genética, pode ser relevante para o estudo de novos medicamentos que potencialmente possam atrasar o início dos sintomas da patologia.

Os avanços no estudo de uma proteína, chamada alfa-sinucleína, também foi fundamental para se entender como surge a doença de Parkinson. Os investigadores portugueses têm tido um papel relevante nesta investigação do funcionamento desta proteína.

Técnicas de diagnóstico complementar, como a ressonância magnética e o estudo por ecografia cerebral, também registaram importantes avanços e conseguiram identificar alterações próprias desta doença degenerativa, o que ajuda ao seu diagnóstico. O desenvolvimento das novas técnicas de ressonância magnética teve também um contributo muito importante de investigadores nacionais.

 


Doença de Parkinson: novas esperanças publicado primeiro em https://saudebemestar.com.pt/

Saúde ocular: aspetos relevantes

Do envelhecimento ocular à inovação tecnológica que revolucionou a atividade médica e cirúrgica na área da Oftalmologia, eis alguns aspetos que vale pena destacar, ainda que em detrimento de outros igualmente importantes.

 

Artigo da responsabilidade do Prof. Fernando Falcão Reis, Presidente da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia

 

Por volta dos 50 anos, concretamente a partir dos 44 anos, a maior parte das pessoas começa a ver mal ao perto. Isto é, surge a presbiopia. A presbiopia consiste na incapacidade de focar as imagens de objetos situados ao perto, tipicamente à distância de leitura. A presbiopia é um fenómeno biológico de caráter universal ou, dito de outra maneira, ninguém se consegue subtrair à presbiopia. Ao contrário do que a maioria das pessoas possa pensar, a presbiopia não resulta do uso excessivo dos olhos. Ler, trabalhar com o computador e outras tarefas do dia a dia que exigem esforço visual são absolutamente irrelevantes no que respeita ao aparecimento da presbiopia. Os iletrados também são presbitas!

VISÃO TAMBÉM ENVELHECE

Há várias doenças oculares cuja prevalência aumenta com a idade. As que colocam mais problemas, por serem as mais frequentes, são as cataratas, o glaucoma e a degenerescência macular da idade. A retinopatia diabética atravessa todas as idades, mas é importante lembrar que, particularmente a retinopatia relacionada com a diabetes tipo 2, é mais prevalente com o avançar da idade.

Assim, a partir dos 42-44 anos, sugere-se que o médico oftalmologista seja consultado com alguma regularidade, para a realização de um exame oftalmológico completo. Antes disso, e caso não haja sintomas oculares graves, a frequência com que se deve ir a estas consultas deve ser de 4 em 4 anos.

Quando falo em sintomas graves, os que não devem ser desvalorizados de todo, falo de alterações da visão, como dupla imagem, dor ocular, olho persistentemente vermelho, alterações das pupilas e das pálpebras.

COMPUTADORES PREJUDICAM A VISÃO?

Muitas vezes, ouvimos que o trabalho continuado em frente ao computador provoca dano aos olhos. Posso afirmar que isso não corresponde à verdade. Não há nenhuma doença ocular cuja origem possa ser atribuída aos computadores. Alerto ainda que o problema da radiação azul emitida pelos ecrãs, muito mediatizado pela indústria dos óculos, é um falso problema. Não há evidência científica de que a luz azul, com este nível de energia, possa provocar lesões oculares.

Sensação de cansaço, olho vermelho e dores de cabeça a que os doentes chamam erradamente vista cansada (vista cansada é, em termos médicos, sinónimo de presbiopia) desaparecem com uma boa noite de descanso.

Há, todavia, algumas regras para reduzir os sintomas associados ao trabalho prolongado com computadores, sintomas oculares e outros, que no conjunto constituem a chamada “síndrome visual dos computadores”.

A primeira regra é colocar o ecrã numa posição inferior ao nível dos olhos. A segunda regra é pestanejar ativamente com frequência e energia. O esforço de atenção faz com que os olhos fiquem desmesuradamente abertos e as pálpebras imóveis, que é exatamente o contrário do desejável para manter a visão nítida e confortável. A terceira regra é fazer pausas, desviando os olhos do PC e olhando para longe. Popularizou-se a regra dos 20-20-20: olhar para mais de 20 pés (6 metros), durante 20 segundos, a cada 20 minutos de trabalho. É uma boa regra!

Leia o artigo completo na edição de maio 2019 (nº 294)


Saúde ocular: aspetos relevantes publicado primeiro em https://saudebemestar.com.pt/

segunda-feira, 20 de maio de 2019

Células do sangue do cordão umbilical: aplicações atuais e potencialidades

Artigo da responsabilidade da Dra. Bruna Moreira, Investigadora no Departamento de I&D da Crioestaminal

 

As células estaminais permitem a reparação de tecidos danificados e a substituição das células que vão morrendo, podendo, por isso, revelar-se uma ferramenta muito útil em medicina regenerativa e desempenhar um papel importante no tratamento de várias doenças. É possível obter células estaminais a partir de vários tecidos, como a medula óssea, o sangue e o tecido do cordão umbilical e o tecido adiposo.

A investigação científica com células estaminais tem evoluído consideravelmente ao longo dos anos, e vários grupos de investigação têm obtido resultados promissores, que indicam que a utilização de células estaminais pode tornar-se uma opção terapêutica para várias doenças atualmente sem tratamento eficaz e alargando, assim, as suas aplicações clínicas.

