quarta-feira, 20 de novembro de 2019

Melhorar a vida das pessoas pode ser tão simples!

EXISTE UMA CLÍNICA, EM PLENA AVENIDA DA LIBERDADE, EM LISBOA, REALMENTE FOCADA NO SEU BEM-ESTAR.

 

Desde a sua abertura, em 2016, a Clínica Liberty tem como propósito melhorar a vida das pessoas, através de um conceito de “medicina gourmet”. Pioneira no tratamento da transpiração, foi o primeiro espaço, em Portugal, a especializar-se nas várias resposta, cirurgicas ou não, à hiperidrose (patologia caraterizada pelo excesso de suor), bem como no seu estudo, melhorando a vida dos seus pacientes desde o primeiro dia.

Hoje, é uma clínica de estética que, para além da Transpiração, atua nas áreas de Dermoestética, Cirurgia Plástica, Vascular, Obesidade e Cardio-Torácica, com uma filosofia simples: “Queremos que quem nos visita se sinta em casa e, para isso, tudo o que fazemos é de forma absolutamente personalizada e cuidada…gourmet!”, começa por explicar Rosália Pedrosa, gestora da marca.

O QUE É A MEDICINA GOURMET?

Segundo a administração da Clínica Liberty, a medicina gourmet é aquela que é desenvolvida e aplicada de acordo com cada paciente. “É certo que os tratamentos médicos são sempre personalizados de certa forma. Mas na Clínica Liberty o objectivo era mais do que isso. Quiseram – e conseguiram – implementar uma visão de saúde e de bem-estar global. Quem visita, para além de se sentir em casa, sabe que tudo o que lhe é recomendado e o plano que lhe é traçado, é só para si. Tem sempre a ver com o ritmo, objetivos, necessidades e até personalidade do paciente. É uma abordagem holística de várias especialidades complementada por um atendimento muito próximo e que acompanha o indivíduo a cada etapa.

Para dar vida a este conceito, a Clínica Liberty apostou em três grandes mais-valias – na sua opinião, a base desta “medicina gourmet”: 1) profissionais de confiança, extremamente reputados nas suas áreas e sempre disponíveis para encontrar soluções; 2) uma equipa técnica de apoio prática, que agilize processos e procedimentos burocráticos, sempre de forma a simplificar e acelerar os mesmos, facilitando a vida às pessoas, assumindo a eficiência um papel priimordial e 3) uma equipa constituída por profissionais  que consideram que o sorriso, a visão humana e genuinamente preocupada com o caso de cada paciente são a melhor forma de contribuir para  o bem-estar dos pacientes.

A EVOLUÇÃO DAS PATOLOGIAS EM PORTUGAL – MUDANÇA DE PARADIGMA NA CLÍNICA LIBERTY

Atualmente, a Clínica Liberty tem-se diferenciado na área da medicina estética, com tratamentos de rosto e corporais cirúrgicos (cirurgia plástica) mas também não-invasivos; e dos tratamentos cirúrgicos minimamente invasivos, nos segmentos da transpiração, cirurgia cardio-torácica (exemplo: pectus excavatum), cirurgia vascular e cardiologia.

Nesta última área, o Prof. Dr. Javier Gallego, um dos seus maiores especialistas ibéricos, após começar, desde cedo, a atuar na cirurgia torácica vídeo-assistida, contribuindo para simplificar a técnica cirúrgica para o tratamento da hiperidrose, defende as vantagens de uma abordagem minimanente invasiva sempre que possível, destacando a rapidez das intervenções e o menor tempo de recuperação do paciente.

Fruto do conceito de medicina gourmet, que foi evoluindo a par das necessidades e pedidos dos próprios pacientes, as especialidades da clínica foram assim aumentando como forma de resposta a algumas das patologias com maior prevalência no país e, consequentemente, nos seus pacientes. Vejam-se, por exemplo, os casos da obesidade e das doenças vasculares.

OBESIDADE – 1,4 MILHÕES DE OBESOS EM PORTUGAL

Os últimos dados do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge apontam para o excesso de peso em 39% da população adulta. Falamos, por isso, de quase 26 milhões de portugueses adultos com excesso de peso sendo que, desses, sabe-se que 1,4 milhões são obesos e 250 mil têm obesidade mórbida, segundo revelou a Sociedade Portuguesa para o Estudo da Obesidade no início de outubro de 2019.

De acordo com o Prof. Dr. António Albuquerque, um dos especialistas mais reputados no país em Cirurgia Bariátrica (ou Cirurgia da Obesidade) e um dos formadores do 1° Curso de Minibypass Gástrico em Portugal, “É muito importante percebermos que a obesidade é uma doença, não é só a questão da aparência. Muitas vezes acabamos por ouvir dizer ‘isso passa só com fechar a boca’. Não é verdade e este é um exemplo de algo que não se deve dizer a ninguém, muito menos a uma pessoa com obesidade, que é um doente e que precisa de ajuda”.

E é precisamente com o intuito de ajudar, humanizando o cuidado e acompanhamento, que na Clínica Liberty existe a área de Obesidade, que inclui não só a Cirurgia Bariátrica, mas também a Nutrição, a Psicologia e, por vezes, cirurgias plásticas complementares, dando vida ao gourmet anteriormente explicado, num apoio global ao paciente, nas várias áreas.

DOENÇAS VASCULARES, ARTERIAIS E VENOSAS

Também na mesma ótica, a área Vascular é hoje um dos segmentos da Clínica Liberty, acompanhando e colmatando outra necessidade dos seus pacientes. Em Portugal, os estudos revelam uma prevalência entre os 20 e os 25% de mulheres com Doença Venosa Crónica – varizes (veias dilatadas por baixo da pele) ou derrames (vasos pequenos na espessura da pele). Novamente, falamos de um problema que não é apenas uma questão de estética, mas que acarreta sintomas como a dor, o cansaço, a comichão nos membros inferiores, bem como o seu inchaço, entre outros.

O tratamento vascular, determinado pelo caso específico do paciente, “poderá envolver o recurso a cirurgia ou mesmo a métodos minimamente invasivos”, explica o Dr. Augusto Ministro, Cirurgião Vascular.

HUMANIZAÇÃO DA SAÚDE

As várias áreas de atuação da Clínica Liberty podem ser encontradas em clinicaliberty.pt, estando sempre adjacente a cada uma delas um acompanhamento global, proporcionado pelas diferentes abordagens dos profissionais que compõem a equipa, em que a oferta de uma solução é o objetivo. “Não queremos que as pessoas se sintam perdidas. Se existe um problema para resolver, relacionado com a sua saúde ou bem-estar, conseguem aqui obter o plano, passos e acompanhamento necessário para o resolver”, esclarece Rosália.

 


Melhorar a vida das pessoas pode ser tão simples! publicado primeiro em https://saudebemestar.com.pt/

10 diferenças entre a pele do homem e a da mulher

Antigamente, o cuidado do homem com a pele passava, simplesmente, pelo banho e pelo barbear diários. Porém, nos últimos anos, dermatologistas testemunharam uma mudança profunda na perceção que os homens têm da sua aparência. E ao analisarem as características fisiológicas da pele masculina, chegaram a interessantes conclusões.

 

Tradicionalmente, os homens têm estado mais concentrados em questões de preparação, como numa simples limpeza e barbear, do que em questões de anti-idade. Porém, nos últimos anos, o sexo masculino está a mostrar uma maior preocupação com a sua aparência e o respetivo papel nas suas relações pessoais e, também, nas relações profissionais.

Diferentes preocupações

Devido a uma combinação específica das características fisiológicas da pele, assim como dos efeitos relacionados com a exposição solar, as principais preocupações dos homens podem ser bem diferentes das preocupações das mulheres. Os sinais da idade que as mulheres enfrentam relacionam-se com as rugas, com a pigmentação e com um tom de pele e textura desiguais. No entanto, quando um homem se olha ao espelho, tem tendência a concentrar-se nos papos dos olhos e nas olheiras, assim como no controlo da oleosidade, tamanho dos poros, acne, na irritação proveniente da barba, vermelhidão e nas rugas mais profundas.

Diferentes características

De acordo com investigações, são 10 as razões pelas quais a pele do homem é diferente da pele da mulher. A saber:

  1. A PELE DOS HOMENS É MAIS ESPESSA – Contém mais de 25% de colagénio. Enquanto a diminuição anual deste componente essencial da estrutura da pele é comparável (aproximadamente 1% por ano) à das mulheres, como a pele dos homens é mais espessa, assim permanece toda a vida.
  2. A PELE DOS HOMENS FORMA RUGAS MAIS DENSAS – Uma quebra na quantidade e qualidade de colagénio na pele ocorre, não só pelo envelhecimento natural, mas também devido a fatores ambientais, incluindo danos UV. Mas como os homens têm uma quantidade grande de colagénio, quando isto acontece pode levar a um colapso de colagénio em certas áreas. E, assim, os homens têm tendência a desenvolver linhas menos finas que as das mulheres, sendo que, em certas áreas, eles formam vincos e rugas mais profundas.

