sexta-feira, 15 de maio de 2020

As insónias dos que voltaram aos “ossos do ofício”

Artigo da responsabilidade da Dra. Marisa Marques, Psicóloga Clínica e da Saúde

Depois de muitas semanas de confinamento, muitos são os portugueses que regressam ao mundo do trabalho. Muitos revelam “nem dormi direito esta noite” com o receio de voltarem “à sociedade” e serem contagiados. Outros, noite após noite, receiam o que o futuro lhes reserva: desemprego, dificuldades económicas, dificuldades em lidar com os filhos e com a tele-escola… Tudo é ansiedade!!

Por um lado, “o medo e a ansiedade foram úteis para cumprir o isolamento” mas, por outro, serão “bloqueadores na hora de sair”. Porque no dia-a-dia passamos, não só a lavar as mãos muitas vezes, a tapar o nariz e a boca quando se tosse, mas também começa-se a verificar os comportamento de evitamento de espaços públicos e mesmo o contacto com as outras pessoas. Estes são comportamentos protetores que, pela repetição, tornar-se-ão

instintivos e rotineiros. No entanto, é importante alertar para as consequências que acarretam: obsessões, desconfiança, estigma e ansiedade social, com pessoas a ter medo de sair de casa e a recolherem-se mais, mais e mais…

Sentimentos de taquicardia, sudorese, perda de apetite, dificuldade em respirar, problemas de concentração e sono, tristeza, raiva e culpa serão mencionados por grande parte da população portuguesa, se não toda, em algum momento. E em quadros extremamente severos poderão desenvolver ideações suicidas e adoção de comportamentos de risco (consumo de substâncias).

Tendo em conta cenários de pandemia anteriormente vividos, sabemos que a população em geral irá experienciar quadros de depressão e ansiedade . Sendo que as vítimas de infeção COVID-19, profissionais de saúde e outros profissionais de 1º linha poderão desenvolver quadros mais complexos, como a perturbação de stress pós-traumático (PSPT), devido à sua exposição prolongada e risco de saúde desde o aparecimento do primeiro caso de COVID-19 até aos dias de hoje.

Todas essas preocupações são fenómenos universais e que todos nós vivenciamos hoje. Mas quando começam a afetar o nosso dia, a nossa noite e a causar sofrimento e ansiedade, devemos mesmo procurar ajuda. Frequentemente, pequenas alterações no quotidiano ou nos hábitos podem diminuir ou mesmo eliminar as reações ansiosas. São exemplos disso as técnicas de relaxamento e meditação, uma boa gestão e organização do tempo, uma comunicação regular e eficaz com os outros (tanto no trabalho como em casa).

No entanto, em 90% dos casos pode ser necessário o recurso a medicação e apoio psicológico. Este tipo de tratamento é, habitualmente, de longa duração e deve ser cuidadosamente acompanhado. Devendo sempre ser evitada a automedicação, uma vez que para além de poder causar dependência e potenciar o aparecimento de vários efeitos secundários, por si não é a solução eficaz. Na maioria dos casos, trabalhar as causas da Ansiedade é sim a solução mais adequada, no entanto ainda haverá casos que é necessário a conjugação dos dois meios de tratamento (psicológico e farmacológico).

Não se esqueça de que é essencial não descuidar a sua Saúde! Se se encontra nesta situação, deixo-lhe 3 regras de sobrevivência:

  1. Peça ajuda , nomeadamente, psicológica . Lembre-se que o primeiro passo

para que possa melhorar a sua condição, é aceitá-la, olhá-la de frente e

erguer-se perante ela.

  1. Procurar manter sempre a calma e, por muito difícil que seja, substituir os

seus pensamentos negativos por pensamentos positivos.

  1. Não se isole!

Estamos aqui para ajudar


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Quanto vale um sorriso numa máscara?

Terra dos Sonhos e The Sweet Art Museum lançam edição exclusiva de Máscaras Solidárias

A Associação Terra dos Sonhos e o The Sweet Art Museum (The SAM) juntam-se na campanha #todosporumsorriso para a criação de uma edição exclusiva de Máscaras Solidárias. A iniciativa tem como objetivo promover uma mensagem de esperança e alegria durante a pandemia pela covid-19. Ao comprar uma máscara está duplamente a ajudar: para além de prevenir o contágio comunitário está a contribuir para a angariação de fundos na realização de Sonhos Transformadores de crianças e jovens com doenças crónicas.

As Máscaras Solidárias já estão à venda online, em três Packs diferentes: Criança, Adulto e Família (máscaras sociais/comunitárias fabricadas em Portugal e certificadas pelo CITEVE para o nível 3. Testadas para permeabilidade e retenção de partículas com base na norma EN 14683:2019. Tecido respirável, confortável e adaptável. 100% poliéster (exterior) e dupla camada TNT (interior). Lavagem a 60ºC.

De acordo com as recomendações da Direção-Geral da Saúde, o uso de máscaras é obrigatório em espaços públicos fechados e transportes públicos, sendo também recomendada a sua utilização nalgumas situações ao ar livre como medida adicional de proteção. A Terra dos Sonhos e o The Sweet Art Museum, juntam-se neste projeto, porque acreditam que podem melhorar esta realidade, tornando-a mais leve e positiva, ao desafiarem os adultos e as crianças a espalharem sorrisos.

 

 “A parceria entre o The SAM e a Terra dos Sonhos resulta de uma relação no passado que funcionou muito bem e do qual sentimos muito orgulho. Quando inaugurámos o museu em Lisboa fizemos uma parceria com esta Associação onde uma parte do valor do bilhete reverteu para a realização de sonhos de crianças e jovens com doenças crónicas, porque a felicidade tem e deve ser para todos. Com esta iniciativa conseguimos patrocinar uma oficina da felicidade durante um ano no serviço de pediatria de um hospital, da área metropolitana de Lisboa.

Através deste novo projeto solidário, acreditamos que podemos voltar a trazer felicidade e a alegria às crianças e jovens com doença crónica num momento difícil como o que enfrentamos agora”, explica Carla Santos Happy Founder do The Sweet Art Museum.

A edição exclusiva das Máscaras Solidárias vai estar disponível para venda ao público na página www.todosporumsorriso.pt e na plataforma dott.pt (pesquisar por máscaras solidárias), que desde o primeiro minuto apoiou esta iniciativa.

Existem 3 Packs diferentes de Máscaras Solidárias:

  • Pack Criança é composto por 2 unidades (uma de cada instituição) e tem o custo de 9,00€ com IVA incluído.
  • Pack Adulto é composto por 2 unidades (uma de cada instituição) e tem um custo de 9,00€ com IVA incluído.
  • Pack Família é um mix dos dois anteriores e por isso composto por 4 unidades e tem um custo de 15,50€ com IVA incluído.

 Ao comprar os portugueses estarão também a doar, pois por cada pack vendido a Terra dos Sonhos receberá um donativo de 2,50€. Mais máscaras vendidas significam mais sorrisos, mais sonhos realizados, mais crianças e jovens com doença ou em acolhimento, felizes.