Considerado uma fonte de células estaminais alternativa à medula óssea, o sangue do cordão umbilical apresenta algumas vantagens importantes em caso de transplantação, nomeadamente o facto de ser possível armazená-lo, estando imediatamente disponível em caso de necessidade. Outras vantagens são a colheita fácil e indolor, feita no momento do parto, a maior tolerância nos fatores de compatibilidade HLA, e o menor risco de desenvolver doença do enxerto contra o hospedeiro, uma complicação potencialmente fatal dos transplantes.

As células estaminais do sangue do cordão umbilical apresentam inúmeras aplicações terapêuticas, sendo, atualmente, utilizadas no tratamento de mais de 80 doenças, que incluem doenças do sangue (como leucemias, linfomas e alguns tipos de anemias), do sistema imunitário, e várias doenças metabólicas, tendo já sido realizados mais de 45.000 transplantes com sangue do cordão umbilical em todo o mundo. A sua utilização encontra-se em estudo, em ensaios clínicos, para doenças como paralisia cerebral, autismo, perda auditiva, diabetes tipo 1, lesões da espinal medula, entre outras, o que poderá, futuramente, aumentar o leque de aplicações clínicas do sangue do cordão umbilical.

Verifica-se que grande parte dos transplantes de sangue do cordão umbilical são em contexto alogénico, isto é, utilizando um dador que não o próprio doente. O primeiro transplante de sangue do cordão umbilical, em Portugal, foi realizado em 1994, no IPO de Lisboa: uma menina de 4 anos com leucemia mieloide crónica foi tratada utilizando a amostra de sangue do cordão umbilical de um irmão compatível.

A possibilidade das próprias células estarem guardadas permite que o doente possa vir a recorrer a um transplante autólogo – com as células do próprio indivíduo – não se levantando, neste caso, qualquer questão relativamente à compatibilidade. Neste contexto, já foram tratadas também diversas doenças, como por exemplo anemia aplástica adquirida, determinados tipos de tumores sólidos, leucemia mieloide aguda, entre outras.

Atualmente, decorrem mais de 400 ensaios clínicos em todo o mundo, com o objetivo de compreender se as células estaminais do sangue do cordão umbilical podem ser uma mais-valia no tratamento de doenças que atualmente não dispõem de uma opção terapêutica eficaz. É disso exemplo o tratamento de paralisia cerebral e autismo em crianças, infundidas com o seu próprio sangue do cordão umbilical, associado a melhorias nos sintomas de ambas as doenças.

 

Joanne Kurtzberg: pioneira na utilização de células estaminais

Joanne Kurtzberg, hemato-oncologista pediátrica e pioneira na utilização de células estaminais do sangue do cordão umbilical em Medicina Regenerativa, visitou Portugal pela primeira vez para participar na Reunião da Primavera da Sociedade Portuguesa de Obstetrícia e Medicina Materno-Fetal (SPOMMF), tendo passado pela Crioestaminal, laboratório associado da Cord Blood Association. Como resultado do seu trabalho e investigação ao longo dos anos, a FDA autorizou o tratamento de crianças com diferentes tipos de distúrbios neurológicos, como o autismo e paralisia cerebral, com recurso a sangue do cordão umbilical autólogo (do próprio) ou de um irmão compatível. Há, inclusive, casos de crianças portuguesas tratadas pela Dra. Kurtzberg com células estaminais guardadas na Crioestaminal, a última delas em setembro de 2018, no âmbito de uma perturbação do espectro do autismo.

Artigo publicado na edição de maio 2019 (nº 294)

 


Células do sangue do cordão umbilical: aplicações atuais e potencialidades publicado primeiro em https://saudebemestar.com.pt/

Sucesso da amamentação: conforto é fator essencial

Até agora, as mães lactantes que optavam pela extração de leite deparavam-se com algumas dificuldades. A inovação da amamentação, assente num modelo de investigação aplicada, permitiu proporcionar às mães o conforto de que necessitam.

Artigo da responsabilidade da Engª Inês Santos, Engenheira Biomédica e especialista em Aleitamento Materno Medela

 

Os benefícios da amamentação, tanto para a saúde e o desenvolvimento do bebé como para as próprias mães, encontram-se bem documentados numa extensa literatura científica. Com efeito, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda “exclusivamente a amamentação materna durante os primeiros seis meses de vida e, a partir daí, a introdução de alimentos adequados à idade e seguros, mas continuando com a amamentação até aos 2 anos ou mais para promover condições ótimas de crescimento, desenvolvimento e saúde”.

DECISÃO DIFÍCIL

Diversos estudos têm demonstrado que, para promover a produção de leite, é necessário que a mãe se sinta descontraída. A produção de oxitocina, uma das hormonas com um papel na produção de leite materno, está intimamente associada ao conforto da mãe durante a sessão de amamentação. Por conseguinte, o stress e o desconforto são fatores que podem dificultar este processo.

Ninguém defende que apostar exclusivamente na amamentação materna como forma de alimentar o bebé seja uma decisão simples ou que o processo seja fácil. O facto de amamentar o bebé também promove a produção de leite materno, o que acaba por implicar um compromisso. Tal pode significar que uma mãe que pretenda amamentar o seu bebé tenha de abdicar da sua independência ou do seu anterior estilo de vida.

