quinta-feira, 12 de novembro de 2020

Mortes, sequelas e morbilidades. Conhece a gravidade de uma pneumonia?

No Dia Mundial da Pneumonia, que se assinala hoje, o MOVA – Movimento Doentes Pela Vacinação lembra que a Pneumonia pode deixar sequelas irreversíveis ou mesmo levar à morte, sobretudo entre os grupos de risco. Nunca, como no atual contexto, foi tão importante apostar em prevenção, um ato com ganhos quantitativos e qualitativos, transversais à sociedade. Para além da proteção individual que, no limite, reduz significativamente o número de mortes, optar pela vacinação é também investir em saúde pública, prevenir internamentos e assim contribuir para a diminuição do recurso aos serviços de saúde, nesta fase, sobrecarregados.

Segundo o Instituto Nacional de Estatística, a Pneumonia mata uma média de 16 pessoas por dia, uma pessoa a cada 90 minutos. Em 2018, foi responsável 43.4% das mortes por doenças do aparelho respiratório, 5.1% do total de óbitos no nosso País. A maioria poderia ter sido evitada através de imunização.

A fundadora do MOVA, Isabel Saraiva refere que “a população sabe o que é a Pneumonia mas desconhece os riscos que corre ao contraí-la. Falar de Pneumonia é falar de mortes, de morbilidades e de sequelas graves. Podemos preveni-las, basta que nos vacinemos”, relembrando que “qualquer investimento que façamos em prevenção é preferível aos custos da cura.”

A Pneumonia pode deixar sequelas permanentes, que reduzem drasticamente a qualidade de vida de quem a contraiu. Bronquiectasias (deformação dos brônquios) e compromisso da função pulmonar são apenas dois exemplos, tal como a permanência de tosse, expetoração ou falta de ar. Podemos evitar grande parte das Pneumonias e respetivas sequelas através de vacinação.

Nunca, como hoje, se falou tanto de prevenção. Grupos de risco como pessoas a partir dos 65 anos e quem, independentemente da sua idade, sofre de doenças crónicas, devem estar particularmente protegidos. Em plena pandemia, não temos, ainda, vacina contra a Covid-19 mas, felizmente a imunização já é uma realidade na prevenção de outras doenças graves e potencialmente fatais.

No Dia Mundial da Pneumonia, o MOVA reforça que a vacinação deve ser uma prioridade em todas as fases da vida. A vacinação antipneumocócica está recomendada pela Direção Geral da Saúde a todos os adultos pertencentes aos grupos de risco – idosos, pessoas com doenças crónicas como diabetes, asma, DPOC, outras doenças respiratórias crónicas, doença cardíaca, doença hepática crónica, doentes oncológicos, portadores de VIH e doentes renais.

A vacina é gratuita para as crianças e alguns segmentos de adultos, para quem já se encontra em PNV, e é comparticipada pelo estado em 37% para a restante população. A sua eficácia está comprovada em todas as faixas etárias, incluindo na prevenção das formas mais graves da doença.

A proteção dos grupos de risco através de imunização é uma das grandes causas do Movimento Doentes pela Vacinação. Composto por especialistas e associações de doentes, o movimento de cidadania apela à acessibilidade da vacina a pessoas que se encontrem em situações de maior fragilidade.

 

Sobre o MOVA

A vacinação ao longo da vida é um dos objetivos do MOVA. Movimento de cidadania fundado há três anos pela Respira, com o apoio da Fundação Portuguesa do Pulmão e do GRESP, é composto por um total de 15 entidades que incluem a Liga Portuguesa Contra a Sida, a Associação Portuguesa de Asmáticos, a Associação Portuguesa de Insuficientes Renais, a FPAD – Federação Portuguesa das Associações de Pessoas com Diabetes, a Liga Portuguesa Contra o Cancro, a AADIC – Associação de Apoio aos Doentes com Insuficiência Cardíaca, a APER – Enfermeiros de Reabilitação, a ANTDR – Associação Nacional da Tuberculose e Doenças Respiratórias, a Pulmonale, a Associação Portuguesa de Luta Contra o Cancro do Pulmão, a Europacolon Portugal – Apoio ao Doente com Cancro Digestivo, a MYOS – Associação Nacional Contra a Fibromialgia e Síndrome de Fadiga Crónica e a Associação Ares do Pinhal.