 

O material utilizado para a conceção destas máscaras comunitárias solidárias é certificado pela entidade competente CITEVE, e assegura desta forma a segurança da utilização e reutilização das máscaras após a sua lavagem.

As embalagens das máscaras trazem ainda uma novidade, recorrendo à tecnologia de realidade aumentada, que permitem através de um QRCode testar como fica a máscara no nosso rosto. Uma funcionalidade original e a pensar na partilha das redes sociais, uma vez que permite tirar uma fotografia com a máscara solidária #todosporumsorriso. Este plus da embalagem é também a pensar naqueles que não podem comprar as máscaras, mas que de forma digital podem aderir ao movimento e contribuir para espalhar mais sorrisos.

Mariana Rodrigues, Chief Executive Ofdreams da Terra dos Sonhos, afirma que “Acreditamos existir um valor incalculável, embora não mensurável, em cada sorriso esboçado por detrás de cada máscara. Neste sentido, e pretendendo com esta ação contribuir de forma positiva com a mensagem de esperança e alegria que transmitem estas máscaras, sabemos que esta parceria com o The Sweet Art Museum faz todo o sentido para a Terra dos Sonhos. Paralelamente, com a compra de cada máscara, todos contribuem para realizar sonhos de crianças e jovens com doença crónica e maximizamos impacto para a sociedade. Afinal, para nós, um sorriso vale tudo!”

A campanha #todosporumsorriso conta também com o apoio institucional de algumas figuras públicas, como a Diana Chaves e a Sofia Ribeiro, embaixadoras oficiais da Terra dos Sonhos.

Todas as novidades da campanha #todosporumsorriso podem ser acompanhadas na página oficial www.todosporumsorriso.pt, bem como nas redes sociais: @Terradossonhos e @Thesweetartmuseum


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Dicas para facilitar a nossa vida com uma máscara

Em tempos de Covid-19, a máscara faz parte da nossa vida quotidiana.

Atualmente, cobrir a boca e o nariz é obrigatório em muitos espaços públicos para proteger outras pessoas – e até certo ponto a si mesmo – de uma possível infeção por Sars-CoV-2.

Contudo, a maior parte das pessoas ainda têm várias dúvidas: que tipo de máscaras existem? Quais as diferenças? As máscaras caseiras são seguras? Como usá-las corretamente?

Vamos tentar esclarecer todas as dúvidas que possam existir em relação às máscaras.

 

Artigo da responsabilidade da

Dra. Thordis Berger

Chief Medical Officer – Holmes Place Portugal

 

 

 

QUE MÁSCARAS EXISTEM?

  • Máscaras médicas

Podemos distinguir as máscaras médicas em dois tipos:

As máscaras cirúrgicas, que são sempre descartáveis, e as máscaras de proteção respiratória (também designadas “respiradores”), consideradas como equipamento de proteção individual (EPI). A máscara cirúrgica é um equipamento médico-hospitalar descartável que limita a transmissão de agentes infecciosos por gotículas. É importante salientar que não protege de agentes infecciosos transmitidos por via áerea, ou seja, presentes em partículas de dimensões iguais ou inferiores a 5μm. Este tipo de máscara não impedirá, portanto, a eventual contaminação do utilizador por um vírus.

A máscara respiratória também designada por “máscara de proteção respiratória” é um equipamento de proteção individual (EPI). Impede o utilizador de inalar quer aerossóis (pó, fumo, névoa) quer vapores e gases (desinfetantes, gases anestésicos) perigosos para a saúde. Também protege de agentes infecciosos transmissíveis por via aérea, inclusive da contaminação por vírus do tipo coronavírus (na origem da SARS), H1N1, etc.

Quem deve usar máscaras médicas?

Como o nome indica, as máscaras médicas devem ser reservadas aos profissionais de saúde, especialmente numa altura em que estes artigos são escassos.

  • Máscaras não médicas

A propagação do Covid-19 a nível mundial fez com que as máscaras fabricadas profissionalmente se tornassem escassas, fazendo aumentar, significativamente, a produção de máscaras “caseiras”, feitas de algodão ou tecido.

Estas máscaras artesanais têm sido uma opção para muitas pessoas e o seu uso tornou-se quase omnipresente, dado a obrigatoriedade do uso de máscara em certos espaços públicos.

Para além de poderem ser lavadas e reutilizadas, as máscaras de pano funcionam como as máscaras cirúrgicas, ajudando a bloquear as gotículas da boca e do nariz do utilizador.

 

CUIDADOS A TER COM AS MÁSCARA NÃO MÉDICAS?

Relativamente a estas máscaras, no relatório de 6 de abril de 2020, a OMS recomenda que se tenham em consideração os seguintes aspetos:

  • O número de camadas de tecido e o próprio tecido em si. Deverão ter 3 ou 4 camadas: Interior, de absorção e exterior;
  • A respirabilidade do material usado;
  • As qualidades hidrofóbicas da máscara (repelência à água);
  • A forma da máscara;
  • O ajuste da máscara à cara;

 

COMO COLOCAR, TIRAR E DESCARTAR MÁSCARAS?

O uso incorreto de qualquer tipo de máscaras pode aumentar o risco de infeção em vez de diminuir. É importante seguir as seguintes recomendações:

  • Antes de colocar qualquer máscara, é necessário lavar bem as mãos, com água e sabão durante, pelo menos, 30 segundos.
  • Ao colocar a máscara, garanta que a boca e o nariz estão cobertos. Amarre-a com segurança para minimizar os espaços entre o rosto e a máscara.
  • Evite tocar na máscara enquanto a usar.
  • Retire a máscara por trás, usando sempre os elásticos ou atilhos laterais.
  • Depois de retirar a máscara, ou se a tocar inadvertidamente, lave bem as mãos com uma solução à base de álcool ou com sabão. A máscara de uso único deve ser colocada no lixo depois da utilização. Não a reutilize.
  • Caso a máscara fique húmida, substitua-a de imediato por uma limpa e seca.

 

COMO TRANSPORTAR A MÁSCARA?

Deve lavar bem as mãos imediatamente antes de colocar a máscara, conforme descrito anteriormente. Já com a máscara colocada, pode sair de casa.

No entanto este cenário nem sempre é possível. Para estas situações, use um saco plástico limpo, idealmente do tipo que se pode fechar com um zip, para guardar a máscara. Ao tirar a máscara deve tentar evitar tocar no interior deste saco. Evite também colocar a máscara solta à volta do pescoço.

 

O QUE FAZER SE A RESPIRAÇÃO COM A MÁSCARA FOR DIFÍCIL?

Isso não deveria acontecer. As máscaras de algodão clássicas são realmente tão permeáveis que não deve haver falta de oxigénio. Contudo, após um período de uso, muitas pessoas sentem alguma ansiedade e dificuldade na respiração. Mantenha a calma enquanto respira com a máscara e não inspire ou expire de uma forma particularmente forte, a fim de evitar uma hiperventilação.

 

COMO FAZER PARA A MÁSCARA FICAR NOVAMENTE LIMPA?

Lavar na máquina a pelo menos 60 graus ou, em alternativa, fervê-las numa panela de água durante cerca de dez minutos – estes são os métodos mais seguros.