Todavia, os avanços registados no domínio da personalização dos dispositivos de extração de leite permitem propor alternativas às mães e oferecer-lhes uma maior flexibilidade na tomada de decisões. Deste modo, são elas quem decide quando amamentar ou como, quando e onde extrair leite para que o seu companheiro ou outras pessoas próximas se possam encarregar da alimentação do bebé.

INOVAÇÃO DA AMAMENTAÇÃO

Acima de tudo, a inovação da amamentação, assente num modelo de investigação aplicada capaz de trazer para o exterior os trabalhos desenvolvidos em laboratório e de pôr em contacto investigadores e mães, permitiu proporcionar a estas últimas o conforto de que necessitam para aumentar tanto o volume de leite extraído em cada sessão como a rapidez de todo o processo. Em suma, tornar a extração de leite mais eficaz.

Até agora, as mães que optavam pela extração de leite, visando, essencialmente, a criação do seu próprio banco de leite, eram forçadas a utilizar um dispositivo que não tinha em conta as características específicas dos seus seios. Tal resultava em sessões de extração menos eficazes, com a consequente necessidade de mais sessões para obter o volume de leite desejado.

Investigações recentes revelaram que existem mais de 40 tipos diferentes de seios. Contudo, até agora  os funis das bombas tira leite eram concebidos como se todos os seios fossem iguais, ou seja, um círculo perfeito de tamanho único. Ora, concluiu-se que tal está errado. Na natureza, não há círculos perfeitos e os seios de cada mulher são únicos. Assim como as impressões digitais.

Leia o artigo completo na edição de maio 2019 (nº 294)


Sucesso da amamentação: conforto é fator essencial publicado primeiro em https://saudebemestar.com.pt/

“Dá vida à esperança” – Uma campanha pela solidariedade

Com esta campanha, esperamos contribuir para aumentar o número de doações de óvulos e espermatozoides e também ajudar a derrubar preconceitos.

Artigo da responsabilidade do Dr. Pedro Xavier, Presidente da Sociedade Portuguesa de Medicina da Reprodução

A Sociedade Portuguesa de Medicina da Reprodução (SPMR) é uma sociedade científica fundada há mais de 40 anos, com uma vocação original muito ligada à promoção do conhecimento na área da Reprodução Humana. No entanto, sendo a infertilidade uma doença que desperta grande interesse na opinião pública, temos vindo a sentir uma grande necessidade de alargar a nossa área de intervenção à Sociedade Civil.

Essa intervenção tem, sobretudo, o objetivo de informar e sensibilizar os nossos concidadãos para os diferentes problemas associados a esta área da medicina. Uma das iniciativas que, na minha opinião, traduz de forma bem clara essa mais recente vocação é, sem dúvida, a campanha designada “Dá vida à esperança”, que foi lançada pela SPMR durante o mês de março de 2019.

Necessidade da doação de óvulos e espermatozoides

O objetivo principal da campanha é sensibilizar a opinião pública para uma realidade desconhecida da maioria dos portugueses: há uma grande necessidade da doação de óvulos e espermatozoides em Portugal, porque, infelizmente, muitos casais só vão poder concretizar o sonho de ter um filho através dessas dádivas.

Só para concretizar com alguns dados objetivos esta afirmação, refiro-me à lista de espera no Banco Público de Gâmetas, uma vez que é de cerca de três anos para um tratamento com doação de óvulos e de cerca de dois no caso de espermatozoides.

São várias as situações clínicas ou doenças que podem levar a esta necessidade. Cito, a título de exemplo, algumas das mais frequentes: esgotamento prematuro dos óvulos (condição vulgarmente designada por menopausa precoce); produção de óvulos de má qualidade que torna a mulher incapaz de gerar uma criança; e mulheres a tentar engravidar em idades tardias, nomeadamente depois dos 35 anos, altura em que a quantidade e qualidade dos óvulos pode já não ser a ideal.

Existem também doenças que afetam o desenvolvimento dos espermatozoides e que, em situações extremas, podem mesmo levar à ausência completa da produção destas células.

Esta necessidade, que se tem vindo a acentuar nos últimos anos, contrasta com a pouca adesão às doações por parte da população mais jovem, que é obviamente a população protagonista neste processo, uma vez que as idades limites para doar são os 35 anos, no caso da mulher, e os 40 anos no caso do homem.

Objetivo: informar

A convicção que temos é que esta fraca adesão não tem por base uma falta de solidariedade para com os potenciais beneficiários, mas sim uma grande desinformação sobre o enquadramento legal, social e médico sobre as doações. E é exatamente neste ponto que se centra o segundo objetivo da campanha: informar. Há ainda a ideia de que não é legal doar em Portugal, que não há necessidade de doar ou que a doação de gâmetas, nomeadamente de óvulos, pode ser prejudicial para a saúde de quem doa, eventualmente prejudicando a sua fertilidade futura. Estas ideias, não só estão completamente erradas, como é muito importante desmistificá-las.