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segunda-feira, 9 de novembro de 2020

Gripe, pneumonia e pandemia: mais do que nunca, devemos apostar na vacinação

A pandemia que atualmente vivemos veio acentuar a necessidade de protegermos os grupos de risco, como é o caso das pessoas com mais de 65 anos, e de quem, independentemente da faixa etária a que pertence, sofre de doenças crónicas. Estamos em plena época gripal, período, por si só, de maior fragilidade, este ano acompanhada de receios e incertezas.

 

Artigo da responsabilidade do Prof. José Alves, Médico pneumologista e presidente da Fundação Portuguesa do Pulmão

 

Devo usar máscara? Devo resguardar-me? Devo vacinar-me? A resposta a estas e tantas outras questões semelhantes é: sim, devemos proteger-nos. A situação epidemiológica da pandemia de COVID-19 ainda não está consolidada, nem em Portugal, nem no resto do mundo. A época de frio que se aproxima deverá trazer consigo um aumento significativo do número de casos de infeção e, por isso, é imperativo que se reforcem as medidas de prevenção, como a imunização contra a gripe e a pneumonia.

Façamos o que está ao nosso alcance para tornar o nosso sistema imunitário mais robusto. Se para a COVID-19 não temos, ainda, uma solução, devemos apostar na prevenção do que nos é possível: felizmente, a maioria das gripes e das pneumonias podem ser evitadas através de vacinação.

GRAVE COMPLICAÇÃO

Entre as múltiplas complicações trazidas pela gripe, a pneumonia é considerada uma das mais graves. Estudos revelam que o vírus da gripe aumenta dezenas de vezes o risco de a contrair. Particularmente frequente nesta época do ano, a gripe cria condições no aparelho respiratório para que a pneumonia se desenvolva. Se dúvidas houvesse, a estatística mostra-nos que a época de maior prevalência da pneumonia coincide com os picos sazonais da infeção pelo vírus Influenza.

A prevenção através da vacinação antipneumocócica e da vacinação antigripal é a melhor forma de evitar ambas as doenças, sobretudo entre os mais frágeis, para quem uma gripe se pode transformar rapidamente numa pneumonia, e também para quem qualquer uma delas pode deixar sequelas graves ou revelar-se fatal.

Entre os grupos de maior risco encontramos as crianças, os mais idosos e os doentes crónicos. Todos têm indicação para fazer a vacina antipneumocócica, sendo que, no caso dos adultos, basta uma única dose.

TODOS PODEMOS TER UM PAPEL ATIVO

Contrair uma pneumonia é, e será sempre, grave. Contrair uma pneumonia em pleno pico de gripe e durante uma pandemia é bastante pior: nesta altura, o nosso sistema imunitário está mais frágil e, por isso, com maior propensão para falhar. Paralelamente ao número habitual de casos de internamento por gripe e pneumonia, neste período do ano, juntam-se aqueles que tantas dores de cabeça nos têm dado nos últimos meses: os infetados com COVID-19.

A sobrecarga dos serviços de saúde e dos equipamentos disponíveis deve ser evitada ao máximo e todos podemos ter um papel ativo. Mais do que tratar uma pneumonia nesta altura, devemos evitá-la. Ao vacinarmo-nos, para além da nossa saúde individual, estamos a beneficiar saúde pública e a contribuir para a redução do número de internamentos e de óbitos.

PERCENTAGEM DE VACINADOS CONTINUA BAIXA

A Direção Geral da Saúde lançou uma norma que recomenda a vacinação antipneumocócica a todos os adultos pertencentes aos grupos de risco. A vacina é gratuita para as crianças e para grupos de alto risco, para quem está no Programa Nacional de Vacinação, mas a sua eficácia é bem mais abrangente e está comprovada em todas as faixas etárias. O documento oficial conta já com 5 anos de existência, no entanto, a percentagem de pessoas vacinadas continua demasiado baixa.

Para além da vacinação antipneumocócica e antigripal, as medidas preventivas para esta época do ano incluem o uso de máscara, o controlo de doenças associadas, o abandono de hábitos como o tabagismo ou o alcoolismo, e a adoção de práticas saudáveis, incluindo o exercício físico, uma alimentação equilibrada e a ingestão de líquidos, a par da fundamental higienização regular das mãos.

Leia o artigo completo na edição de novembro 2020 (nº 310)

 

 


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Alergias do outono e inverno: prevenção e controlo

No outono e inverno, os doentes com alergias ficam expostos a mais fatores de agravamento. No entanto, um alérgico prevenido e controlado pode passar este período com menos sintomas do que uma pessoa supostamente saudável.