Para a variante da panela, o tecido da máscara deve ser à prova de fervura, (que geralmente é o caso de algodão). Contudo, se existirem outros materiais, como borracha, uma camada intermediária ou certos metais, verifique se os pode ferver. A regra geral é: “60 graus, ou mais, elimina o vírus” .

 


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terça-feira, 12 de maio de 2020

Fibromialgia: alimentação saudável, exercício físico e boa higiene de sono são aliados no tratamento

Assinala-se hoje, 12 de maio, o Dia Mundial da Fibromialgia, uma síndrome caracterizada por dor crónica e generalizada que os doentes localizam, sobretudo, no aparelho locomotor, e que está tipicamente relacionada com uma grande variedade de sintomas, entre os quais se destacam a fadiga persistente, o sono não reparador, a rigidez generalizada e os sintomas ansioso-depressivos.

A fibromialgia é uma das principais condições causadoras de dor, e a alteração do sono afeta mais de 90% destes doentes, que apresentam uma duração reduzida da etapa do sono que determina a qualidade do mesmo e garante a recuperação do organismo. Considerando que a fibromialgia pode alterar a qualidade do sono e que este distúrbio do sono pode agravar a fibromialgia, a abordagem terapêutica de ambos deve ser comum.

A Dra. Ana Pedro, Presidente da Associação Portuguesa para o Estudo da Dor (APED), afirma que “a fibromialgia, caracterizada pela dor crónica que provoca, afeta a qualidade de vida do doente e das famílias, não apenas devido à dificuldade e incapacidade física, funcional e motora, mas também ao ter um grande impacto a nível pessoal e emocional, sendo fundamental que os doentes procurem formas de atenuar os sintomas”.

Para dormir melhor, a Associação Portuguesa para o Estudo da Dor (APED), recomenda a adoção de medidas simples de “higiene de sono”: dormir num ambiente adequado, manter uma rotina de horários, evitar o consumo de cafeína e álcool, praticar técnicas de relaxamento e usar colchões e almofadas de densidade adequada.

Também a alimentação é um grande aliado no tratamento da fibromialgia. A variedade e equilíbrio alimentar são fundamentais, sendo importante a ingestão de alimentos ricos em ácido ascórbico (vitamina C) e potássio, como frutas cítricas, manga, papaia, kiwi, morango, brócolos, banana, farelo de aveia, nozes. Também são importantes os alimentos ricos em cálcio e em magnésio, pois melhoram a contração muscular e a transmissão dos impulsos nervosos, como couves, agrião, lacticínios, feijão, lentilhas, espinafres, etc. A par disto, as fontes de triptofano aumentam a produção de serotonina, um neurotransmissor responsável pela sensação de bem-estar. São exemplos destas fontes: carnes magras, peixe, iogurte desnatado, leguminosas, damasco e açaí.

O exercício físico regular, de acordo com as capacidades do doente, é primordial no controlo da dor, pelas endorfinas que liberta e sensação de bem-estar a que se associa. O exercício é uma das principais estratégias não farmacológicas no controlo da dor associada à fibromialgia.

A fibromialgia é mais comum em mulheres, com idades geralmente entre os 35 e os 50 anos, e representa grande impacto no bem-estar, na qualidade de vida e no seu desempenho profissional. A fibromialgia não tem cura, mas o acompanhamento dos doentes por um médico especialista é essencial, já que permite o controlo da doença e possibilita uma melhoria significativa dos sintomas através de uma terapêutica adequada.

 


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Medicamento português poderá ser usado para tratar doentes com COVID-19

Medicamento português constituído por células estaminais poderá ser usado em breve para tratar doentes com COVID-19.

A Crioestaminal, laboratório especialista em criopreservação, anunciou o desenvolvimento de um medicamento experimental à base de células estaminais expandidas para tratar doentes mais graves com infeção por SARS-CoV-2.

O laboratório concluiu a primeira fase de desenvolvimento de um medicamento experimental à base de células estaminais mesenquimais (sigla inglesa MSCs), constituído por doses de 100 milhões de MSCs do tecido do cordão umbilical. Nesta primeira fase, concluída no dia 1 de maio, foi produzida a primeira dose, com os necessários controlos de qualidade que permitirão a validação de todo o processo e a qualificação deste medicamento inovador como terapia experimental que poderá ser testada em doentes com COVID-19 em condição mais grave.

“Ao longo dos últimos meses, perante a urgência da situação, tal como muitos outros grupos de investigação e empresas em todo o mundo, temos dedicado todos os nossos esforços a tentar ajudar no combate a esta pandemia. Tirando partido de mais de 15 anos de experiência em projetos de investigação com células estaminais, em colaboração com hospitais e centros de I&D em Portugal, e da nossa equipa de técnicos e investigadores altamente qualificados, criamos uma equipa de trabalho que tem vindo a desenvolver este projeto com uma dedicação e esforço notáveis”, refere André Gomes diretor geral da Crioestaminal.

André Gomes acrescenta que “o desenvolvimento deste medicamento experimental em tempo record só foi possível graças ao investimento recente da empresa em instalações únicas em Portugal para a produção de terapias avançadas à base de células”.

A utilização deste tipo de células para tratar doentes com pneumonias graves associadas a COVID-19 tem vindo a ser testada na China, EUA e alguns países europeus, estando já em curso mais de 20 ensaios clínicos para estudar de forma alargada a segurança e eficácias desta terapia.

Resultados de estudos recentes, conduzidos na China e nos EUA, que investigaram se as MSCs seriam capazes de tratar a pneumonia associada a COVID-19, com base nas propriedades imunomoduladoras e reparadoras conhecidas destas células, revelaram uma reversão notável dos sintomas, mesmo em condições críticas.

A função pulmonar e os sintomas dos doentes melhoraram significativamente após a administração de MSCs, tendo-se observado um reequilíbrio nas populações de células do sistema imunitário destes doentes, bem como do perfil de moléculas pró e anti-inflamatórias. Os resultados publicados permitiram observar que a terapia com MSCs foi capaz de inibir a hiperativação do sistema imunitário e de promover a reparação celular endógena, melhorando o microambiente pulmonar permitindo a recuperação destes doentes.

Apesar destes estudos terem sido conduzidos num número ainda restrito de doentes, os resultados favoráveis obtidos sugerem que as MSCs podem constituir uma nova estratégia terapêutica para o tratamento desta doença.

 


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E se a resposta à COVID-19 estiver no intestino?

A Biocodex, em colaboração com o Instituto Pharmcare, realiza, na próxima quinta-feira, 14 de maio, às 21 horas, um webinar sobre o tema “E se a resposta à COVID-19 estiver no intestino?”, que tem como palestrantes a Prof.ª Conceição Calhau e a Dra. Paula Iglésias. A conferência online aguarda creditação pela Ordem dos Farmacêuticos.

As respostas imunológicas e metabólicas das pessoas infetadas com o novo coronavírus podem estar dependentes dos microrganismos que habitam o nosso intestino, tanto mais que a evidência científica tem demonstrado, cada vez mais, o impacto que a microbiota intestinal tem no nosso organismo. Este webinar tem como objetivo ajudar a clarificar esta e outras questões que estão na ordem do dia no contexto de pandemia em que vivemos.