Leia o artigo completo na edição de novembro 2019 (nº 299)


10 diferenças entre a pele do homem e a da mulher publicado primeiro em https://saudebemestar.com.pt/

Águas centenárias da Piedade estão de volta

A CIDADE DE ALCOBAÇA VOLTOU A TER ÁGUAS TERMAIS! APÓS 22 ANOS DE INTERRUPÇÃO, AS ÁGUAS DA PIEDADE ESTÃO DE NOVO DISPONÍVEIS, LOCALIZADAS NO COMPLEXO DO YOUR HOTEL & SPA ALCOBAÇA.

 

A utilização das águas da Piedade com fins terapêuticos recua vários séculos no tempo. Segundo estudiosos, as nascentes teriam sido exploradas desde a época da romanização. Inclusivamente, é sabido que no tempo do Cardeal-Rei D Henrique aqui se tomavam “banhos de cura”, tendo sido o primeiro estabelecimento termal a ser criado pelas ordens religiosas de Cister.

UM HOTEL PREPARADO PARA RECEBER AS ÁGUAS TERMAIS

Já no século XX, a exploração foi concedida a vários proprietários até chegar à atual sociedade Termas da Piedade Lda, que desde 1981 tem remodelado a unidade hoteleira. No entanto, em 1997, a atividade termal acabaria por ser interrompida, devido a alterações nas características das águas.

Em 2007, é criado o Your Hotel & Spa, já devidamente preparado para receber posteriormente as águas termais, mas focado apenas em programas de Lazer e Bem-Estar.
O Your Hotel & Spa sofreu vários melhoramentos ao longo dos anos, tendo uma panóplia de serviços adicionais, como restaurante; bar, piscina exterior, campos de ténis, entre muitos outros. Caracteriza-se como um hotel moderno, confortável e localizado no meio da natureza.

Contudo, ao longo destes 22 anos, nunca se desvinculou da sua origem e, no passado dia 12 de Setembro, são reabertas as portas das Termas da Piedade XXI, abrindo espaço novamente para o Termalismo Clássico.

TERMALISMO CLÁSSICO

As Termas da Piedade disponibilizam um conjunto de terapias de Termalismo Clássico que atuam na prevenção e tratamento de inúmeras patologias, através da utilização da água termal e outros meios complementares para fins terapêuticos, promoção de saúde, bem-estar e prevenção de doenças.

As águas termais da Piedade são captadas a 27 graus e com um pH neutro de 7.0, estando indicadas para tratar problemas do aparelho musculoesquelético, aparelho digestivo, aparelho urinário e também doenças de pele.

As Termas da Piedade disponibilizam um vasto leque de tratamentos termais, tais como: hidroterapia; fisioterapia; duche Vichy, duche agulheta, banhos termais, ingestão de águas termais e ainda um tratamento inovador, a hidrocolonterapia, que consiste numa limpeza e purificação do intestino através da utilização das águas para regeneração das células. Para aceder aos serviços terapêuticos deverá iniciar o processo com uma consulta com a nossa equipa médica.

PROGRAMAS DE LAZER E BEM-ESTAR

Para além do fim terapêutico, poderá continuar a usufruir das instalações do Your Hotel & spa numa ótica de Termalismo de Lazer e Bem-Estar, agora com o seu Spa Termal. Um fim de semana de relaxamento profundo torna-se mais fácil e cómodo graças aos vários programas e pacotes disponíveis no hotel.

Poderá consultar os programas mais adequados às suas preferências e necessidades ou outras informações em www.yourhotelspa.com ou solicitá-los através do email  termasdapiedade@yourhotelspa.com ou, ainda, pelo telefone 262 505 370.


Águas centenárias da Piedade estão de volta publicado primeiro em https://saudebemestar.com.pt/

terça-feira, 19 de novembro de 2019

Taekwondo: chegue até onde nunca chegou!

Desenvolva a sua coordenação motora, flexibilidade, equilíbrio e mobilidade articular através da prática de uma arte marcial muito popular, o Taekwondo. Sentirá benefícios também a nível mental!

 

Pela Profª Rita Franco

Licenciada em Ciências do Desporto e Educação Física pela Faculdade de Coimbra e em Fisioterapia pela Escola Superior de Saúde de Aveiro. Exerce funções no Holmes Place Arrábida como fisioterapeuta, personal trainer, instrutora de Pilates e Body Balance. Trabalha também como formadora na Holmes Place Training Academy, no âmbito do Pilates, Personal Training Foundation Course, Plataformas Vibratórias e Ginástica Abdominal Hipopressiva.

 

 

As artes marciais têm vindo a ganhar cada vez mais adeptos em todo o mundo. Os seus exercícios possibilitam a promoção de um desenvolvimento tanto físico como mental e dão aos seus praticantes a capacidade de se defenderem e de submeterem os adversários às suas técnicas. E uma das mais “eficazes” é o Taekwondo, arte marcial de origem coreana.

No Taekwondo, as mãos e os pés são utilizados para vencer o opositor, mas o que distingue este desporto é a conjugação dos movimentos de pontapeio. Deste modo, é necessário um incremento de flexibilidade e mobilidade articular. Venha descobrir como o pode fazer!

O QUE É O TAEKWONDO?

O Taekwondo é uma arte marcial de defesa pessoal, cujo nome significa: TAE (té) “sistema de técnicas de pernas”, KWON (quon) “sistema de técnicas de mãos” e DO (dou) “a arte em si”, “o caminho” ou “o método”. Além de arte marcial, o Taekwondo desenvolveu uma vertente desportiva, sendo esta tutelada mundialmente pela World Taekwondo.

MODALIDADE DE COMPETIÇÃO

Como desporto olímpico, estreou-se nos Jogos de Seul em 1988, onde foi apresentado como desporto de exibição. Em 1993, foi adicionado ao Programa Olímpico, sendo integrando oficialmente nos Jogos de 2000, em Sidney.

BENEFÍCIOS

O Taekwondo é excelente para aqueles que procuram desenvolver uma atividade física completa e diferente daquilo que é habitualmente apresentado em ginásios ou academias.

Os principais benefícios do Taekwondo são:

  • Desenvolve as componentes física e mental do praticante;
  • Promove uma melhoria da coordenação motora, flexibilidade, equilíbrio e mobilidade articular;
  • Promove o ganho de resistência muscular e capacidade cardiorrespiratória;
  • Desenvolve a capacidade de defesa pessoal;
  • Promove o desenvolvimento da memória e da concentração;
  • Ensina o hábito da disciplina, bem como as noções de hierarquia e respeito;
  • Desenvolve o espírito competitivo, autoconfiança, autoestima, vontade de liderança, seriedade, paciência e humildade;
  • Pode ser praticado por crianças, mulheres e idosos.

FLEXIBILIDADE E MOBILIDADE ARTICULAR

Uma das principais diferenças do Taekwondo em relação aos demais desportos de combate é a utilização de um elevado volume de ações técnicas com os membros inferiores. Logo, existe uma relação direta com a necessidade de desenvolvimento da flexibilidade e mobilidade na articulação da anca e na musculatura envolvida.

A flexibilidade possui especificidade em relação à atividade física nas distintas articulações utilizadas para determinadas práticas desportivas. A sua garantia contribui para uma técnica mais apurada, aumentando a eficiência e a segurança do gesto motor (Bardaro et al, 2007).

O Taekwondo é uma modalidade que pode facilitar o aumento da flexibilidade, pois as técnicas fundamentais de pontapés exigem um amplo movimento articular, diminuindo o gasto energético e a possibilidades de lesões musculares, articulares e tendinosas. Segundo Fonseca (2004), o treino da flexibilidade é imprescindível para o Taekwondo, pois o desenvolvimento de altos níveis de mobilidade articular do tronco e dos membros inferiores contribui para um melhor desenvolvimento da capacidade de pontapeio.

Leia o artigo completo na edição de novembro 2019 (nº 299)

 


Taekwondo: chegue até onde nunca chegou! publicado primeiro em https://saudebemestar.com.pt/

Neurociências e saúde: o papel da ética na definição do novo campo

Os principais campos de atuação da área das neurociências clínicas, a prática clínica e a translação do resultado das investigações para a melhoria das condições dos doentes e novos desafios éticos foram alguns dos temas abordados nas recente edição da ICONE – International Conference on Neuroethics.