 

Em Portugal, quase um terço da população sofre de doenças alérgicas, sendo mais frequentes a rinite alérgica, que afeta mais de 2 milhões de pessoas, e a asma brônquica, referida por cerca de 1 milhão, embora as queixas na pele, como o eczema atópico e a urticária, em várias formas agudas ou crónicas, sejam também muito frequentes. Alergia alimentar e medicamentosa estão também cada vez mais presentes, tal como os quadros de anafilaxia, a alergia mais grave, que podem pôr a vida em risco em todos os grupos etários.

Pelas suas características climatéricas, são os meses do outono e inverno muito propiciadores da ocorrência e agravamentos dos sintomas alérgicos, pelo que o estabelecimento de um tratamento preventivo deve, idealmente, começar antes do início dos mesmos; caso contrário, as queixas repetem-se ano após ano, por vezes, década após década.

Por outro lado, no contexto da pandemia que atravessamos, é importante evitar ao máximo as manifestações alérgicas, que em alguns casos podem ser confundidas com sintomas de COVID-19, gerando preocupações desnecessárias.

Fatores de agravamento

Nos meses mais frios, os doentes com alergias, que frequentemente se manifestam durante todo o ano, como acontece com os alérgicos aos ácaros, aos animais domésticos e a alguns fungos, ficam expostos a mais fatores de agravamento: infeções respiratórias, mudanças de temperatura, atividades efetuadas no interior dos edifícios ricos em substâncias alergénicas, como é o caso dos ácaros, contribuem para que os quadros clínicos possam piorar. A asma brônquica e a rinite alérgica são das situações que mais se podem complicar neste período, em todas as faixas etárias, desde as crianças pequenas aos adultos seniores.

A inalação de ar frio, especialmente quando a respiração se faz pela boca, é um importante fator de agressão das vias aéreas, provocando queixas nasais e brônquicas. É importante que a inspiração se faça pelo nariz, o que frequentemente não é possível se um quadro de rinite não estiver bem controlado.

Nesta época do ano, a tosse é um sintoma muito escutado. Na rua, na escola, no local de trabalho e, claro está, nos centros de saúde. É um sintoma central em algumas doenças alérgicas, de que é exemplo a asma.

“Será que esta tosse, que me afeta todos os anos, é uma situação alérgica? Otites e sinusites, que as crianças têm todos os anos e que não diminuem com o crescimento, poderão ser devidas a alergia?” Efetivamente, pode ser o caso! Informe-se e procure ajuda.

Importância do diagnóstico

No entanto, é também a tosse uma manifestação e sinal de aviso do comprometimento das vias aéreas, altas e baixas, por agentes infecciosos, ocorrendo tanto em alérgicos como na população acometida de outras doenças, entre elas, a COVID-19.

Importa salientar que a tosse corresponde a um reflexo de proteção, tentando o organismo eliminar o agressor, permitindo remover secreções, etc.. Cuidado, pois, com as tentativas de “calar” a tosse. Se a expetoração não é expelida, penetrará cada vez mais profundamente nas vias aéreas, até originar uma infeção nos pulmões.

Se a situação dura há vários dias, acompanhada de febre e dores no corpo, é fundamental ser observado pelo médico – ou, no panorama atual, contactar o serviço SNS 24 (808 24 24 24), a fim de obter orientações com vista ao estabelecimento de um diagnóstico diferencial.

O tratamento da tosse ou de qualquer manifestação de alergia passa por um diagnóstico das causas e da sua relação com os efeitos. Tentar ocultar os sintomas de um modo inespecífico pode ser muito perigoso, quer em tempo de pandemia quer fora dele.

Sintomas sob controlo

Quem é afetado pelas alergias nesta época do ano deve estar sensível à importância de controlar os sintomas, reduzindo a exposição a alergénios, ventilando, colocando capas antiácaros, prevenindo tanto quanto possível as constipações e as gripes. Dieta equilibrada, ingestão de fruta, prática regular de exercício físico, limpeza e ventilação do domicílio, para além do inevitável uso de máscara nos espaços públicos fechados, bem como nos espaços exteriores com elevada densidade de pessoas, podem ser ações importantes.

O uso de vacinas injetáveis e de medicamentos imunomoduladores anti-infecciosos tomados por via oral, em vários esquemas terapêuticos, mas que se prolongam durante os meses mais críticos, são opções disponíveis, extremamente válidas e eficazes, que os alergologistas aconselham. Reduz-se, assim, quer o número de episódios infecciosos, quer o consumo de antibióticos, melhora-se a qualidade de vida e, ao mesmo tempo, reduzem-se os custos.