A Professora Conceição Calhau, docente e investigadora da Faculdade de Ciências Médicas|NOVA Medical School da Universidade Nova de Lisboa, lidera um estudo em Portugal (Gut microbiota, Spark and Flame of COVID-19 Disease) sobre o papel da microbiota na resposta à COVID-19. Neste webinar vai responder à pergunta: “Terá a disbiose uma associação com a vulnerabilidade dos doentes de risco e com a severidade da doença?”.

A Dra. Paula Iglésias, Farmacêutica Comunitária, vai falar sobre a relevância do farmacêutico na prevenção das infeções respiratórias e do reforço do sistema imunitário.

O webinar é gratuito e tem como destinatários os farmacêuticos e técnicos de farmácia. No final do mesmo, os participantes podem realizar a prova de avaliação para obter a certificação de conhecimentos adquiridos e os respetivos CDP da Ordem dos Farmacêuticos até ao final deste mesmo dia.

 

 


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segunda-feira, 11 de maio de 2020

Dicas caseiras para cuidar do corpo

Continue a cuidar do seu corpo, mesmo em tempos onde ficar em casa é o mais recomendado. Estas dicas caseiras ajudam a manter a pele sempre bonita, hidratada e macia, em qualquer época do ano.

 

Artigo da responsabilidade de Laura Costa, SPA Coordinator, Quinta da Beloura Holmes Place Health Club

 

Banho hidratante com camomila

Feito com leite, aveia e camomila, este banho hidratante é uma excelente alternativa para quem tem a pele seca. A camomila tem propriedades que ajudam a hidratar a sua pele.

Ingredientes

  • 4 colheres (sopa) de camomila seca
  • 500ml de leite integral
  • 120g de flocos de aveia moídos

Preparação

A camomila e o leite devem ser misturados num frasco e guardado no frigorífico durante uma noite. Pela manhã, filtre e adicione o conteúdo do frasco na banheira, em água morna. Os flocos de aveia devem ser moídos e então adicionados ao banho. Aproveite este banho para relaxar durante, aproximadamente, 15 minutos. O próximo passo é secar a pele, sem esfregar, e aplicar uma loção corporal para manter a humidade da cútis.

Resultado

Estes ingredientes naturais têm propriedades que ajudam a hidratar a pele seca e a diminuir a comichão que costuma acompanhar a secura da pele.

 

Esfoliação corporal

A esfoliação é uma técnica que vai retirar as células mortas e o excesso de queratina da superfície da pele, proporcionando a sua renovação, bem com a suavização de marcas, deixando a pele suave e lisa. Também estimula a circulação sanguínea e facilita a penetração de substâncias hidratantes. É aconselhável fazer duas vezes por semana, esfregando sobre a pele sem muita força.

Como podemos fazer?

Açúcar e óleo de amêndoas – Um esfoliante à base de açúcar e óleo de amêndoas tem vitaminas capazes de promover a remoção de células mortas e, assim, melhorar o aspeto da pele.

Para preparar este esfoliante basta misturar os ingredientes num recipiente, em igual proporção. Vai depender da quantidade que pretende fazer. Por exemplo, uma chávena pequena de açúcar e uma chávena pequena de óleo de amêndoas. Aplique na pele com movimentos circulares, evitando apenas as áreas mais sensíveis do corpo.

Fubá – A esfoliação com fubá é uma boa opção para peles oleosas, sendo mais utilizado nos cotovelos, joelhos e calcanhares.

Para fazer a esfoliação com este alimento, basta colocar uma colher de fubá num recipiente com um pouco de óleo ou creme hidratante e aplicar na região com movimentos circulares. Deve-se, depois, remover o esfoliante com água fria e secar a pele com uma toalha macia.

Mel e açúcar – Excelente para o corpo e rosto, além de limpar a pele, promove a sua hidratação.

Para fazer este esfoliante, basta misturar uma colher de sopa de mel com uma colher de açúcar num recipiente e depois aplicar no corpo ou rosto com movimentos circulares. Deixe atuar 10 minutos e remova com água morna.

Conselho

Não deve fazer a esfoliação após a depilação, já que a pele fica mais sensível, o que pode levar a pequenas lesões ou irritação da pele.

 

Hidratante caseiro

Esta dica caseira para hidratar a pele seca do corpo tem ótimos resultados porque contem ingredientes que protegem a pele contra a perda de humidade.

Ingredientes

  • 50ml de creme hidratante (da sua preferência)
  • 25ml de óleo de prímula (é uma planta medicinal; pode ser adquirido em lojas de produtos naturais)
  • 20 gotas de óleo essencial de gerânio (é uma planta medicinal; pode ser comprado em lojas de produtos naturais)

Preparação

Coloque todos os ingredientes num recipiente e misture bem. Aplique este hidratante natural sobre o corpo inteiro com movimentos circulares e suaves, de preferência após o banho.

 

Óleo de damasco

É ótimo para a hidratação das peles secas, mesmo para peles sensíveis.

Ingredientes

  • 250g de sementes de damasco
  • 500ml de óleo de amêndoas doces

Preparação

Esmague as sementes, coloque num recipiente de vidro e adicione o óleo de amêndoas doces. Mantenha num local ensolarado durante alguns dias e aplique, diariamente, na pele depois do banho ou use a seguir à esfoliação da pele.

Conselho

É importante consumir alimentos ricos em vitamina E e vitamina C, bem como beber bastantes líquidos, para ajudar a eliminar gordura e celulite. Para a retenção de líquidos (pernas pesadas), pode beber água morna com limão, água com limão e frutos vermelhos (colocar no frigorifico e beber no dia seguinte), chá de alecrim ou chá de cavalinha. Beba especialmente água, que além de promover a hidratação de dentro para fora, também limpa o organismo.

Artigo publicado na edição de maio 2020 (nº 305)


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Feng Shui: dicas para uma casa mais saudável e feliz

 

O bem-estar na nossa casa nunca foi tão importante como atualmente. Por isso, aplique as sugestões do Feng Shui para uma casa mais saudável e feliz.

 

Artigo da responsabilidade da Profª. Vanda Boavida , professora e consultora internacional de Feng Shui

 

O Feng Shui é uma arte milenar chinesa com cerca de 3500 anos, que significa literalmente “vento e água”, cujo objetivo é harmonizar os espaços. Tornou-se uma ferramenta para potenciar o equilíbrio dos seus praticantes, proporcionando melhorias das suas vidas, quer a nível pessoal, quer a nível profissional.

Porquê utilizar o Feng Shui?

Porque é um método fácil e rápido para renovar a nossa vida, pois os locais onde vivemos podem ser alterados por nós, tal como a nossa alimentação.

A utilização do Feng Shui poderá ser uma ferramenta para esse processo de mudança, uma vez que proporciona inúmeros benefícios a um espaço, tais como:

  • aumenta o bem-estar dos moradores de uma casa ou dos colaboradores de uma empresa;
  • harmoniza as energias da natureza dentro de um espaço;
  • torna os ambientes agradáveis e saudáveis, de acordo com a função que cada ambiente possui;
  • permite que as pessoas estabeleçam novas relações com os espaços em que vivem.