A terceira ideia em que assenta esta campanha é permitir dar a conhecer aos potenciais dadores como e onde podem doar. É muito importante que fiquem informados sobre alguns dos aspetos clínicos associados às doações, nomeadamente os procedimentos médicos, as implicações legais, a questão do anonimato e as respetivas compensações financeiras. Só pessoas informadas tomam decisões conscientes e nós queremos que as doações tenham cada vez mais uma componente altruísta e solidária, que só será possível acontecer se forem concretizadas por dadores esclarecidos.

A campanha “Dá vida à esperança” surge exatamente pelas razões acima elencadas. É nosso propósito passar a mensagem ao maior número de destinatários possível. Para que tal aconteça, estamos empenhados em estar presente, não apenas nos meios de comunicação social e nas redes sociais, mas também no terreno, fazendo sessões de esclarecimento nas universidades e em todas as outras instituições que nos queiram e possam receber. Com esta iniciativa, esperamos contribuir para aumentar o número de doações e também ajudar a derrubar preconceitos que a nossa sociedade ainda mantém relativamente a dadores e beneficiários e que, em muitos casos, os afasta da solução que permite concretizar o sonho de ter um filho.

Leia o artigo completo na edição de maio 2019 (nº 294)


“Dá vida à esperança” – Uma campanha pela solidariedade publicado primeiro em https://saudebemestar.com.pt/

Mais vale prevenir

A saúde é o nosso maior bem… e é nesta perspetiva que vou abordar o tema da prevenção, a importância dos rastreios e dos corretos e saudáveis cuidados no âmbito da Ginecologia-obstetrícia.

Artigo da responsabilidade da Dra. Patrícia Amaral, Ginecologista

 

Costumo dizer às minhas pacientes que realizar os exames de rastreio não previne que as doenças apareçam, mas permite que o diagnóstico seja realizado precocemente e num estadio passível de tratamento.

Nos dias de hoje, o diagnóstico de cancro da mama é frequente e em idades cada vez mais jovens. Por ano, surgem cerca de 6000 novos casos de cancro da mama, o que equivale a 11 novos casos por dia. Por se tratar de uma doença tão prevalente entre as mulheres, foi implementado o rastreio universal nas mulheres sem risco acrescido.

RASTREIO QUE SALVA VIDAS

O início do rastreio do cancro da mama deve ser avaliado individualmente pelo médico, com base nos fatores de risco pessoais e familiares. O estilo de vida da mulher, nomeadamente uma alimentação desequilibrada, o consumo de tabaco e álcool, o stress e o sedentarismo têm sido associados ao desenvolvimento de cancro da mama.

Apenas cerca de 5 a 10 por cento dos cancros da mama são hereditários com transmissão genética. Nestes casos, a vigilância deve ser mais precoce e individualizada. Em Portugal, está preconizado pela Direção Geral de Saúde o início do rastreio universal por exames imagiológicos aos 50 anos, com indicação para a sua repetição a cada 2 anos. Algumas orientações americanas sugerem o início do rastreio aos 40 anos e outras aos 45 anos, com realização de exames anuais.

COMBATE AO HPV

Outro exame de rastreio que as mulheres devem estar alertadas a cumprir é o rastreio do cancro do colo do útero. Este cancro é provocado, em mais de 99% dos casos, pelo vírus do papiloma humano, mais conhecido pela sigla HPV. É uma infeção silenciosa e indolente, mas que progressivamente vai condicionando alterações do colo do útero, que vão evoluindo desde lesões pré-malignas até ao cancro.

Através da implementação e adoção de medidas de prevenção primária e secundária, tem sido possível a redução de novos casos e de mortalidade por cancro do colo do útero.

Desde 2008 que a vacina contra o HPV foi introduzida no Plano Nacional de Vacinação (PNV) e desde a sua implementação que os casos de cancro do colo do útero têm diminuído. No entanto, apesar da introdução da vacina no PNV e da promoção da vacinação mesmo para mulheres que não foram abrangidas pelo plano, é também importante a realização da prevenção secundária através do rastreio, que deverá ser realizado de forma regular.

Os exames de rastreio do colo do útero devem ser iniciados a partir dos 21 anos e podem ser feitos por citologia do colo, teste HPV ou por ambos (a que chamamos co-test), os dois últimos apenas preconizados para mulheres já após os 30 anos. A regularidade vai depender do tipo de exame escolhido e poderá variar entre intervalos de três ou cinco anos.

Importa que estes exames de rastreio sejam cumpridos e que a mulher os realize de forma a que, se tiver alguma alteração do colo do útero, esta seja diagnosticada numa fase pré-maligna e tratável, antes de ser um cancro.

Leia o artigo completo na edição de maio 2019 (nº 294)

 


Mais vale prevenir publicado primeiro em https://saudebemestar.com.pt/

sexta-feira, 17 de maio de 2019

Medicinas alternativas e complementares: saiba mais sobre elas

É um facto inegável que as Terapêuticas Não Convencionais estão a ganhar cada vez mais adeptos em todo o mundo e Portugal está a seguir a tendência.

 

Artigo da responsabilidade do Dr. José Duarte, Mestre em Biomedicina/Medicina Biológico-Naturista

 

Pelas polémicas e debates que as Terapêuticas Não Convencionais têm suscitado ultimamente em Portugal, até o cidadão mais distraído já tem alguns conhecimentos sobre algumas dessas terapias, mesmo não tendo ainda usufruído de nenhuma numa delas. Homeopatia, Acupuntura, Naturopatia, Medicina Tradicional Chinesa e Osteopatia são, talvez, as mais conhecidas em Portugal. Porém, o leque das terapias naturais é muito mais vasto e abrangente: massagem Shiatsu, Aromaterapia, Reflexologia, Tai Chi Chuan, Chi Kung, Reiki, entre muitas outras.