Em muitos casos, é necessário seguir algumas das indicações prescritas pelo médico assistente, iniciando ou mantendo um tratamento de controlo, desencadeando a toma de medicação de crise, que é diferente no doente asmático, com rinoconjuntivite ou com queixas da pele.

Existem tratamentos tópicos, sistémicos, antialérgicos, anti-inflamatórios, vacinas antialérgicas; isto é, existem as ferramentas necessárias e suficientes para alcançar um excelente controlo das doenças alérgicas também nestas estações.

Leia o artigo completo na edição de novembro 2020 (nº 310)

 


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COVID-19: o problema dos falsos positivos e outras questões relevantes

É importante chamar a atenção para o problema dos testes falsos positivos, pois é uma realidade que pode desencadear uma série de procedimentos com uma cascata de custos económicos e pessoais incomensuráveis. E há outras questões que também não devem ser ignoradas.

 

Artigo da responsabilidade da Dra. Ivone Mirpuri, Médica Patologista Clínica; Especialista em Medicina Antienvelhecimento, pela World Society of Anti-Aging Medicine; Especialista em Hormonologia, pela International Hormone Society; Certificação em Medicina Antienvelhecimento, pelo Cenegenics,  Nevada University, USA

 

 

 

Continuamos a não saber muito sobre a COVID-19, mas o conhecimento está a evoluir a “passos largos”.  Assim, tudo o que eu expressar neste artigo, nada tem a ver com opiniões pessoais, mas com aquilo que diariamente investigo e estudo, baseado em  bibliografia e bases de dados de publicações médicas, com algum critério de publicação, e obviamente com a racionalidade própria.

SINTOMAS MAIS FREQUENTES

Todas as pessoas, penso eu, já sabem quais os sintomas a que devem estar atentas. Ainda assim, recordo: sintomas típicos são tosse, febre ou febrícula, muitas vezes menos de 37,5º C, e dor de garganta. Sintomas menos típicos são a perda de olfato ou paladar, dores no corpo, cansaço, tonturas, diarreia, tremores e sensação geral de que algo não está bem.

O período mais contagioso, segundo a maioria dos estudos, é de cerca de 2 dias antes até 14 dias depois de surgir a sintomatologia, quando parece que a carga viral é, de facto, mais elevada (carga viral é o número de partículas virais por mL de amostra e reflete a replicação no indivíduo).

Sabemos que há doentes que permanecem sem quaisquer sintomas no decurso da “doença” – são os verdadeiros assintomáticos –, mas a grande maioria apresenta sinais atípicos e nem os valoriza. E, por isso, é necessário reconhecê-los para que se possa proteger e proteger os outros.

A verdade é que o SARS-Cov-2 é considerado altamente contagioso e ainda não conhecemos a sua dose infecciosa, ou seja a quantidade de vírus necessária para a infeção. O doente pode libertar poucas partículas e ser altamente infeccioso (dose infecciosa baixa) ou libertar muitos vírus no ambiente, sendo que a propagação da infeção está condicionada pela quantidade do inóculo de quem emite e pela imunidade de quem recebe.

Chamamos pré-sintomáticos aos que vão desenvolver a doença, mas que no momento do diagnóstico são ainda assintomáticos. Muitos destes apresentam sinais e sintomas atípicos. Chamamos sintomáticos aos que apresentam já sinais e sintomas no momento do diagnóstico.

Toda a revisão bibliográfica referiu que o facto de ser sintomático, assintomático ou pré-sintomático não tem a ver com a quantidade de carga viral no organismo. Isto significa que, apresentando a mesma carga viral, o doente pode ser assintomático, pré-sintomático ou apresentar sintomas graves.

Alguns estudos referem que é mais fácil o contágio com maior carga viral. Seria lógico, mas isto não está estabelecido, pois mais uma vez tudo depende de quem está no outro lado, a receber a nossa potencial infecciosidade. Daqui que medicina preventiva e reforço de sistema imune são deveras importantes.

INTERPRETAÇÕES ERRÓNEAS

Utentes com testes RT-PCR positivos não significa que sejam infecciosos. Isto faz-me perguntar: se os assintomáticos não contagiam tanto ou não contagiam de todo, segundo alguns trabalhos, como podem ter a mesma quantidade de carga viral que uma pessoa sintomática que é considerada altamente contagiante? A resposta obtém-se no sistema imunitário individual, que consegue “travar” mais depressa a doença e a sua evolução. E acontece porque os testes de PCR detetam partículas do vírus, e partículas do vírus não significam doença, mesmo com altas cargas virais.