 

As sugestões

Seguem algumas dicas de Feng Shui para uma casa mais saudável e feliz: 

  1. Utilize óleos essenciais para perfumar o ar da casa. O uso da lavanda é uma excelente opção, pois para além de perfumar o ar, acalma e relaxa. Pode-se colocar óleo de lavanda nos cortinados e tapetes (2 gotas). Nem todos os óleos essenciais são 100% naturais, por isso, deve-se ter alguma precaução na compra dos mesmos;
  1. Oiça música calma e relaxante para equilibrar a mente;
  1. Tenha plantas purificadoras do ar em casa. Por exemplo, lírio-da-paz. O melhor local para colocar esta planta é perto dos aparelhos eletromagnéticos (televisão, telemóvel, computador, aparelho Wi-Fi);
  1. Faça uso de lâmpadas ecológicas;
  1. Prefira velas de cera de abelha em detrimento das convencionais, que utilizam petróleo e que poluem o ar que respiramos;
  1. Utilize madeiras naturais, como a cortiça, em substituição de mobília com verniz e outros acabamentos, madeira prensada e MDF. A maioria dos móveis não são de madeira maciça e são fabricados utilizando materiais tóxicos, que comprometem a qualidade do ar;
  1. Opte por tintas ecológicas;
  1. Abra as janelas, 30 minutos por dia, para renovar o ar da casa;
  1. Arrumar as gavetas, armários e roupeiros promove a higiene dos espaços;
  1. Verifique os prazos de validade dos medicamentos e dos alimentos com regularidade;
  1. Tenha sempre ervas aromáticas na bancada da cozinha;
  1. As plantas artificiais e as plantas secas não são recomendadas, pois as primeiras são produzidas através de produtos tóxicos e as secas acumulam muito pó. Podemos ter plantas em todas as divisões da casa, devendo ter em consideração as características de cada espécie. A ideia de que dormir com plantas no quarto representa perigo não passa de um mito. A quantidade de CO2 libertada pelas plantas durante a noite é muito pequena e insuficiente para causar qualquer problema. Se este perigo fosse real, seria também desaconselhado dormir com outra pessoa ou mesmo um animal de estimação, já que ambos consomem bem mais oxigénio e libertam muito mais CO2 do que as plantas;
  1. Limpe o frigorífico com água e limão ou vinagre de cidra; e use bicarbonato de sódio para limpar o forno e as loiças da casa de banho;
  1. Use vinho branco para remover manchas de vinho tinto, das roupas, toalhas de mesa e guardanapos de pano;
  1. Substitua os post-it por um quadro de ardósia;
  1. Adira às faturas online;
  1. Cortinados, lençóis e mantas, se possível, deve ser de materiais naturais, como algodão, linho ou lã;
  1. Empregue bicarbonato de sódio, em detrimento da lixívia, para o branqueamento da roupa branca;
  1. Face a uma maior permanência dentro de casa, a limpeza deve ser feita com maior regularidade, inclusive torneiras, maçanetas das portas e armários, capa do telemóvel, etc.;
  1. Os sapatos do exterior devem ficar à porta e não devem ser colocados perto dos sapatos/chinelos utilizados dentro de casa.

Siga estas dicas e tenha uma casa mais saudável e feliz!

 

Artigo publicado na edição de março 2020 (nº 303)

 


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Plantas medicinais: mil e uma aplicações

Desde a mais remota Antiguidade, os homens utilizam as plantas como remédio para aliviar ou curar as suas doenças. Descubra o mundo das plantas medicinais e saiba como criar a sua própria ervanária caseira.

 

Uma das lendas do Ayurveda, a medicina milenar da Índia, conta que, como prova de seleção, um grupo de aspirantes a curandeiros foi mandado percorrer uma área de 100 km em busca de uma planta que não contivesse qualquer propriedade medicinal. Superou a prova o estudante que regressou sem nada, pois um dos princípios da terapêutica vegetal é que qualquer planta possui virtudes curativas, desde que se saiba usá-la.

De facto, as ervas medicinais desempenharam um papel fundamental no desenvolvimento da nossa sociedade. Todas as civilizações se valeram delas, ao longo da História, para aliviar todo o tipo de males. Ainda hoje, milhões de pessoas continuam a usar produtos vegetais naturais na sua vida quotidiana.

Cultivar, colher e conservar

A escolha da substância que se deve usar em cada situação está sujeita à influência de fatores como a estação, a constituição e a idade de quem vai tomar o remédio, o seu estado físico e psicológico e, inclusive, a sua capacidade digestiva. A dose quase nunca é fixa e, devido aos milhares de fórmulas possíveis, o mais razoável é consultar um ervanário de confiança, antes de adquirir as ervas.

A forma como se cultiva, colhe e conserva cada erva afeta as suas propriedades finais, pelo que é muito importante prestar a devida atenção a este aspeto.

As plantas medicinais cultivadas em casa devem estar afastadas de fontes de calor excessivo – radiadores, aparelhos elétricos, etc. – e devem plantar-se sempre em terra bem drenada e livre de parasitas, minhocas ou bolor.

Antes de elaborarmos infusões ou decocções com as nossas plantas medicinais “caseiras”, deveremos verificar se estão bem enraizadas e se apresentam boa cor, dois sinais inequívocos de qualidade. Nunca deveremos, por exemplo, usar uma planta atacada por insetos, como o pulgão.

As flores devem colher-se logo que aparecem, para que conservem todas as suas propriedades. Uma vez colhidas, se não forem utilizadas imediatamente, as folhas e os caules devem ser secos num quarto escuro e sem humidade, para serem guardados, de seguida, em potes de vidro escuro, com fecho hermético.

 

 

Um remédio para cada problema

  • Indigestão

Uma infusão de camomila ajudará a ultrapassar o problema.

  • Insónia

Para a insónia, está recomendada uma infusão de qualquer das seguintes ervas: manjerona, flor-de-laranjeira, flor-de-maracujá, salva, papoila, camomila ou tília; ou uma decocção de valeriana.

  • Problemas do fígado

Para o fígado, está indicada uma infusão de sementes de cardo-mariano, fumária, dente-de-leão, boldo ou alecrim. A maioria destas plantas apresenta um sabor amargo, pelo que se recomenda tomar a tisana fria e açucarada com mel de alecrim.

  • Problemas respiratórios

As tisanas de agulhas de pinheiro são as melhores para os problemas respiratórios, pela sua ação balsâmica.

  •  Vómitos

Tomar uma infusão de erva-cidreira, pelas suas propriedades antiespasmódicas e digestivas, pode ser bastante útil.

 

 

Cosmética natural

  • Loção suavizante

Num litro de água a ferver, prepara-se uma infusão com cinco flores de camomila, três punhados de rosas-silvestres, um punhado de malvaísco – alteia –, dois punhados de flor-de-alfazema e um punhado de pétalas de rosa. Deixa-se a macerar, durante três horas, coa-se e pode aplicar-se como uma loção corporal suavizante… e de aroma delicioso.