O QUE TÊM EM COMUM?

O que têm em comum todas estas práticas? Elas enquadraram-se no que é conhecido como Medicinas Alternativas, a expressão que reúne todas as terapias que não pertencem ao domínio da medicina convencional, dita ocidental ou medicina científica.

É um facto inegável que as Terapêuticas Não Convencionais estão a ganhar cada vez mais adeptos em todo o mundo e Portugal está a seguir a tendência. A Organização Mundial de Saúde (OMS) contempla-as nas suas recomendações e a própria legislação portuguesa já evoluiu no sentido de reconhecer e regulamentar o exercício de sete dessas medicinas:  Medicina Tradicional Chinesa, Acupuntura, Fitoterapia, Homeopatia, Naturopatia, Osteopatia e Quiroprática. No entanto, talvez por má vontade, interesses lobistas e outros poderes, o processo de regulamentação tem estado a ser travado.

A designação de Terapêuticas Não Convencionais reúne duas práticas distintas: as medicinas alternativas e as complementares. Como o nome indica, são alternativas as práticas que substituem a medicina convencional, tais como a Medicina Tradicional Chinesa e a Medicina Homeopática. Aliás, são estas duas áreas que estão a receber a mais forte contestação da medicina convencional, seguidas da Naturopatia.

As medicinas ditas complementares são utilizadas em conjunto com a medicina convencional e, como tal, são aceites e recomendadas por esta. A Acupuntura e a Osteopatia são exemplos dessa complementaridade.

Nestes últimos anos, tem-se verificado uma adoção das medicinas alternativas e uma tendência crescente para a combinação dos dois tipos de abordagem. Constata-se que alguns centros de saúde, hospitais públicos e privados recorrem às medicinas complementares, após o reconhecimento legal das práticas. Na maioria das situações, estas são praticadas por médicos convencionais, com uma formação básica, principalmente na especialidade de acupuntura, que é utilizada no tratamento da dor.

Leia o artigo completo na edição de maio 2019 (nº 294)


Medicinas alternativas e complementares: saiba mais sobre elas publicado primeiro em https://saudebemestar.com.pt/

Cuidados pessoais de saúde: recomendam-se!

Os cuidados pessoais de saúde são hoje considerados, não um privilégio, mas uma necessidade e, porventura, um direito que, infelizmente, não está à disposição de todos.

 

Artigo da responsabilidade do Dr. Carlos Oliveira, Diretor Geral da Ampliphar – Produtos Farmacêuticos, Lda.

 

Sempre que a oportunidade surge, abordamos a importância da prevenção, quer na manutenção de um bom estado de saúde global, quer na implementação consciente e diária de hábitos que assegurem qualidade de vida.

Nos tempos mais recentes, a necessidade de sensibilizar as pessoas para a prática de atos corretos no dia a dia tem levado instituições públicas e privadas a desenvolver campanhas diversas que, por exemplo, alertam para os perigos do “mau” colesterol, osteoporose, diabetes, hipertensão e obesidade.

Cuidados Pessoais de Saúde – globalmente designados por Self Care –, são hoje considerados, não um privilégio, mas uma necessidade e, porventura, um direito que, infelizmente, não está à disposição de todos.

Uma forma de estar

De facto, Self Care, mais do que a prática diária de cuidados pessoais, é uma atitude, uma forma de estar na vida!

A Organização Mundial de Saúde (OMS) define saúde como “um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não consistindo somente da ausência de uma doença ou enfermidade”.

A decisão que tomamos em recorrer a produtos de saúde, com a intenção de prevenir doenças ou melhorar o nosso bem-estar, deve ser acompanhada de alimentação equilibrada, bons hábitos de higiene, prática de exercício físico, bem como da abolição de comportamentos potencialmente danosos para a saúde.

Importância do exercício

Dia após dia, temos vindo a tomar consciência dos benefícios da prática regular de exercício físico, de uma alimentação equilibrada, enfim, da adoção de hábitos de vida saudáveis.

Entretanto, face ao que atrás escrevemos, a relevância da utilização regular de suplementos está justificada pelos benefícios que podem contribuir para a prevenção de algumas doenças e para a manutenção de um bom estado de saúde.

Para além da suplementação, o conceito Self Care inclui também outras áreas, tais como automedicação, nutrição, dermocosmética, dispositivos médicos, etc., e o já referido exercício físico.

Neste particular, sendo cada vez mais alargado o número de pessoas que escolhem a caminhada ou a corrida ao ar livre, esta prática é particularmente recomendável, uma vez que é saudável e traz inúmeros benefícios. Contribui para a melhoria da condição física, da qualidade de vida, ajuda a perder peso, a prevenir certas doenças e a funcionar como um escape saudável ao stress do dia a dia.

De acordo com a intensidade do exercício, a ingestão adequada de nutrientes é recomendável, bem como a utilização de suplementos que ajudem a evitar a degradação das cartilagens e articulações e a prevenir lesões.