  

Artigo da responsabilidade do Dr. António Jácomo, Investigador do Instituto de Bioética da Universidade Católica Portuguesa, no Porto

 

Nos dias 16 e 17 de setembro, a Fundação Calouste Gulbenkian recebeu a 5ª edição da ICONE – International Conference on Neuroethics. Esta iniciativa, promovida pelo Instituto de Bioética da Universidade Católica Portuguesa, surgiu pela mão do professor Daniel Serrão e António Jácomo, com o objetivo de debater, com alguns dos maiores especialistas nacionais e internacionais, as questões relacionadas com os desafios éticos das neurociências, abrindo o debate entre neurocientistas e a bioética no sentido de encontrar as convergências éticas em relação a valores e princípios, numa metodologia para cooperação no futuro.

A história destas cinco edições confunde-se com a história do ciclo de seminários “Mente à Sexta-Feira”, no qual, ao longo de várias semanas, discutimos os temas bioéticos mais atuais na área das neurociências.

HISTÓRIA DE SUCESSO

A ICONE, realizada em Portugal, no Porto e Lisboa, alternadamente, tem contado, ao longos das suas edições, com a participação de reputados investigadores na área das neurociências e da bioética, como Elkhonon Goldberg, Nuno Sousa, Rui Costa, Zach Mainen, Jean Pierre Changeaux, Adela Cortina ou Kathinka Evers, tornando-se uma história de sucesso, não apenas pelo número de participantes, mas, também, pelas consequências na área do desenvolvimento da neuroética.

Nos últimos anos, o Instituto de Bioética tem conseguido agregar, efetivamente, investigadores e instituições, no sentido de criar parcerias nas quais questões éticas na área da neurociência foram relevantes.

CRIAÇÃO DE SINERGIAS

Na senda da criação de sinergias, a ICONE de 2019 teve uma dimensão especial ao acolher o Simpósio da rede europeia ERA-NET NEURON. A este nível, refira-se que as redes europeias de áreas de investigação (ERA-NETs) são projetos financiados pela Comissão Europeia em vários campos de investigação e que o seu objetivo é criar um Espaço Europeu de investigação conduzida e financiada em vários países, permitindo que os investigadores trabalhem em conjunto em problemas específicos, troquem ideias e se beneficiem com conhecimentos internacionais.

Acrescente-se, ainda, que a Rede de Financiamento Europeu para investigação em Neurociências (NEURON) foi iniciada em 2003 como uma ação piloto específica de apoio, ação essa que foi desenvolvida numa ERA-NET – NEURON I (2008 – 2011) e NEURON II (2012 – 2015).

NEUROCIÊNCIAS E SAÚDE

Subordinada ao tema “Neurociências e saúde: o papel da ética na definição do novo campo”, a ICONE desenrolou-se na forma de três mesas-redondas.

O primeiro painel começou por fazer uma síntese dos principais campos de atuação da área das neurociências clínicas. Entre as muitas novidades apresentadas, uma é especialmente animadora: o desenvolvimento de terapias não invasivas, através da Estimulação Magnética Transcraniana.

Já a segunda mesa-redonda abordou a prática clínica e a translação do resultado das investigações para a melhoria das condições de vida das pessoas doentes. Neste campo, foi salientada a importância da ligação cada vez mais estreita entre os centros de investigação e as unidades hospitalares, aproximação que tem consequências diretas na qualidade de vida das pessoas doentes.

A terceira mesa-redonda chamou-se a atenção para os desafios éticos que agora se colocam, em especial nas áreas do acesso às novas terapias, ao consentimento informado e ao bem-estar animal na área da investigação.

Para além das intervenções dos painéis, tivemos, ainda, a oportunidade de ouvir a professora Adela Cortina chamar a atenção para a importância da neuroética no desenvolvimento das questões bioéticas.

Durante o primeiro dia, tivemos a oportunidade de avaliar os 52 posters apresentados, dos quais 19 era da área da neuroética. Avaliada a qualidade destas apresentações científicas, foi atribuído o prémio Daniel Serrão a quatro trabalhos apresentados, sendo dois da área da neuroética e dois na área das neurociências.

Leia o artigo completo na edição de novembro 2019 (nº 299)


Neurociências e saúde: o papel da ética na definição do novo campo publicado primeiro em https://saudebemestar.com.pt/

Mielodisplasias e leucemia mieloide aguda: o que falta para melhorarmos o tratamento?

Recentemente, tem havido muita investigação no sentido de desenvolver tratamentos mais dirigidos a estas doenças. Temos grandes esperanças que estes novos tratamentos venham melhorar a qualidade de vida e a sobrevivência dos doentes.

Artigo da responsabilidade do Prof. António de Almeida, Diretor de Hematologia do Hospital da Luz e professor auxiliar convidado da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa.

 

As síndromes mielodisplásicas (SMD) e a leucemia mieloide aguda (LMA) são ambas cancros do sangue que ocorrem com maior frequência em indivíduos com mais de 60 anos. Estas doenças desenvolvem-se como resultado de acumulação de erros genéticos que surgem espontaneamente, ao longo do tempo, nas células que produzem o sangue. É esta a razão pela qual estas doenças são mais frequentes na população mais idosa, na qual a sobrevivência longa dá mais tempo para a acumulação destes erros.

CORRIGIR A ANEMIA

As características clínicas destas duas doenças são bastante semelhantes. Ambas se manifestam com redução de produção das células do sangue: anemia, redução de glóbulos brancos e de plaquetas. Estas reduções têm consequências clínicas importantes, como maior suscetibilidade à infeção no caso dos glóbulos brancos e hemorragia no caso das plaquetas.

No entanto, a anemia é aquela que gera mais sintomas, como cansaço, falta de ar e dificuldade em realizar tarefas diárias. O impacto da anemia é muito mais grave nos doentes idosos, que muitas vezes já sofrem de doenças de coração e pulmões. Neste contexto, a anemia agrava ainda mais os sintomas que as outras doenças produzem. Por esta razão, é tão importante corrigir a anemia nos doentes com SMD a LMA.

TRANSFUSÕES: ESSENCIAIS, MAS INCÓMODAS

As transfusões de sangue são o tratamento mais usado para corrigir a anemia nestes doentes. Estas são quase inevitáveis e podem salvar a vida dos doentes com anemia grave. As transfusões são o tratamento mais eficaz em situações de urgência para corrigir anemias graves e também podem ser usadas para tratar anemia em doentes com anemia crónica. No entanto, as transfusões obrigam a deslocação regular ao hospital, um tempo prolongado de administração e, apesar de corrigirem a anemia, só o fazem durante um curto período de tempo.

É frequente doentes com SMD ou LMA precisarem de transfusões quinzenais ou mesmo semanais. A anemia e e as transfusões têm, portanto, um impacto muito negativo na qualidade de vida dos doentes. Consequentemente, apesar de as transfusões de sangue terem um papel essencial no tratamento destas doenças, o ideal seria ter tratamentos que corrigissem a anemia de modo estável, sem haver necessidade de recorrer a transfusões.

TRATAMENTOS MAIS USADOS

Os objetivos de tratamento das SMD e LMA nos doentes mais idosos são semelhantes: corrigir a anemia e outros componentes do sangue, minimizando assim os sintomas que estes produzem e atrasando a evolução da doença. Para desenvolver estes tratamentos foi preciso perceber bem os mecanismos que estão por trás das SMD e da LMA.

Nas SMD, as alterações genéticas levam a que as células que produzem o sangue morram mais precocemente na medula. Este processo faz com que a medula esteja cheia de células que se dividem muito, mas morrem antes de produzir sangue eficazmente. Ao longo do tempo, acumulam-se mais erros genéticos e a doença transforma-se em LMA.

Mais de 80% dos doentes com SMD sofrem de anemia. Apesar de percebermos cada vez melhor os mecanismos que estão por trás desta doença, ainda temos poucos tratamentos eficazes para corrigir a redução de produção de sangue. Os tratamentos mais usados nestes doentes são:

 Eritropoetina, a hormona que estimula a produção de glóbulos vermelhos. Esta só resulta em cerca de 30% dos doentes e, quando há resposta, esta dura, em média, 2 anos.

 Lenalidomida, um fármaco novo que tem excelentes resultados num subgrupo de doentes com SMD com uma alteração genética específica. No entanto, somente cerca de 20% dos doentes com SMD é que têm esta alteração genética.