Todos devemos perceber isto, para não fazermos interpretações erróneas e tomarmos decisões negativas e desnecessárias, com grande impacto social e económico.

A PCR deteta partículas do vírus, não o vírus na íntegra, o que é necessário para a penetração na célula. Um vírus é uma partícula tão, mas tão pequena, na ordem no nanómetro, que não há filtro que lhe resista. E precisa de um ser vivo para sobreviver, pois vai depender deste para a sua replicação celular, podendo então sair dessa célula e infetar muitas outras.

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quinta-feira, 5 de novembro de 2020

Como manter a saúde visual em teletrabalho

O uso contínuo de dispositivos eletrónicos, tem tido um acréscimo devido ao teletrabalho, sendo comummente manifestados sintomas de desconforto ocular. (Vision Impact Institute, 2016) A solução ideal passaria por uma redução do seu tempo de utilização (máximo de utilização diária: 2 horas), todavia com o estilo de vida atual esta solução pode não ser exequível, como tal existem diversos conselhos a nível ocular e ergonómico que podem melhorar a qualidade de vida no período de pandemia. (Eye Promise, 2019)

Por Joana Isabel Figueiredo da Silva, aluna finalista da Licenciatura em Ortóptica e Ciências da Visão, Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa

O conjunto de sintomas associados ao uso prolongado de ecrãs digitais, denomina-se Síndrome da Visão do Computador ou Tensão Ocular Digital, segundo a Associação Optométrica Americana, a sintomatologia envolve fadiga ocular, secura ocular, dores de cabeça, visão desfocada, dores nos ombros e pescoço. As causas destes sintomas são diversas, má iluminação, brilho do ecrã, distâncias de visualização inadequadas, má postura, problemas de visão não corrigidos (erros refrativos e/ou alterações oculomotoras), podendo ser verificadas em simultâneo. (American Optometric Association, 2017) De forma a reduzir a sintomatologia, tenha em consideração os seguintes conselhos:

  1. Pestaneje: Por norma, os humanos pestanejam cerca de 15 vezes num minuto. Ao utilizar equipamentos digitais a frequência de pestanejo diminui para cerca de 5 a 7 vezes num minuto. Ao pestanejar distribui filme lacrimal na superfície do seu olho, mantendo a sua humidade e reduzindo a secura ocular. (American Academy of Ophthalmology, 2020)

  2. Regra 20-20-20: Por cada 20 minutos, faça uma pausa de 20 segundos a olhar para 20 pés (6 metros), desta forma irá relaxar a musculatura dos seus olhos, promover o pestanejo e consequentemente a lubrificação ocular. (American Academy of Ophthalmology, 2020)

  3. Luminosidade constante: De forma a reduzir a fadiga ocular, as condições de iluminação do seu ambiente de trabalho devem ser constantes, evitando fontes luminosas de elevada intensidade e reflexos no ecrã. (Silva & Vaz, 2008)

  4. Posicionamento do ecrã: Deve estar a uma distância de 35-40 cm dos olhos do observador, a parte superior do ecrã deve estar ao nível dos olhos. Terá um maior conforto visual e evitará a adoção de posturas desconfortáveis. (Silva & Vaz, 2008)

  5. Brilho e contraste: Atualmente, todos os dispositivos eletrónicos permitem a alteração do brilho e contraste, reduza o brilho e aumente o contraste para obter uma melhor qualidade visual. (American Academy of Ophthalmology, 2020)

  6. Ambiente: Ambientes secos, com presença de ar condicionado, fumo ou pó contribuem para a secura ocular. Uma boa estratégia a adotar é o uso de humidificadores. (Silva & Vaz, 2008)

  7. Consulta de rotina: Realize consultas de rotina, de forma a detetar problemas visuais, obtendo um aconselhamento profissional de um ortoptista ou oftalmologista. (Ministério da Saúde, 2016)

Referências:

  • American Academy of Ophthalmology. (2020). Computers, Digital Devices and Eye Strain. Obtido de American Academy of Ophthalmology: https://ift.tt/2lpNnQE

  • American Optometric Association. (2017). Computer vision syndrome. Obtido de American Optometric Association: https://ift.tt/3k9WyA9

  • Eye Promise. (2019). Screen Time Guidelines by Age. Obtido de Eye Promise: https://ift.tt/3k8jSOI