Leia o artigo completo na edição de maio 2019 (nº 294)


Cuidados pessoais de saúde: recomendam-se! publicado primeiro em https://saudebemestar.com.pt/

Internista: o médico do doente

Através de uma abordagem clínica exaustiva e global de cada doente, o médico de Medicina Interna está apto a lidar com múltiplas doenças que afetam vários órgãos ou sistemas, assim como com doenças raras ou pessoas ainda sem diagnóstico.

 

Artigo da responsabilidade da Dra. Lélita Santos, Internista e Vice-presidente da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna

 

Medicina Interna. Num primeiro contacto com o termo, não é fácil para a maioria das pessoas perceber o que é esta especialidade e qual o seu propósito na garantia de uma melhor saúde do doente. Medicina Interna é a área clínica referente aos internos? Nada disso. A Medicina Interna corresponde, de uma forma muito genérica, à especialidade médica que trabalha o conhecimento profundo e científico das doenças, integrando os sintomas do seu doente.

ABORDAGEM EXAUSTIVA E GLOBAL

É comum ouvir-se dizer que esta é uma especialidade mais de doentes do que de doenças. E é bem verdade. O internista “veste a bata” da humanidade e do respeito, atendendo o doente como um todo e colocando-o no centro da sua atenção e no centro do sistema de saúde.

Pelo seu vasto espetro de conhecimentos, a Medicina Interna é vocacionada para a complexidade. O internista é capaz de conjugar e integrar, para aquele doente concreto, todas as orientações que as várias especialidades poderiam, isoladamente, preconizar.

Através de uma abordagem clínica exaustiva e global de cada doente, o médico de Medicina Interna está apto a lidar com múltiplas doenças que afetam vários órgãos ou sistemas, assim como com doenças raras ou pessoas ainda sem diagnóstico.

No hospital, o internista é o verdadeiro gestor do doente, que o ouve e conhece as suas prioridades, sendo assim o médico mais vocacionado para dar uma palavra amiga e atentar às necessidades da pessoa e da sua família.

Com a multiplicidade de doenças e quadros crónicos que muitos doentes apresentam, é imprescindível que haja uma especialidade clínica em que os seus profissionais sejam dotados de uma formação generalista e com várias valências, por forma a conseguir lidar com todo o tipo de doentes, em todos os tipos de contexto.

ONDE AS PESSOAS MAIS PRECISAM

Mas onde estão os internistas, concretamente? Pois bem, estes profissionais estão onde as pessoas mais precisam deles: nas consultas, no serviço de urgência, na emergência, nos internamentos hospitalares ou no domicílio, na consultadoria ao doente internado nos serviços de especialidades médicas e cirúrgicas, nos cuidados continuados, nos cuidados intensivos ou intermédios, nos hospitais de dia ou nos cuidados paliativos.

Pela sua visão abrangente, que transfere os seus esforços para o acompanhamento e tratamento (não cirúrgico) do doente adulto, de uma forma versátil e global, o médico de Medicina Interna pode ser comparado a um “maestro”, uma vez que não se centra apenas num órgão, sistema ou doença, mas tem antes uma abordagem global da pessoa.

Para além disto, o internista detém uma capacidade de coordenação de equipas multidisciplinares, uma competência que deveria ser tida como oportunidade para a construção de um modelo de organização hospitalar mais coerente e fluido. Em contexto hospitalar, os doentes deveriam ser admitidos em departamentos geridos pela Medicina Interna, que coordenaria a intervenção das outras especialidades.

Leia o artigo completo na edição de maio 2019 (nº 294)


Internista: o médico do doente publicado primeiro em https://saudebemestar.com.pt/

quinta-feira, 16 de maio de 2019

Prevenção da osteoporose começa na infância

A probabilidade de vir a sofrer de osteoporose aumenta com a idade, mas a doença não é uma consequência inevitável do envelhecimento.

 

Artigo da responsabilidade do Dr. Miguel Casimiro, Neurocirurgião; Presidente da Sociedade Portuguesa de Patologia da Coluna Vertebral

 

A cada três segundos, uma pessoa no mundo sofre uma fratura causada pela osteoporose. Estes são dados da Fundação Internacional de Osteoporose, que revela ainda que mais de 200 milhões de pessoas, a uma escala global, sofreram deste problema. Perante estes números, importa refletir o que é a osteoporose e quais os fatores que lhe dão origem.

Caraterizada pela diminuição de massa óssea, a osteoporose é uma doença do esqueleto que enfraquece os ossos, ou seja, que retira qualidade e resistência às estruturas ósseas, tornando-as mais vulneráveis ao risco de fratura.

Durante os primeiros anos de vida, mais propriamente durante a infância e adolescência, dá-se um aumento progressivo da densidade óssea, que atinge o seu pico por volta dos 30 anos de idade, altura em que o indivíduo apresenta um esqueleto mais resistente. Após esse período, devido ao processo natural de remodelação dos ossos, a formação de massa óssea é ultrapassada pela progressiva perda de densidade óssea. Se o organismo não conseguir manter uma quantidade adequada de formação óssea, a degradação óssea tornar-se-á cada vez mais acentuada, resultando na osteoporose.