  • Tónico facial

Leva-se a ferver um litro de água mineral e retira-se do lume. Deixa-se repousar e acrescenta-se 50 gramas de pétalas de rosa frescas. Deixa-se macerar, durante umas três horas e coa-se. O mais adequado para a conservação deste tónico é guardá-lo numa garrafa de vidro escuro.

  • Banho de vapor

Limpe a pele da seguinte forma: acrescente a um litro de água a ferver o sumo de meio limão e duas colheres de alecrim, duas de alfavaca, uma de tomilho e uma de folhas de menta. Cubra o cabelo com uma touca, coloque uma toalha sobre a cabeça e incline o rosto sobre o recipiente, a uns 15 cm de distância, com os olhos fechados, durante um quarto de hora. Depois, lave a cara com água fria. Faça-o apenas uma vez de 15 em 15 dias, para evitar que os óleos naturais da pele se alterem.

  • Champô

Ferva 50g de folhas de hera, num litro de água, durante 10 minutos; depois, coe bem, espremendo as folhas. Acrescente água, até perfazer os dois litros e utilize esta infusão para lavar o cabelo. Lembre-se que, para que o resultado seja eficaz, deve massajar corretamente o couro cabeludo.

Leia o artigo completo na edição de maio 2020 (nº 305)

 


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quinta-feira, 7 de maio de 2020

Liga Portuguesa Contra o Cancro: recomendações para lidar com a ansiedade

A Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC) vai realizar uma sessão online sobre o impacto emocional da pandemia por COVID-19 nos doentes oncológicos, familiares e cuidadores, na quinta-feira dia 14 de maio, às 18h00, na página de facebook da LPCC – https://www.facebook.com/ligacontracancro.

A atual pandemia que nos encontramos a vivenciar, associada à necessidade de isolamento profilático, conduziu a alterações profundas nas relações sociais e nos hábitos de vida e rotinas diárias, induzindo um grau considerável de medo, preocupação e ansiedade na população em geral e, particularmente, em determinados grupos de risco, como é o caso dos doentes oncológicos, o que se estende aos seus familiares e cuidadores.

Os doentes oncológicos encontram-se numa situação de maior risco psicológico pois são um grupo mais vulnerável à doença e ao seu impacto em diversas esferas da vida.

A Dra. Sónia Silva, psicóloga clínica e responsável pela Unidade de Psico-Oncologia e Unidade de Voluntariado da Liga Portuguesa Contra o Cancro – Núcleo Regional do Centro, irá falar-nos sobre “os desafios psicológicos que esta conjuntura que atravessamos coloca a todos nós, mas aos doentes oncológicos e seus familiares e cuidadores em particular, sugerindo algumas estratégias que entendemos serem facilitadoras dos processos de adaptação nesta fase”.  Irá também responder a todas as questões que forem colocadas neste âmbito na sessão de esclarecimentos.

É possível submeter algumas das suas preocupações de forma antecipada, utilizando o e-mail: duvidasansiedade@ligacontracancro.pt.

A Liga Portuguesa Contra o Cancro disponibiliza consultas de Psico-Oncologia dirigidas a doentes oncológicos e familiares, conduzidas por psicólogos clínicos com formação na área da oncologia. Durante o período de pandemia por COVID-19, o acompanhamento psicológico presencial encontra-se suspenso, mas está disponível via telefone ou videochamada podendo o mesmo ser solicitado através da Linha Cancro – 808 255 255 ou diretamente para cada um dos Núcleos Regionais (pode obter contactos aqui).

Para mais informações, consulte: www.ligacontracancro.pt


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Más posturas: como reeducar?

São várias as consequências de uma má postura, nomeadamente quando estamos sentados ao computador. A reeducação postural é essencial para aumentar o nosso bem-estar e diminuir as dores inerentes de más posturas diárias.

No sentido de ajudar a cuidar da postura e da mobilidade de quem precisa, o Holmes Place oferece uma sessão online com um Fisioterapeuta: https://bit.ly/2SWymXd.

Hoje em dia, no campo da fisioterapia, sabemos que a maior parte das lesões não tem uma origem traumática mas são um efeito de uma postura incorreta ao longo da nossa infância, adolescência e vida adulta.

Uma postura correta deve ser funcional e esteticamente agradável, confortável sem provocar fadiga muscular, para isso é necessário existir um bom equilíbrio muscular de forma a proteger as estruturas de suporte do corpo contra lesões ou alterações morfológicas. A boa saúde da nossa coluna depende das atitudes posturais praticadas diariamente.

Para uma postura correta e uma coluna sem dor, a fisioterapeuta Sofia Campos, do Holmes Place Arrábida Shopping, deixa algumas dicas fáceis de incutir no dia a dia:

  • Evitar dormir de barriga para baixo, pois essa é a posição mais agressiva para a coluna cervical, sendo a causa mais comum do “típico torcicolo”. Ao fazê-lo, utilize uma almofada muito baixa e coloque outra por baixo dos joelhos para aliviar a tensão ao nível da coluna lombar. A posição vencedora para a hora de dormir é a deitada completamente de lado, pois é possível manter a coluna vertebral mais alinhada. Nesta posição, a almofada deve ter a altura do ombro para que a cabeça não fique inclinada. Se possível utilize também uma almofada com pouca espessura entre os joelhos de forma a ter um bom alinhamento corporal.
  • No trabalho, com as muitas horas passadas ao computador com má postura, o aparecimento de dores na coluna vertebral é inevitável. Para evitar isso, há que ter atenção à ergonomia do espaço de trabalho, ajustando a altura da cadeira com a altura da mesa, e a altura do ecrã do computador ao nível da visão. É essencial reduzir o tempo sempre na mesma posição e fazer alguns intervalos ao longo do dia para alongar, mobilizar as articulações e diminuir o incómodo e compressão sobre coluna.
  • É ainda fundamental a prática de exercício físico regular e uma dieta alimentar equilibrada. O excesso de peso associado ao sedentarismo e posturas repetidas traz muitas complicações para a coluna e articulações como o joelho e anca. O exercício físico vai permitir manter um bom equilíbrio muscular, aumentar a sua resistência, energia e bem-estar.

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Células estaminais: 5 casos de sucesso que comprovam a utilidade clínica

As células estaminais possuem características únicas, que permitem a substituição das células que vão morrendo e a reparação de tecidos danificados, sendo, por isso, fundamentais para o bom funcionamento do nosso organismo. Adicionalmente, as suas propriedades conferem-lhes um grande potencial para o tratamento de diversas doenças.

Em todo o mundo, a utilização de células estaminais do sangue do cordão umbilical é já uma realidade bem patente, tendo sido realizados, até à data, mais de 45 mil transplantes com esta fonte de células estaminais. As células estaminais do sangue do cordão umbilical são semelhantes às que se encontram na medula óssea, podendo ser usadas no tratamento de mais de 80 doenças, incluindo doenças oncológicas, deficiências medulares, doenças metabólicas, imunodeficiências e hemoglobinopatias. Para além disso, nos últimos 10 anos, o número de novas aplicações terapêuticas do sangue do cordão umbilical em estudo aumentou marcadamente, tendo envolvido já mais de 800 doentes tratados no âmbito de estudos clínicos experimentais. O tecido do cordão umbilical é outra fonte de células estaminais que ganhou destaque nos últimos anos, estando já registados mais de 170 ensaios clínicos que visam testar a sua aplicação clínica num leque alargado de doenças, nomeadamente em doenças de caracter autoimune.