A LMA é causada por uma acumulação de células imaturas que não conseguem produzir sangue, mas que ocupam o espaço da medula, não deixando as células normais que restam produzir o sangue. Nos doentes mais jovens, a LMA é causada por alterações genéticas pontuais, mas a LMA no idoso é mais complexa, com muitas alterações genéticas mais parecidas com as SMD. Esta diferença entre os tipos de alterações genéticas faz com que os tratamentos intensivos, como a quimioterapia e o transplante de medula, que funcionam bem nos doentes mais jovens, sejam menos eficazes nos doentes idosos.

Quase todos os doentes com LMA têm anemia. Enquanto nas SMD os tratamentos visam estimular a produção de glóbulos vermelhos, na LMA os tratamentos visam levar a que as células imaturas que se acumulam se transformem em células normais, capazes de produzir sangue. O tratamento mais eficaz tem sido com os agentes hipometilantes, Azacitidina e Decitabina. Com estes tratamentos, cerca de 60% dos doentes com LMA ou com SMD em evolução para LMA melhoram da sua anemia. Estas respostas duram uma média de 2 anos.

INVESTIGAÇÕES RECENTES

Apesar de se terem conseguido grandes avanços no conhecimento dos mecanismos por trás destas doenças, ainda temos poucos tratamentos eficazes a oferecer aos nossos doentes.

Recentemente, tem havido muita investigação no sentido de desenvolver tratamentos mais dirigidos a estas doenças. Alguns destes fármacos estimulam a produção de glóbulos vermelhos por outras vias e outros alvejam alterações genéticas específicas que estão na origem da evolução para a LMA. Temos grandes esperanças que estes novos tratamentos venham melhorar a qualidade de vida e a sobrevivência dos doentes com SMD e LMA.

Leia o artigo completo na edição de novembro 2019 (nº 299)


Mielodisplasias e leucemia mieloide aguda: o que falta para melhorarmos o tratamento? publicado primeiro em https://saudebemestar.com.pt/

quarta-feira, 13 de novembro de 2019

Atividade física: não há desculpas para ficar parado

A prática de exercício físico traz inúmeros benefícios para o organismo, ao nível do bem-estar geral, do sono e da prevenção de doenças. No caso da diabetes tipo 1, é uma ajuda preciosa.

Artigo da responsabilidade da Dra. Susana Castilho, médica pediatra, diabética tipo 1 desde os 12 anos de idade, membro da direção da AJDP – Associação de Jovens Diabéticos de Portugal e coordenadora da equipa médica dos campos de férias da AJDP

 

No que toca a saúde e ao bem-estar, poucas coisas têm mais impacto do que a atividade física. Além de contribuir para a prevenção de várias doenças, a prática de atividade física traz inúmeros benefícios para o nosso corpo que, globalmente, nos fazem sentir melhor, dormir melhor e até raciocinar melhor. Alguns destes benefícios são imediatos: após uma única sessão de atividade física moderada a intensa, verifica-se logo uma redução da tensão arterial, melhoria do metabolismo, melhoria da qualidade do sono, redução de sintomas de ansiedade e uma melhoria da cognição. A realização de exercício físico de forma regular maximiza estes efeitos, o que, por sua vez, contribui para a redução do risco de desenvolver no futuro doenças cardiovasculares, hipertensão, diabetes tipo 2 e obesidade.

No caso particular de pessoas com diabetes mellitus (DM), um grupo de doenças crónicas associadas a alterações no metabolismo da glicose, ainda mais importante se torna a adoção de um estilo de vida ativo.

DIABETES TIPO 1 E TIPO 2

Para melhor perceber os efeitos da atividade física nestas doenças, convém esclarecer alguns conceitos. Existem vários tipos de DM, sendo os mais frequentes o tipo 1 e o tipo 2. A diabetes tipo 2 (DM2) é a mais predominante na população e ocorre quando a insulina, hormona que regula os níveis de glicose no sangue, não consegue atuar adequadamente, fazendo com que se acumule açúcar a mais (hiperglicemia). Este tipo de diabetes é diagnosticado mais frequentemente na idade adulta e pessoas com maus hábitos alimentares, sedentárias e com excesso de peso/obesidade têm maior risco de a desenvolver. A prática de atividade física regular contribui para a prevenção ativa da DM2.

Já a diabetes tipo 1 (DM1) é diagnosticada habitualmente em crianças ou adultos jovens e ocorre porque o pâncreas deixa de produzir insulina e, consequentemente, os níveis de açúcar no sangue sobem. Neste tipo de diabetes, a única forma de tratamento é a administração de insulina através de várias injeções diárias, não sendo possível controlá-la com a toma de comprimidos ou suplementos. É importante perceber que não existe forma de prevenir a DM1, não estando relacionada com a alimentação, sedentarismo nem outros hábitos de vida.

Apesar de a DM1 ser uma doença complexa, é possível controlá-la com a utilização de insulina e monitorização dos níveis de açúcar no sangue (glicemia), permitindo uma vida praticamente normal e sem limitações. Mas, então, e o exercício físico? Qual o seu papel neste tipo de diabetes?

PODEROSO ALIADO

A atividade física pode e deve ser integrada na rotina de uma pessoa com diabetes tipo 1. Além de beneficiar de todas as vantagens já referidas no bem-estar geral, no sono e na prevenção de doenças, a pessoa com DM1 vai encontrar na atividade física um aliado poderoso para a gestão da sua condição.

A insulina atua como uma chave que permite a entrada do açúcar que está no sangue para dentro das células, para que estas o possam usar para obter energia. O exercício físico facilita ainda mais esta entrada de açúcar para dentro das células, reduzindo a necessidade de insulina e ativando outras hormonas que melhoram o funcionamento e metabolismo dos músculos. Nas pessoas com DM1, estas alterações hormonais facilitam o controlo dos níveis de açúcar no sangue, com aumento do bem-estar e redução do risco de complicações a longo prazo.

Para que estes objetivos possam ser atingidos, a pessoa com DM1 deve aprender os cuidados e atitudes a adotar antes, durante e após o exercício físico, como, por exemplo, a monitorização frequente da glicemia, a alteração das doses de insulina e/ou da alimentação.

Leia o artigo completo na edição de novembro 2019 (nº 299)


Atividade física: não há desculpas para ficar parado publicado primeiro em https://saudebemestar.com.pt/

Grandes avanços no tratamento da diabetes

Os últimos anos apresentaram grandes avanços no tratamento da diabetes. A tecnologia, associada à adequada educação terapêutica, tem sido fundamental no rigor que permite proporcionar às pessoas no tratamento da doença. Descubra este admirável mundo novo.

Artigo da responsabilidade da Dra. Joana Queirós, endocrinologista; Direção da Sociedade Portuguesa de Diabetologia

Mais de 1 milhão de portugueses convivem atualmente com a diabetes. De acordo com o relatório do Observatório Nacional de Diabetes, da Sociedade Portuguesa de Diabetologia, a prevalência estimada da patologia na população portuguesa é de 13,3%. A este número somam-se mais de dois milhões de pessoas com pré-diabetes.

Apesar dos investimentos no diagnóstico precoce e dos avanços terapêuticos, a diabetes continua a condicionar elevados custos económicos, sociais e humanos.

AVANÇOS DA MEDICINA

Os avanços na Medicina têm tentado proporcionar a todas as pessoas com diabetes uma vida mais próxima do normal. Encontrar novas possibilidades de tratamento, mais eficazes, com maior comodidade e melhor controlo dos níveis de açúcar no sangue, têm constituído os objetivos dos múltiplos estudos realizados nas últimas décadas.

Em Portugal, o acesso à inovação nesta área tem tido diversas limitações, nomeadamente no acesso às novas insulinas, o que não permite a sua adequada utilização, ao contrário do que acontece nos restantes países europeus. Continuam a existir limites orçamentais no Serviço Nacional de Saúde, de que também é exemplo a dificuldade de acesso a bombas infusoras de insulina nos doentes com diabetes tipo 1, realidade que não estimula o controlo adequado dos doentes.

Neste artigo, vou falar de algumas destas novidades. Prepare-se, pois é, de facto, um admirável mundo novo que se abre diante dos nossos olhos!

NOVAS TERAPÊUTICAS

INSULINA ASPÁRTICO DE AÇÃO ULTRA RÁPIDA

Existe apenas uma única insulina deste tipo aprovada e começou a ser comercializada em Portugal há apenas cerca de 3 meses. É uma insulina de administração às refeições, que imita de forma mais natural a resposta fisiológica à insulina após uma refeição. Esta insulina demonstrou melhoria do controlo da diabetes e, ainda, uma menor taxa de hipoglicemias graves.