IMPORTÂNCIA DO ESTILO DE VIDA

Esta é, muitas vezes, chamada de “doença silenciosa”, uma vez que os primeiros sinais surgem geralmente numa fase avançada da doença. A fratura é o primeiro sintoma. Como resultado de pequenos traumatismos ou, noutros casos, sem trauma evidente, a fratura osteoporótica é mais frequente nas vértebras, anca e punho. A osteoporose pode causar ainda dores intensas nas costas, diminuição da altura, deformação da coluna vertebral, alterações na postura com cifose progressiva (formação de corcunda) e cabeça e ombros descaídos para frente.

A osteoporose afeta cerca de um milhão de portugueses, atingindo 17% das mulheres e 2,6% dos homens. A diferença explica-se pelo declínio hormonal que ocorre durante a menopausa, que acentua a perda de matriz óssea. Para além do impacto desta doença na qualidade de vida dos doentes, as fraturas osteoporóticas podem ter graves consequências, nomeadamente a incapacitação grave do doente ou até mesmo a mortalidade.

A probabilidade de vir a sofrer de osteoporose aumenta com a idade, mas a doença não é uma consequência inevitável do envelhecimento. As causas podem ser genéticas, associadas a uma baixa estatura e peso, baixo índice de massa corporal e a um historial familiar de fratura. No entanto, também o diagnóstico de outras doenças, como a artrite reumatoide, a utilização de medicamentos, como por exemplo derivados de cortisona, e estilos de vida não saudáveis potenciam o risco de doença.

O escasso consumo de cálcio, tabagismo, o consumo excessivo de álcool e cafeína e o sedentarismo são também fatores de risco, que devem ser corrigidos precocemente.

Em relação ao tratamento, geralmente recorre-se à prescrição de medicamentos, em particular aqueles que são ricos em cálcio e vitamina D, ou substâncias que pretendem inibir a degradação já instalada e estimular a reposição de cálcio no osso e a formação óssea. Contudo, é mais fácil prevenir a perda de massa óssea do que restaurá-la.

Leia o artigo completo na edição de maio 2019 (nº 294)

 


Prevenção da osteoporose começa na infância publicado primeiro em https://saudebemestar.com.pt/

Osteoporose e fraturas ósseas

Uma fratura a cada 3 segundos é causada pela osteoporose. Contudo, existem várias estratégias para ajudar a impedir que esta doença quebre a rotina de uma pessoa.

 

Artigo da responsabilidade da Profª Helena Canhão, Presidente-eleita da Sociedade Portuguesa de Reumatologia

 

A osteoporose é uma doença que afeta o esqueleto, tornando os ossos mais finos e fáceis de fraturar. Em Portugal, está na origem de cerca de 40 mil fraturas por ano, as quais têm um impacto negativo importante na morbilidade e na qualidade de vida dos doentes e que pode ter como consequência a redução da sua sobrevivência.

OS NÚMEROS DA DOENÇA

Um estudo português, EpiReumaPt, publicado em 2016, estimou que a prevalência da osteoporose na população adulta em Portugal era de cerca de 10%, sendo mais frequente nas mulheres do que nos homens. Numa outra análise recentemente publicada, em 2018, sobre dados da população portuguesa, estimou-se uma prevalência de osteoporose de 50% na população feminina com mais de 65 anos, sendo que a prevalência de fraturas de fragilidade neste escalão etário foi de 21%. Além destes dados, mencione-se que cerca de 40 a 50% dos doentes com mais de 70 anos vão necessitar de assistência e de apoio social, o que implica um investimento socioeconómico relevante.

A osteoporose pode existir durante vários anos até que surjam os primeiros sintomas e é preciso, essencialmente, prestar atenção a fraturas resultantes – ou não – de quedas pouco aparatosas, perda de altura superior a 2,5 centímetros, curvatura das costas com aparecimento de corcunda e ombros descaídos para a frente e uma dor nas costas intensa, súbita, sem motivo, que se prolonga.

FRATURAS POR FRAGILIDADE

É importante perceber que, apesar dos fatores de risco, uma fratura de fragilidade está associada à fragilidade do osso que decorre após um traumatismo mínimo como, por exemplo, uma queda na rua. Ou seja, se tivermos um acidente de mota, viação ou num desporto mais intenso e partirmos um osso, não é porque o osso está fraco, mas porque o impacto que aconteceu fez com que aquela energia fosse superior à resistência dos ossos em qualquer pessoa.

Com as fraturas por fragilidade, não falamos meramente deste tipo de fraturas, mas sim de fraturas decorrentes em pequenas atividades no nosso dia a dia, que fazem parte da nossa rotina e que ocorrem em ossos grandes, como os do braço, do punho, da perna, da coxa, da anca, e da coluna vertebral.

Leia o artigo completo na edição de maio 2019 (nº 294)


Osteoporose e fraturas ósseas publicado primeiro em https://saudebemestar.com.pt/

quarta-feira, 15 de maio de 2019

Doenças respiratórias: enorme impacto no doente e na sociedade

As doenças do  aparelho respiratório, não só são altamente prevalentes, como têm um impacto significativo. Segundo a OMS, em 2020, das 10 maiores causas de mortalidade a nível mundial, quatro delas serão do foro respiratório.