Estes são alguns exemplos de tratamentos com células estaminais realizados com sucesso, que vêm comprovar a sua utilidade clínica:

 

ANEMIA APLÁSTICA GRAVE

Uma criança portuguesa, de 4 anos de idade, entrou em remissão após transplante com as células estaminais do seu sangue do cordão umbilical para tratar anemia aplástica grave. Esta doença ocorre quando a medula óssea deixa de produzir células sanguíneas suficientes, provocando anemia, hemorragias e infeções. O tratamento foi realizado em abril de 2019, na Unidade de Transplante de Medula do IPO de Lisboa, com uma amostra de células estaminais do Sangue do Codão Umbilical guardada na Crioestaminal.

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BEBÉS PREMATUROS

Um estudo publicado na revista científica Stem Cells Translational Medicine, mostrou que a administração autóloga de sangue do cordão umbilical em bebés prematuros reduziu significativamente o tempo de suporte respiratório que estes bebés necessitariam. Pelas suas propriedades regenerativas, anti-inflamatórias e imunomoduladoras, o sangue do cordão umbilical está a ser investigado para a prevenção de complicações associadas à prematuridade.

Ren Z, et al. Stem Cells Transl Med. 2020 Feb;9(2):169-176.

 

LESÕES NOS JOELHOS (OSTEOCONDRITE DISSECANTE DO JOELHO)

Dois jovens atletas, de 16 e 17 anos de idade, diagnosticados com osteocondrite dissecante do joelho, foram submetidos a um tratamento experimental que consistiu na injeção direta de células estaminais no local da lesão. Este tratamento permitiu a regeneração da cartilagem, que posteriormente se verificou possuir características semelhantes às da cartilagem original. Ao fim de um ano, estes jovens puderam voltar a praticar a sua modalidade de eleição.

Song JS, et al. J Clin Orthop Trauma. 2019. 10 (Suppl 1):S20-S25.

 

LESÕES CEREBRAIS

Um adolescente de 16 anos, que, na sequência de uma paragem cardiorrespiratória, sofreu lesões cerebrais, apresentou uma recuperação notável após tratamento com células estaminais do tecido do cordão umbilical. O jovem, que tinha ficado severamente incapacitado, recuperou totalmente, tanto a nível motor como cognitivo.

Kabataş S, et alCell Transplant. 2018. 27(10):1425-1433.

 

ANEMIA FALCIFORME

Uma criança de 8 anos com anemia falciforme ficou curada após um transplante hematopoiético, realizado em 2017, nos EUA, com a amostra de sangue do cordão umbilical do seu irmão mais novo, que tinha sido guardada num banco familiar. Um ano depois do transplante, o menino estava totalmente curado, vivendo uma vida saudável.

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Artigo publicado na edição de maio 2020 (nº 305)


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Desconforto do trato urinário?

Acaba de chegar ao mercado um novo suplemento alimentar que combina duas estirpes de bactérias probióticas(1)  com evidência científica contra a proliferação de bactérias nocivas. Contém ainda arando vermelho, uma baga da família do mirtilo que também ajuda a prevenir a adesão de bactérias à bexiga. Sobretudo útil em casos de distúrbios urinários recorrentes, Symbiosys® Cystalia promove um alívio do desconforto provocado.

 

Cystalia contém as estirpes selecionadas Lactobacillus rhamnosus LR06 e Lactobacillus plantarum LP02, além de extrato de arando vermelho. A sua formulação, suportada por vários estudos científicos, contribui para o normal funcionamento do trato urinário.

Estas estirpes bacterianas são reconhecidas como seguras pela Autoridade Europeia de Segurança Alimentar. Além disso, estão protegidas da acidez gástrica, uma vez que as substâncias ativas estão revestidas por um método inovador que as torna inofensivas para o estômago.

O suplemento Symbiosys® Cystalia, da farmacêutica Biocodex, não contém alérgenos, nem são de esperar efeitos secundários. Além disso, é muito fácil de tomar: basta 1 stick de Cystalia todas as manhãs e o pó é dissolvido na boca para uma toma sem água.

Cerca de metade das mulheres em todo o mundo são afetadas por Infeções do Trato Urinário (ITU), entre estas, as cistites são as mais comuns.

As cistites acontecem quando há proliferação de Escherichia coli, responsável por 70 a 80%(2) dos casos de cistite ou por migração das bactérias E. coli do reto para a bexiga e uretra. Essa proliferação encontra-se favorecida quando há um desequilíbrio da microbiota intestinal e também em etapas específicas da vida da mulher, nas quais há menor presença de lactobacilos protetores.

O tratamento da cistite com antibióticos não está isento de efeitos secundários. Destrói as bactérias nocivas, mas também as benéficas, levando ao desequilíbrio da microbiota e ao aumento da probabilidade de recorrência das infeções (3,4).

A microbiota intestinal, anteriormente conhecida como flora intestinal, não é mais do que a população de bactérias boas e leveduras naturalmente presentes no nosso sistema digestivo. Nos adultos, a microbiota intestinal contém muitos milhões de micro-organismos vivos em equilíbrio, que desempenham um papel fundamental na saúde, em particular no trato digestivo, urinário e respiratório. Uma microbiota em desequilíbrio faz com que o sistema imunitário fique em risco.

Boas regras de higiene e uma boa alimentação em associação com probióticos e arando ajudam a prevenir os distúrbios do trato urinário.

 

 

Referências:

1 – Probióticos são, segundo a definição da Organização Mundial da Saúde, “microrganismos vivos que, quando administrados em quantidades adequadas, conferem um benefício à saúde do hospedeiro”. Os seus benefícios dependem das propriedades da estirpe, ciclo de vida, do processo de fabrico e método de armazenamento, do seu estado, nível de evidência e dose efetiva e da via de administração (oral ou tópica).

2 – Cistite não complicada na mulher. Associação Portuguesa de Urologia. Setembro 2008.

3 – Khoo, C., & Liu, H. (2018). Effect of Cranberry Polyphenols and Metabolites on Microbial Activity and Impact on Urinary Tract Health. Polyphenols: Prevention and Treatment of Human Disease, 89-105. doi: 10.1016/B978-0-12-813008-7.00008-4

4 – Maki, K. et al. Consumption of a cranberry juice beverage lowered the number of clinical urinary tract infection episodes in women with a recent history of urinary tract infection. American Journal of Clinical Nutrition 103(6):1434-1442 · June 2016. doi: 10.3945/ajcn.116.130542

 


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Dor e inflamação bucal

OS TRANSTORNOS ORAIS NÃO SE RESUMEM A DORES DE DENTES E PERIODONTITES. VÁRIAS OUTRAS PERTURBAÇÕES PODEM AFETAR A MUCOSA BUCAL, AS GENGIVAS E ATÉ A GARGANTA.