INSULINA DEGLUDEC

É uma insulina basal de administração diária, com uma duração de ação que ultrapassa as 42 horas, com um efeito mais estável na redução da glicose, associando-se também a menos hipoglicemias, nomeadamente no período noturno. Esta insulina ficou disponível no nosso país no início deste ano.

FÁRMACOS COM ATUAÇÃO NO RIM

Recentemente, foi lançada no mercado uma nova classe de medicamentos, os inibidores do SLGT2.

O alvo destes medicamentos é bloquear uma proteína localizada a nível renal chamada co-transportador da glicose sódica 2 (SGLT2). O SGLT2 reabsorve de volta para a corrente sanguínea a glicose do sangue filtrada nos rins. Ao bloquear a ação do SGLT2, estes fármacos fazem com que a glicose seja removida pela urina, reduzindo os seus níveis no sangue. Vários medicamentos desta classe foram desenvolvidos nos últimos anos: empagliflozina, dapagliflozina, canagliflozina e ertugliflozina.

A redução da glicose no sangue acontece de forma independente da insulina. Estes fármacos promovem, ainda, a redução de peso e redução da pressão arterial.

ANÁLOGOS GLP-1

Os análogos do GLP-1 são fármacos injetáveis, não insulina, para o tratamento da diabetes tipo 2. O liraglutido e o dulaglutido são comercializados em Portugal há algum tempo. O semaglutido é novo análogo do GLP-1 de administração semanal, responsável por maiores reduções da HbA1c e do peso corporal, comparativamente com fármacos do mesmo grupo.

Existem também medicamentos compostos, como por exemplo a insulina degludec com liraglutido, em que o paciente tem o tratamento com dois medicamentos numa mesma caneta de aplicação, diminuindo o número de ‘picadas’ e reduzindo também a quantidade de insulina. Esta modalidade terapêutica não está ainda disponível no nosso país.

NOVAS TECNOLOGIAS

As bombas infusoras de insulina, os sensores de monitorização da glicose (retrospetiva ou em tempo real), as aplicações para contagem de equivalentes alimentares, de calorias e escolha de alimento, são apenas algumas das mais recentes novidades no campo terapêutico da diabetes. As bombas infusoras de insulina têm uma utilização preferencial na diabetes tipo 1, enquanto os restantes produtos podem ser utilizados na diabetes tipo 1 e tipo 2.

BOMBAS INFUSORAS DE INSULINA

As bombas infusoras de insulina são aparelhos de pequenas dimensões, que dispõem de reservatórios e de um mecanismo de perfusão subcutânea de insulina através de um catéter, com débitos variáveis programáveis durante as 24 horas, e que têm demostrado eficácia na redução dos episódios de hipoglicemia, na melhoria do controlo metabólico e maior flexibilidade da qualidade de vida das pessoas com diabetes.

MONITORIZAÇÃO CONTÍNUA DA GLICOSE

Os dispositivos de monitorização contínua da glicose (MCG) em tempo real permitem obter uma grande quantidade de dados, alarmes para hipo e hiperglicemia, cobertura de 24 horas durante os 7 dias da semana e capacidade para caracterizar a variabilidade glicémica, mas requerem calibração diária.

Leia o artigo completo na edição de novembro 2019 (nº 299)


Grandes avanços no tratamento da diabetes publicado primeiro em https://saudebemestar.com.pt/

Diabetes: a pior das doenças

A diabetes mellitus tipo 2 é um dos grandes problemas de saúde pública. Afeta 10% da população portuguesa entre os 25 e os 74 anos, e 23,8% no escalão etário entre 65 e os 74 anos. E é o principal fator de desenvolvimento de doenças graves. O custo socioeconómico desta doença é enorme.

Artigo da responsabilidade do Dr. Rui Ribeiro, coordenador da Unidade de Cirurgia Geral e do 

A diabetes mellitus tipo 2 é um dos grandes problemas de Saúde Pública, juntamente com a obesidade e a hipertensão arterial. Em Portugal, segundo o Retrato da Saúde 2018, relatório oficial do Ministério da Saúde, a diabetes afeta 10% da população entre os 25 e os 74 anos, sobretudo os homens e a população mais idosa. No escalão etário entre os 65 e os 74 anos, a prevalência aumenta para 23,8%. No entanto, boa parte dos diabéticos e pré-diabéticos não sabem que o são e, como tal, não fazem a prevenção e tratamento recomendados.

O relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) de 2017 estimou que Portugal tinha, em 2015, uma taxa de prevalência de diabetes de 9,9% em adultos, valor que se encontra acima da média da OCDE35, que se situa nos 7 por cento.

CAUSAS EVITÁVEIS

As regiões de Lisboa e Vale do Tejo, bem como as Ilhas, são as áreas mais afetadas e onde devem ser implementados mais programas de rastreio e prevenção. Uma baixa condição social, provavelmente por carências no acesso à informação ou aos cuidados de saúde primários, é determinante no aparecimento da doença, sendo o fenómeno claro nos indivíduos desempregados ou sem atividade profissional, em que se registam mais casos de hipertensão arterial, obesidade e diabetes.

Estes valores são preocupantes e devem ser motivo de reflexão. As causas da diabetes são de natureza não apenas individual, mas também social. Mas todas são evitáveis. Fatores como o excesso de peso ou a obesidade, uma alimentação pouco equilibrada, o sedentarismo, o tabagismo ou o alcoolismo, as dislipidemias não dependem exclusivamente do doente e o seu controlo exige medidas mais profundas que alterem alguns aspetos prejudiciais da teia socioeconómica e cultural em que estamos imersos.

Cerca de 80% dos diabéticos portugueses têm excesso de peso ou obesidade e, desde logo, os cidadãos têm de concentrar-se em criar hábitos alimentares mais saudáveis e praticar atividade física regular. Aos governantes cabe criar as condições para que tal aconteça de forma mais fácil e célere.

FATOR DE DESENVOLVIMENTO DE DOENÇAS GRAVES

A diabetes é o principal fator de desenvolvimento das doenças cardiovasculares e cerebrovasculares, sendo ainda a principal causa de cegueira. Provoca 40 a 55% dos casos de doença renal terminal, é uma causa importante de doenças do foro neurológico – polineuropatias – e provoca um flagelo chamado pé diabético, sendo responsável por 70% das amputações dos membros inferiores. Está associada a 50 a 60% dos casos de doença coronária, ao enfarte do miocárdio e acidentes vasculares cerebrais e aumenta a probabilidade de depressão e a incidência de alguns cancros.

O custo socioeconómico desta doença é enorme e em Portugal, em 2015, calculou-se que a diabetes tipo 2 foi responsável por 12% dos gastos em saúde, correspondente a 1% do PIB nacional.

Leia o artigo completo na edição de novembro 2019 (nº 299)


Diabetes: a pior das doenças publicado primeiro em https://saudebemestar.com.pt/

terça-feira, 12 de novembro de 2019

Obesidade e cirurgia estética

“Preferia ser gorda.” Ouço isto tantas e tantas vezes no meu consultório, por parte de ex-obesos que agora se veem a braços com quilos e quilos de pele em excesso, pendurada, flácida e que, assim, veem a sua vida ainda mais limitada do que antes. É uma realidade, infelizmente, e atinge muitos milhares de pessoas.

 

Artigo da responsabilidade do Dr. João Bastos Martins, especialista em Cirurgia Plástica, Estética e Reconstrutiva

 

Sabia que, segundo a Fundação Portuguesa de Cardiologia, cerca de metade da população portuguesa tem excesso de peso? E que perto de 1 milhão de adultos sofre mesmo de obesidade? É inquietante. É um problema tão grave e tão transversal a tantas sociedades que a Organização Mundial da Saúde já considera a obesidade uma epidemia. Há que travá-la, há que alertar para os perigos que podem advir de um cenário de excesso de peso, há que promover, cada vez mais, uma vida saudável e ativa. E nunca é demais lembrar e repetir, repetir, repetir. Porque, afinal, parece que continuamos a não conseguir travar a situação.

Apesar da multiplicação de esforços das entidades responsáveis, que se desdobram em campanhas de alerta, apesar da moda da comida saudável e até da moda do running, que se pensou que viria mobilizar os portugueses, continuamos com índices de obesidade altos e o número de pessoas com excesso de peso no país é demasiado elevado.

Seja porque estamos tristes ou porque estamos contentes, por genética, por distúrbio, por nervosismo, por descontrolo ou por escape, comemos em excesso sem a noção do real impacto que isso vai ter na nossa vida a médio e longo prazo, na saúde, na vida familiar e amorosa, na vida profissional, na nossa imagem e na nossa autoestima. É difícil lidar com os limites, conhecê-los e respeitá-los, mas é preciso aceitá-los e viver com eles para ter uma vida mais equilibrada. Na alimentação, como no resto da vida, é no equilíbrio que está a chave para o sucesso e felicidade.