Artigo da responsabilidade do Dr.  António Morais, Presidente da Sociedade Portuguesa de Pneumologia

A Pneumologia é a especialidade que estuda, diagnostica e trata as doenças do aparelho respiratório. A relevância de uma atividade tem diretamente a ver com a dimensão e o impacto na população à qual se dedica. Relativamente às doenças do  aparelho respiratório, elas não só são altamente prevalentes, se considerarmos nomeadamente as doenças respiratórias obstrutivas, as infeções respiratórias, o cancro do pulmão ou as doenças respiratórias do sono, como têm um impacto significativo, que é bem demonstrado na previsão que é feita pela Organização Mundial de Saúde, segundo a qual, em 2020, das 10 maiores causas de mortalidade a nível mundial, quatro delas serão do foro respiratório.

A Pneumologia encontra-se, assim, numa encruzilhada: Por um lado, tem de organizar um plano de formação eficaz, que se associe a uma organização funcional onde seja possível uma acessibilidade adequada, um diagnóstico correto e célere, para além de uma intervenção terapêutica sensata e eficaz. Por outro lado, tem de atrair e estimular os investigadores e institutos de investigação, para além das indústrias do medicamento, para uma investigação contínua que contribua para o surgimento de novos fármacos, os quais possibilitem um combate mais eficaz aos múltiplos desafios.

DOENÇAS RESPIRATÓRIAS INFECCIOSAS

Nas várias doenças respiratórias, aquelas que apresentam uma maior incidência são as de etiologia infecciosa. De entre os vários tipos de infeção, no nosso país, destacam-se aquelas relacionadas com infeção pelo vírus da gripe, as pneumonias e a tuberculose pulmonar.

A infeção pelo vírus da gripe tem um impacto significativo de morbilidade e até de mortalidade durante os meses de inverno, sendo um dos combates mais importantes a sua prevenção através da vacinação.

Efetivamente, Portugal tem apresentado uma evolução favorável, da qual é exemplo uma taxa de vacinação de 68% na população acima dos 65 anos, que é um dos valores mais elevados a nível da União Europeia. Compete-nos manter este trabalho, conjuntamente com os outros profissionais de saúde, de forma a manter esta evolução e a elucidar algumas dúvidas injustificadas que permanecem em algumas pessoas, as quais resistem a este método preventivo de elevada segurança e eficácia.

Leia o artigo completo na edição de maio 2019 (nº 294)


Doenças respiratórias: enorme impacto no doente e na sociedade publicado primeiro em https://saudebemestar.com.pt/

Imunoterapia: a evolução no tratamento do cancro

A imunoterapia é uma abordagem terapêutica de sucesso no combate ao cancro, que utiliza o sistema imunológico do doente para combater o tumor.

 

Artigo da responsabilidade da Dra. Ana Raimundo, Oncologista, Diretora Clínica da CUF Instituto de Oncologia

 

 

 

 

A imunoterapia é incontornável quando se fala atualmente no tratamento do cancro. Contudo, a ideia de utilizar as defesas naturais do próprio organismo, como é o caso do sistema imunitário, para combater e destruir células estranhas (células tumorais) vem de longa data. No século XIX, W. B. Colley observou a regressão de tumores cutâneos após a injeção de fragmentos bacterianos nestas lesões malignas. Este resultado era consequência da estimulação das células do sistema imunitário contra as células tumorais, perante a presença de antígenos estranhos. Os antígenos tumorais são moléculas reconhecidas como estranhas pelo sistema imunitário, desencadeando a produção de anticorpos e respostas celulares imunes que vão combater as células tumorais.

Conhecimento aprofundado

A estratégia de utilizar bactérias atenuadas no tratamento de tumores remonta a 1976, quando foi comprovada a eficácia da administração intravesical (dentro da bexiga) da vacina antituberculosa BCG, como meio de prevenir a recorrência de tumores da bexiga não musculoinvasivos. A administração intravesical de BCG ainda hoje continua a ser utilizada.

Na última década, temos assistido à multiplicação de ensaios clínicos utilizando esta estratégia terapêutica, cujos resultados demonstraram o seu benefício no controlo da doença em muitos tipos de cancro, tais como: melanoma, cancro do pulmão, bexiga, rim, cancro da cabeça e pescoço e linfoma de Hodgkin.

A imunoterapia tem demonstrado os seus benefícios na doença avançada, mas também no tratamento adjuvante.

O que potenciou todo este desenvolvimento da imunoterapia como uma das principais estratégias no tratamento do cancro foi a própria evolução no conhecimento do sistema imunitário e da forma como as células deste sistema interagem entre elas e no ambiente tumoral. Este conhecimento mais aprofundado permitiu novas formas de estimular este sistema de defesa, de forma mais eficaz. Mais eficaz porque os tumores têm a capacidade de evitar o reconhecimento e eliminação pelo sistema imunitário, podendo, deste modo, desenvolver-se e metastizar.

Nos últimos dez anos, ocorreu um progresso imenso no conhecimento dos mecanismos que as células tumorais utilizam para escapar a esta vigilância, tendo sido desenvolvidas novas formas de imunoterapia que estimulam as células principais na defesa contra os tumores – os linfócitos T – a reconhecerem e destruírem as células tumorais.

Leia o artigo completo na edição de maio 2019 (nº 294)


Imunoterapia: a evolução no tratamento do cancro publicado primeiro em https://saudebemestar.com.pt/