  • Ministério da Saúde. (2016). Diretiva Ministério da Saúde- Profissionais de Saúde. Obtido de Ministério da Saúde: https://ift.tt/2IbOMZe

  • Silva, D. S., & Vaz, F. T. (2008). Perguntas e Respostas em Ergoftalmologia. Obtido de Grupo Português de Ergoftalmologia: https://ift.tt/365b4nH

  • Vision Impact Institute. (2016). 2016 Digital Eye Strain Report. Obtido de Vision Impact Institute: https://ift.tt/2r4m8w6


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Problemas nas costas e no pescoço? Pilates pode ajudar

Pelo Prof. António Craveiro

O método PILATES ganhou credibilidade e reconhecimento com a reabilitação de pessoas que possuíam problemas de costas e de pescoço.

Os alicerces desta relação são fortes, na medida em que o método solicita a musculatura mais profunda que ajuda a sustentar a coluna vertebral.

Um centro forte proporciona uma base forte para um corpo forte e livre de lesões.
Um bom profissional de PILATES, através de adaptações (daí a necessidade de possuir conhecimento da razão dos fundamentos em PILATES, também designados por pré-pilates), conseguirá adequar os exercícios às necessidades individuais dos seus alunos.

Mas tudo isto não invalida a consulta de um médico especialista ou outro profissional que esteja envolvido no tratamento dos problemas de costas ou pescoço – fisioterapeuta, quiropata ou osteopata.

E assim que os mesmos lhe derem “sinal verde” para voltar a exercitar-se deverá procurar também profissionais habilitados na área de PILATES, de forma a proporcionar-lhe melhorias e mais qualidade de vida, até porque nem tudo é PILATES e nem todos estão habilitados para o exercer.

Mais informações em:
https://ift.tt/34Yu1ck


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Como prevenir a privação de sono?

Eis a questão que incomoda, preocupa e nos deixa em alerta. “Respostas! Queremos respostas!” – Dizem as mães desejosas de as obter enquanto percorrem as páginas e grupos de mães nas redes sociais.

Pela Dr.ª Carolina Vale Quaresma,
Terapeuta Familiar

 

Algumas ouvem “temos de nos conformar, a privação de sono, faz parte”, outras “pode ser que tenhas sorte e o teu seja daqueles que dorme a noite toda”, outras notícias dizem-nos que “cada bebé é diferente e, por isso, é uma questão de sorte e que a ´man´ has to do what a ´man´ has to do, trocando por miúdos, se o bebé pede colo, deve dar colo, se o bebé pede para mamar, deve dar, se o bebé pede… tem de dar! Só tem de dar! Esse é o seu papel de mãe, de mãe perfeita.

Eu acredito em algo bem diferente. Acredito que os nossos filhos vieram para nos acrescentar, não para nos retirar a paz interior, o descanso, a nossa luz e brilho no olho. E por isto, não coloco nas mãos da sorte (nem permito que o façam!) que um bebé durma ou não bem.

Coloco sim nas nossas mãos de pais essa responsabilidade. Assustador? Não é! Porque repare, aquilo que lhe quero dizer é que depende de si, de nós, dormir ou não. É ou não é bom saber que afinal de contas, podemos controlar esta situação, que tantas pessoas pensam que é uma condenação? É maravilhoso.

Ao longo de todos estes anos a trabalhar com centenas de famílias, a cada dia fica mais forte a convicção e a certeza de que os bebés precisam da sua autonomia para dormir descansados. Assim como defende também a Sociedade de Pediatria do Neurodesenvolvimento “É fundamental que a criança adquira desde cedo a autonomia para adormecer, isto é, que seja capaz de adormecer sem a presença ou interferência de um adulto”.

Quando os ajudamos a ter esta autonomia (e quanto mais cedo melhor, começa a partir do seu nascimento) bebés e crianças assumem uma relação com o sono e com a sua cama de perfeita harmonia: noites longas de sono, adormeceres sem dramas, sestas boas e longas, dias regulados, bebés bem dispostos. Os pais, nem queiram saber como ficam felizes quando isto acontece.

Ensiná-los a adormecer sem a nossa ajuda é promover o bom sono da família inteira.

Esta é a resposta que procurava saber. A privação de sono não tem de acontecer (salvo quando o bebé precisa de mamar durante a noite, claro – o que acontece apenas nos primeiros 3 meses), a privação de sono é opcional. Há solução e a solução está aqui: na autonomia no adormecer.
Comece cedo com este princípio e verá a “sorte” que é ter um filho que dorme divinalmente bem.


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