REVERTER O QUADRO

Mas é tão urgente alertar para esse equilíbrio quanto apoiar quem já está afetado por esta problemática, revertendo o quadro clínico, físico e mental. Sim, mental, porque o impacto psicológico nestas pessoas é marcante. O estigma associado aos gordos, o olhar de lado, o fechar portas para empregos, o apontar de dedos são “facadas” para estes pacientes, capazes de deixar feridas profundas e muitas vezes irreversíveis. Como se já não lhes bastasse o facto de terem de viver com a sua imagem deformada, os problemas de saúde que advêm da obesidade (hipertensão, diabetes, doenças cardiovasculares e metabólicas, problemas de circulação, nos ossos, etc.), as dificuldades de relacionamento (quer a nível social, quer a nível sexual), os sonhos adiados e a vergonha. Tantas vezes a vergonha, resultando em isolamento, em apatia e em depressões profundas que se arrastam por décadas.

EM CASOS DE OBESIDADE SEVERA

Uma dieta saudável e exercício físico são sempre tópicos recomendados – claro –, mas, na maioria das vezes, insuficientes. Em casos de obesidade severa ou mórbida, a cirurgia bariátrica é a única capaz de parar o problema, reduzindo o estômago ou alterando o intestino e, consequentemente, diminuindo a comida ingerida e/ou absorvida.

Mas depois vem todo o processo de emagrecimento, o ver a flacidez a aumentar, as peles penduradas. E quanto mais peso perdem, maior o impacto visual – pela positiva (a perda de volume) e pela negativa (excesso de pele). Com isso, continuam a não conseguir vestir as roupas que desejam, continuam a não conseguir enfrentar o espelho e muito menos o parceiro.

A perda de peso, só por si, não é suficiente para trazer de volta o bem-estar necessário, a vida sexual, a autoestima, o tal equilíbrio na vida familiar e profissional. É a cirurgia estética o passo seguinte.

Leia o artigo completo na edição de novembro 2019 (nº 299)


Obesidade e cirurgia estética publicado primeiro em https://saudebemestar.com.pt/

Novembro Azul: um sinal de alerta para a saúde dos homens - em Família

ANS estimula ações de prevenção e cuidado para evitar câncer de próstata
Novembro Azul: um sinal de alerta para a saúde dos homens - em Família publicado primeiro em https://vivasaude.digisa.com.br/

Dia Mundial de Combate à Pneumonia: doença é a principal causa de morte em crianças menores de cinco anos em todo o mundo - em CLÍNICA GERAL

Conheça as causas, sintomas e tratamentos da pneumonia
Dia Mundial de Combate à Pneumonia: doença é a principal causa de morte em crianças menores de cinco anos em todo o mundo - em CLÍNICA GERAL publicado primeiro em https://vivasaude.digisa.com.br/

Nutrição em tempo de frio

Aproxima-se o inverno, com a chuva e o frio característicos, e com eles alguns ataques à forma física e ao apetite.

 

Com o tempo frio, o corpo despende mais calorias para se manter quente. Isto pode conduzir a duas situações: o aumento da ingestão alimentar e a procura de alimentos mais ricos em calorias, o que geralmente se traduz em gorduras e açúcares.

No entanto, é possível manter uma alimentação equilibrada, mas que ajuda a combater a sensação de frio durante os meses de inverno. Uma nutrição adequada também ajuda a resistir às doenças mais comuns da estação, como a constipação e a gripe, porque alguns alimentos podem reforçar o sistema imunitário e auxiliar a minorar os problemas derivados dos vírus e bactérias.

COMIDAS PICANTES

Comecemos pelas comidas picantes, que fornecem calor natural ao nosso corpo. Aquecem-nos por dentro e ajudam a combater a congestão nasal. Podemos dar mais sabor e mais saúde à nossa cozinha usando pimentos picantes, malagueta e piripiri. O teor de capsaicina (um fitoquímico que dá o saber picante às pimentas) atua como preventivo de infeções bacterianas e fortalece os tecidos pulmonares. A capsaicina tem uma atuação semelhante a uma aspirina natural sobre os coágulos do sangue, dissolvendo-os; atua sobre o muco pulmonar, tendo propriedades expetorantes; é descongestionante; transforma as calorias dos alimentos em calor; e tem ação antibacteriana. Mais ainda: combate o envelhecimento ao atuar como antioxidante e ajuda a controlar o apetite.

Dentro das comidas picantes podemos incluir também o caril e a mostarda, ricos em curcumina, que tem propriedades anti-inflamatórias e de prevenção de alguns tipos de cancro, como os do pulmão, mama, fígado, estômago, esófago, intestino e cólon.

PODEROSO ALHO

O alho é outro alimento benéfico no tempo frio (e não só, porque deve ser consumido durante todo o ano). Estudos referem que o alho contém um composto chamado alicina, que pode ser considerado um antibiótico natural e defende a própria planta dos micro-organismos que tentem atacá-la. Este alimento poderoso também tem propriedades anti-inflamatórias, de intervenção na prevenção da hipertensão, na diminuição do risco de ataque cardíaco, no tratamento de diarreia, na diabetes e na destruição de células cancerosas. A alicina pode, igualmente, ser eficaz na redução do tempo da constipação e ajuda o sistema imunológico a combater as infeções. Facilmente acessível, o alho pode fazer parte de quase todos os nossos pratos, desde as sopas às saladas.

LÍQUIDOS QUENTES E FRIOS

Não são apenas os alimentos sólidos que fazem bem durante a estação fria. Quase todos os líquidos quentes são benéficos para a saúde no inverno, uns com mais calorias do que outros. Os líquidos quentes atuam mais ou menos como as comidas picantes, sendo descongestionantes, calmantes e revigorantes. Um caldo de galinha quente, um chá verde, leite quente (de preferência de soja) com mel ou um chocolate quente (mas feito com chocolate negro e pouco açúcar) são uma boa ajuda para a disposição, principalmente quando estamos doentes.

Qualquer tipo de líquido ajuda a manter-nos bem no inverno, não são só os líquidos quentes. A simples água é sempre vital, mas todos os líquidos ajudam a expulsar as toxinas do organismo. Consuma sopa, chás, água e sumos naturais, principalmente de citrinos, pelo seu rico teor em vitamina C.

Leia o artigo completo na edição de novembro 2019 (nº 299)


Nutrição em tempo de frio publicado primeiro em https://saudebemestar.com.pt/

Alimentação saudável na gestação: conheça as melhores opções

A gravidez é o momento ideal para iniciar uma alimentação saudável. Os benefícios não se farão esperar: você sentir-se-á melhor e o seu bebé crescerá com mais saúde.

 

Os nove meses que o futuro bebé passa no útero materno constituem o período mais sensível da sua vida: nestes meses, formam-se todos os seus órgãos e tecidos, alimentados pelos nutrientes que lhe chegam através da placenta.

Comer bem é o melhor presente de saúde que pode dar ao seu filho: o sistema imunológico, o metabolismo, o sistema nervoso, até as capacidades intelectuais da criança têm muito a ver com o modo como a mãe se alimentou, enquanto a carregou no ventre.

Inclusivamente, alguns investigadores sustentam que certas perturbações crónicas, como a diabetes, podem ter a sua origem numa má nutrição, durante a vida intrauterina; e todos concordam que, por vezes, esta circunstância se traduz em consequências fatais, a curto prazo: aborto espontâneo, parto prematuro, baixo peso à nascença, menor resistência às infeções ou doenças graves, como a espinha bífida.

Por outro lado, uma alimentação adequada permite à mulher tornar mais ligeiros muitos dos típicos transtornos da gravidez, bem como enfrentar, com mais hipóteses de êxito, o momento do parto e o período do aleitamento que se segue.

Alimentar uma nova vida

A grávida tem de sintetizar muitos tecidos novos: os do feto, da placenta, do útero e das mamas, bem como os fluidos corporais (líquido amniótico e acrescento de volume sanguíneo), totalizando cerca de 12 kg, no final da gestação. Consequentemente, o organismo exige nutrientes, para fazer face a esse duplo crescimento, cabendo a si escolhê-los bem.

Mas não se preocupe em demasia: se tem ao seu alcance os alimentos básicos, terá acesso aos nutrientes de que ambos necessitam. Para ajudá-la nesta aventura, o seu organismo efetuará os ajustes necessários.

As alterações metabólicas que vão produzir-se, a partir de agora, são espetaculares: nunca, em nenhuma outra fase da vida, experimentará mudanças tão intensas. Sabiamente dirigidas pelas hormonas da gravidez, o seu objetivo é proteger o feto, no caso da mãe “distrair-se” e cuidar-se menos do que deve. Estas são as alterações mais importantes:

  • Em geral, o seu organismo tende a “poupar” energia, nos primeiros meses, para a utilizar na reta final, quando o crescimento do feto se acelera e, consequentemente, as suas exigências são maiores. O primeiro sinal é o cansaço, que a obriga a descansar e a não despender mais energia do que a necessária.
  • Aumenta, agora, a secreção de insulina, a hormona que se encarrega de retirar o excesso de açúcar no sangue e de levá-lo para o fígado, onde fica armazenado, para posterior uso. Por esta razão, é mais fácil sofrer uma hipoglicemia, se se permanecer muitas horas sem comer, sobretudo nos meses finais.
  • Com a gravidez, modifica-se o metabolismo dos lípidos: as gorduras também são «poupadas», sendo armazenadas nas coxas e nádegas. A partir da segunda metade da gravidez, a situação inverte-se e a hormona encarregue de mobilizar a gordura armazenada funciona com pleno rendimento. Esta gordura será utilizada como fonte de energia alternativa à glucose.
  • O trânsito intestinal abranda, os alimentos permanecem mais tempo no intestino e isto permite que os nutrientes sejam melhor aproveitados. Em contrapartida, as suas digestões tornar-se-ão mais pesadas. Com isto, melhora a absorção de minerais muito importantes nesta fase, como o ferro e o cálcio.

Leia o artigo completo na edição de novembro 2019 (nº 299)

 


Alimentação saudável na gestação: conheça as melhores opções publicado primeiro em https://saudebemestar.com.pt/

Vitrificar óvulos antes dos 35 anos aumenta em 40% a taxa de sucesso de gravidez

O IVI foi pioneiro a nível ibérico na técnica de vitrificação. Este estudo conta com a maior amostra do mundo.

 

A possibilidade de preservar o potencial reprodutivo representou um grande avanço para a Medicina Reprodutiva. As doentes diagnosticadas com cancro que se submetam a um tratamento de quimioterapia ou radioterapia que pode afetar a fertilidade ou aquelas mulheres que, por qualquer outra razão, queiram adiar o seu projeto reprodutivo, têm a opção de vitrificar os seus óvulos. E, no futuro, se decidirem engravidar e não conseguirem de forma espontânea, podem recorrer aos mesmos.

PROCESSO SIMPLES E RÁPIDO

“Em Portugal, como no resto da Europa, a tendência atual é adiar a maternidade por vários motivos, seja a aposta na carreira, numa maior estabilidade e independência financeira ou simplesmente não ter a pessoa certa ao seu lado”, refere a ginecologista Dra. Tatiana Semenova, do IVI Lisboa. “Por isso, surgiu o conceito de preservação de fertilidade ‘social’, que permite às mulheres gerir a sua vida de acordo com os seus objetivos. A altura ideal para fazê-lo é até aos 35 anos para poder ‘guardar’ os ovócitos em quantidade suficiente e de boa qualidade. É um processo simples e rápido que se conclui em cerca de duas semanas”, explica a especialista.

IMPORTÂNCIA DA IDADE

Recentemente, a prestigiada revista Human Reproduction publicou um estudo liderado pela Dra. Ana Cobo, diretora da Unidade de Criobiologia do IVI, intitulado “Elective and oco-fertility preservation: factors related to IVF outcomes”, no qual também participaram os doutores José Remohí, Antonio Pellicer e Juan Antonio García-Velasco. Este estudo dá resposta às principais dúvidas das mulheres em relação à preservação de fertilidade, e inclui estatísticas acerca da taxa de gravidez que pode alcançar uma mulher que vitrifique os seus óvulos, em função da idade e do número de ovócitos que vitrifique.

“Um dado muito chamativo é que as mulheres menores de 35 anos que preservaram a sua fertilidade por motivos sociais alcançaram uma taxa de sucesso de 94% ao obter 24 ovócitos para vitrificar, enquanto as que tinham mais de 35 anos, com uma quantidade semelhante de ovócitos, apenas chegavam a 50% de probabilidade de gravidez de termo. Daí a importância de preservar a fertilidade antes dos 35 anos, algo que desde sempre insistimos, por conhecermos o efeito da idade na qualidade dos óvulos”, explica a Dra. Ana Cobo.

MOTIVOS ONCOLÓGICOS

No grupo de doentes que vitrificam por motivos oncológicos não se observa a mesma tendência, em grande parte devido ao tamanho da amostra que regressa para utilizar os óvulos vitrificados.

O estudo é uma amostra da realidade social, que indica como o grupo maioritário de mulheres que preserva a sua fertilidade por motivos sociais continua a situar-se acima dos 35 anos. De facto, este último grupo aglutina mais de 70% das mulheres que preservaram a sua fertilidade por motivos sociais no IVI, e 15% tinham mais de 40 anos. Esta tendência inverte-se no caso dos ciclos de onco-fertilidade, em que 70% das doentes tinha menos de 35 anos.

A Dra. Tatiana Semenova complementa: “Na Clínica IVI Lisboa, também temos o programa de preservação de fertilidade gratuito para os doentes oncológicos (homens e mulheres) que permite a possibilidade de preservação do seu potencial reprodutivo antes de se submeter aos tratamentos potencialmente gonadotóxicos1 – quimioterapia e radioterapia –, para um dia mais tarde poderem concretizar o sonho de serem pais”.

“Neste estudo retrospetivo integrado, 83,5% das mulheres optou por uma preservação eletiva da fertilidade e 16,5% fê-lo por motivos oncológicos (principalmente cancro de mama). Destas mulheres, aproximadamente 700 regressaram para tentar ser mães, 162 bebés nasceram fruto de preservação por motivos sociais e 25 bebés nasceram depois das mães superarem o cancro”, explica a Dra. Ana Cobo.

CRESCIMENTO EXPONENCIAL

O IVI foi pioneiro a nível Ibérico na vitrificação de ovócitos e conta com o maior número de casos e resultados até à data. Isto permitiu que a amostra do estudo, formada por 6332 mulheres, seja a mais ampla publicada até ao momento em trabalhos que se refiram a dados de uso, eficácia e prognóstico desta técnica de conservação de gâmetas.

Além disso, o trabalho mostra uma clara evolução da técnica quando se realiza por motivos sociais, que em pouco mais de 10 anos aumentou 18%, passando de 2% para 22% do total de tratamentos realizados no IVI (período estudado: 2007 – 2017).

“Apesar das taxas de retorno ainda serem baixas, com cerca de um 15% na preservação social e aproximadamente 10% em oncológica, o certo é que esta técnica teve um crescimento exponencial nos últimos anos e prevemos que siga a mesma tendência nos próximos anos, pelo que exige um estudo detalhado e em profundidade das suas implicações, não só médicas, mas também sociais”, conclui a Dra. Ana Cobo.

  • – Afetam a quantidade e qualidade dos gâmetas

Sobre o IVI – RMANJ

O IVI nasceu em 1990 como a primeira instituição médica em Espanha especializada em reprodução humana. Desde então, ajudou a nascer mais de 160.000 crianças, graças à aplicação das últimas tecnologias em procriação medicamente assistida. No início de 2017, ocorre a fusão entre o IVI e a RMANJ, e o grupo converte-se no maior em Medicina Reprodutiva do mundo. Atualmente, conta com mais de 65 clínicas em todo o mundo e é líder em Medicina Reprodutiva.

https://ivi.pt/

http://www.rmanj.com/

 


Vitrificar óvulos antes dos 35 anos aumenta em 40% a taxa de sucesso de gravidez publicado primeiro em https://saudebemestar.com.pt/

segunda-feira, 11 de novembro de 2019

Doenças reumáticas e musculoesqueléticas: milhões num sofrimento invisível

As doenças reumáticas e musculoesqueléticas não podem ser ignoradas e muito menos os seus doentes, sob pena de hipotecarmos a saúde das pessoas, das empresas, do sns e da segurança social.

Artigo da responsabilidade do Dr. Luís Cunha Miranda, Presidente da Sociedade Portuguesa de Reumatologia

 

Existem mais de 150 doenças reumáticas e musculoesqueléticas (DRM), sendo que podem ser tão diferentes quanto o lúpus eritematoso sistémico e a osteoporose ou a artrite reumatoide e a comum dor nas costas. O que têm em comum é atingirem o sistema musculoesquelético e, eventualmente, outros órgãos e sistemas, como o rim, a pele, o coração ou pulmão, entre outros. De comum, também, a dor articular ou muscular e a incapacidade que determinam.

MAIS DE METADE DOS PORTUGUESES AFETADOS

No estudo EpiReumaPt da Sociedade Portuguesa de Reumatologia, determinou-se que existe uma prevalência de doenças reumáticas de 53%, em Portugal. Ou seja, mais de metade dos portugueses sofrem de uma doença reumática.

O absentismo nas doenças reumáticas é, em média, de 9 horas semanais. A dor, a rigidez e a dificuldade na locomoção levam a que muitos trabalhadores se vejam forçados a ficar vários dias de baixa e, em situações limite, a pedir a reforma antecipada. Assim, o absentismo por doenças reumáticas e musculoesqueléticas custa ao Estado Português aproximadamente 204 milhões de euros por ano. As reformas antecipadas custam 910 milhões de euros por ano, o que eleva os custos destas doenças a mais de mil milhões de euros, só em custos laborais e de Segurança Social.

RETIRAR DO OBSCURANTISMO

E o que podemos fazer para que estas doenças possam ter menos impacto na sociedade? Em primeiro lugar, há que retirá-las do obscurantismo onde estão colocadas. Em Portugal, as dores articulares têm sempre a desculpa da idade e dos esforços, de qualquer coisa que não se valoriza e de que não se procura causa. E, no entanto, nas doenças reumáticas e musculoesqueléticas, o diagnóstico precoce e o envio atempado a uma consulta de Reumatologia fazem a diferença entre uma vida com capacidade apesar da doença ou uma incapacidade que destrói a pessoa e a família.

É inexplicável que mais de 50% dos hospitais do SNS não tenham Reumatologia, apesar de haver especialistas disponíveis para ir para esses locais. Somos dos países com menor taxa de cobertura do SNS por parte da Reumatologia. Gastamos tempos infindáveis a falar de envelhecimento da população portuguesa, do aumento das doenças crónicas, mas como sempre não fazemos nada. Não planeamos, não antecipamos, apenas reagimos e mal às crises agudas de um sistema em falência por falta de visão a mais que 4 anos ou de eleição em eleição.

Mas se imaginarmos que, para além das doenças reumáticas, existem centenas de doenças crónicas, neurológicas, endocrinológicas, pulmonares, entre outras, temos de exigir estratégias a vários anos, consistentes e com imaginação, que permita que um SNS com recursos escassos possa aplicar o dinheiro de todos de forma mais inteligente e sem pressões externas.

SINAIS E SINTOMAS

As doenças reumáticas são, sem dúvida, muito importantes para os doentes e para as suas famílias e devemos todos estar atentos aos sinais e sintomas que podem ajudar a um diagnóstico precoce, o qual pode fazer toda a diferença, a longo prazo, na evolução da doença.

Dores que persistem no tempo, que se associam a alterações nas articulações, com inchaço, vermelhidão e limitação na função das articulações, são sinais de alerta para procurar o médico de família, no sentido de orientar o paciente para a Reumatologia.

Queixas associadas a uma rigidez matinal prolongada ou dores na coluna que persiste mais de 3 meses, entre outros sintomas, devem motivar qualquer pessoa a procurar orientação médica.

Leia o artigo completo na edição de novembro 2019 (nº 299)


Doenças reumáticas e musculoesqueléticas: milhões num sofrimento invisível publicado primeiro em https://saudebemestar.com.pt/

Enfarte agudo do miocárdio: rapidez no diagnóstico e prevenção da recorrência

O enfarte agudo do miocárdio é uma das principais causas de morte em portugal.  O seu prognóstico está diretamente relacionado com a rapidez do diagnóstico e tratamento na fase aguda e com o controlo agressivo dos fatores de risco após a alta hospitalar.

 

Artigo da responsabilidade do Prof. Pedro Monteiro, Cardiologista do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra

 

O enfarte agudo do miocárdio (EAM) resulta da oclusão de uma artéria coronária (vaso cardíaco), condicionando numa fase inicial isquemia (sofrimento) reversível, que rapidamente evolui para necrose (morte) das células do músculo cardíaco irrigado por essa artéria. Neste contexto, o diagnóstico precoce e o tratamento imediato do doente com EAM são determinantes para salvar o músculo cardíaco e evitar a morte das suas células, reduzindo de forma significativa a taxa de mortalidade e complicações.

Por sua vez, em Portugal, os doentes tendem a reconhecer os sintomas de alerta do EAM e a procurar os cuidados médicos demasiado tarde, comprometendo de forma definitiva o seu prognóstico.

O QUE FAZER?

Perante a suspeita de um EAM, é crucial ligar imediatamente para o número de emergência médica 112, por dois motivos essenciais: rapidez no diagnóstico e transporte em segurança para um hospital com capacidade de tratamento do EAM.

A atuação rápida do INEM, com profissionais treinados e equipados para fazer o diagnóstico de EAM em ambiente pré-hospitalar, permite o transporte direto do doente para um hospital com capacidade para realizar angioplastia primária (reabertura da artéria ocluída), o tratamento de eleição do EAM, evitando a admissão em hospitais sem condições para fazer este tratamento e reduzindo drasticamente os tempos de atraso relacionados com o transporte inter-hospitalar.

PREVENÇÃO DA RECORRÊNCIA

O risco de repetição de eventos cardiovasculares permanece muito elevado após a alta hospitalar, mesmo para além do primeiro ano após EAM.

De acordo com a evidência científica, 1 em cada 5 doentes que sobrevive ao internamento hospitalar apresenta um novo evento (morte cardiovascular, EAM ou acidente vascular cerebral) durante o primeiro ano após EAM e 20% dos doentes sem evidência de complicações cardiovasculares no primeiro ano sofrem um novo evento nos 3 anos seguintes.

Para evitar a recorrência de EAM é essencial o controlo agressivo de todos os fatores de risco cardiovascular e o cumprimento rigoroso da medicação prescrita.

Leia o artigo completo na edição de novembro 2019 (nº 299)


Enfarte agudo do miocárdio: rapidez no diagnóstico e prevenção da recorrência publicado primeiro em https://saudebemestar.com.pt/

quinta-feira, 7 de novembro de 2019

Transformação da medicina natural na medicina do amanhã

A Arkopharma, líder europeia do setor de medicina natural, comprometida com políticas de responsabilidade social e guiada por valores éticos, pretende-se assumir como uma escolha cada vez mais relevante no mercado nacional.

Há 40 anos que a Arkopharma trabalha com a inteligência da natureza adaptada a soluções de saúde naturais que combinam ciência, criatividade, qualidade farmacêutica, segurança, respeito pelo meio ambiente e inovação tecnológica. É recomendada pelos consumidores e profissionais de saúde tanto como complemento ou alternativa à medicina tradicional.

Com o aumento da desconfiança em relação aos medicamentos de origem química, os medicamentos e suplementos à base de plantas vêm corresponder às necessidades atuais por um bem-estar natural. A Arkopharma oferece a cada pessoa soluções naturais para cuidar da sua saúde e dos seus familiares e amigos mais próximos, prevenindo e aliviando os problemas do dia-a-dia. Os benefícios das plantas encontram-se oficialmente reconhecidos e cientificamente comprovados, o que permitiu à fitoterapia ganhar a confiança daqueles que procuram opções naturais, sem efeitos secundários palpáveis para o tratamento de problemas diários que não requerem tratamento à base de medicamentos de origem química, nem supervisão médica.

“Na Arkopharma adotamos um processo de controlo de qualidade rigoroso na produção dos nossos produtos em laboratórios em França, cumprindo com as diretrizes de qualidade farmacêutica global. Disponibilizamos deste modo produtos de confiança aos consumidores e profissionais de saúde, sempre na base de cuidar de cada um e respeitando o equilíbrio do seu próprio organismo. Sabemos que cada vez mais portugueses confiam na medicina natural, mas não pretendemos ser um substituto da medicina tradicional. Em muitos casos somos um complemento. Noutros e é aí que reside a grande diferença em relação a ontem, existimos para que as pessoas entendam que em determinadas vertentes, além de ser melhor para a sua saúde optar pelo natural, não se justifica que não o façam”, refere Inês Pires, Diretora Comercial e de Marketing da Arkopharma em Portugal.

Os produtos da Arkopharma correspondem ao desejo de estar “à vontade com a própria pele”, resolvendo problemas do dia a dia que derivam do stress, dietas desequilibradas ou de hábitos de vida pouco saudáveis. Desse modo, procuram melhorar o bem-estar e a forma física dos portugueses. O envelhecimento da forma mais positiva possível é uma das causas transversais a toda a sua gama de produtos.


Transformação da medicina natural na medicina do amanhã publicado primeiro em https://saudebemestar.com.pt/