 

Todos nós já sofremos, ocasionalmente, dores e inflamações no revestimento (mucosa) da boca, língua, gengivas e garganta, ou seja, na chamada cavidade orofaríngea. Na maioria das situações, a causa não é grave e os incómodos podem ser atenuados com tratamentos fáceis e acessíveis. Contudo, se um problema persistir por um período de tempo prolongado ou ressurgir, é aconselhável consultar o médico assistente ou o dentista. Vejamos quais os transtornos mais frequentes.

ÚLCERAS

As úlceras bucais são comuns. Resultam de uma fissura na mucosa, a qual expõe o tecido subjacente, que é bastante sensível. Embora sejam geralmente pouco graves, podem ser surpreendentemente dolorosas. Habitualmente, estas úlceras surgem na sequência de uma pequena dentada, ao mastigar, ou em resultado da ingestão de algo muito quente. As aftas são um grupo particular de úlceras, que surgem de forma ,por vezes associadas a períodos de stress.

A maioria das úlceras da boca saram por si só no espaço de uma ou duas semanas. Bochechar com uma solução bucal indicada para o efeito, de venda em farmácia, alivia a dor e acelera o processo de cicatrização.

INFEÇÕES

O revestimento da boca é habitualmente resistente a organismos infecciosos. A maioria das pessoas só sofre infeções na boca quando apresenta a imunidade enfraquecida ou mantém uma dieta pouco saudável. herpes labial é um exemplo do tipo de infeção recorrente, podendo as reativações surgirem na sequência de stress, fadiga, luz solar intensa, alguma outra infeção, febre e até mesmo a menstruação.

Por seu turno, as infeções das gengivas são frequentes em pessoas que negligenciam a sua higiene oral, bem como em fumadores, indivíduos sujeitos a stress ou na presença de uma infeção na garganta. As gengivas tornam-se dolorosas e inchadas, avermelhadas e podendo sangrar.

GARGANTA INFLAMADA

Faringite é o nome que se dá à inflamação da faringe – zona da garganta situada entre a boca/fossas nasais e a laringe/esófago –, cujo primeiro sintoma é a dor. A causa habitual são as infeções virais, mas também pode ser provocada por infeções bacterianas, pelo refluxo dos ácidos do estômago, entre outras razões. O álcool e o tabaco são sempre fatores de agressão e agravamento da inflamação da faringe.

O QUE FAZER?

Para o tratamento sintomático dos estados irritativos e inflamatórios da cavidade orofaríngea, por vezes associados a dor, pode ser eficaz gargarejar ou bochechar com uma solução anti-inflamatória não esteroide de venda em farmácia. Princípios ativos como o diclofenac, sob a forma de solução bucal, podem estar indicados nos casos acima citados, bem como na sequência de tratamentos dentários conservadores ou de extração. Em caso de agravamento ou não melhoria dos sintomas, deve consultar-se o médico.

Artigo publicado na edição de maio 2020 (nº 305)


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quarta-feira, 6 de maio de 2020

Estudo nacional vai investigar relação entre o microbiota intestinal e a severidade da COVID-19

Um estudo nacional liderado pela Professora Conceição Calhau, docente e investigadora da Faculdade de Ciências Médicas|NOVA Medical School da Universidade Nova de Lisboa, e financiado pela Biocodex e pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), vai investigar se a severidade da COVID-19 em indivíduos infetados com o novo coronavírus depende de microrganismos que habitam o intestino humano. Os doentes serão recrutados em vários hospitais públicos do país e numa das unidades CUF de Lisboa, num total de 60 participantes.

De acordo com a investigadora, a evidência obtida neste estudo, intitulado Gut microbiota, Spark and Flame of COVID-19 Disease, “fornecerá prova do conceito de que o microbiota intestinal pode ser um fator crítico responsável pelo resultado clínico da doença infeciosa COVID-19”. Se os resultados confirmarem a hipótese, está aberto o caminho para que sejam impulsionadas “novas intervenções médicas direcionadas ao microbiota intestinal contra este tipo de vírus, por exemplo, com prebióticos1 ou probióticos2 associados a outras intervenções farmacológicas COVID-19 atualmente em desenvolvimento”.

A Biocodex, com 65 anos de experiência, chegou a Portugal em 2019 e está empenhada em contribuir com o seu know-how sobre o microbiota lado a lado com entidades, universidades e hospitais nacionais. Este é mais um contributo da farmacêutica na pesquisa em microbiota e sua interação com várias patologias.

O sistema imunitário é modulado pelo microbiota intestinal. Cerca de 70% das células produtoras de anticorpos residem no nosso intestino. “O microbiota intestinal tem, por isso, um papel determinante na saúde e particularmente no sistema imunológico, pelo que o perfil do microbiota de pacientes infetados com o novo coronavírus poderá relacionar-se com a vulnerabilidade, desenvolvimento e severidade da doença”, explica a investigadora.

Neste estudo, que conta com um financiamento total de 50 mil euros, os investigadores vão também tentar perceber se os doentes com obesidade, diabetes ou hipertensão são mais suscetíveis à COVID-19, uma vez que está comprovado que estas doenças estão associadas a uma disfunção do microbiota intestinal. Estes doentes, tal como os que apresentam patologia cardiovascular, pertencem aos grupos de risco COVID-19, embora não sejam ainda conhecidos os mecanismos que os tornam mais vulneráveis e com pior prognóstico após a infeção com o novo coronavírus, algo que esta investigação pode vir a clarificar.

A Professora Conceição Calhau revela que os participantes deste estudo serão recrutados no Serviço de Medicina Interna do Hospital São Sebastião (Centro Hospitalar de Entre o Douro e Vouga), no Serviço de Cuidados Intensivos Polivalente do Hospital Curry Cabral (Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central), no Serviço de Atendimento Permanente do Hospital CUF Infante Santo, em Lisboa, na Unidade de Cuidados Intensivos Polivalente do Hospital de São Francisco Xavier (Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental) e na Unidade de Cuidados Intensivos do Centro Hospitalar Universitário de São João. Os critérios de inclusão são ter COVID-19 e mais de 18 anos.

Para explorar as bactérias (espécie, género ou filo) que podem estar representadas
nos doentes infetados, em menor ou maior quantidade, será analisado o perfil da
microbiota em diferentes estados de doença: doença leve (autoisolamento em casa);
doença grave (isolamento no quarto do hospital) e pacientes críticos (Unidade de
Cuidados Intensivos hospitalar). A caracterização do microbiota intestinal será feita a
partir de amostras de fezes.
Referências
1 – Ingredientes não digeríveis nos alimentos que promovem seletivamente o crescimento e a atividade de um número limitado de espécies bacterianas autóctones e, portanto, conferem um benefício ao hospedeiro. Os prebióticos estão naturalmente
presentes em vegetais e frutas como alho, cebola, espargos, tomate, banana, ameixa e maçã; em grãos e cereais como farelo e nozes, amêndoas.
2 – Micro-organismos vivos que, quando administrados em quantidades adequadas, conferem um benefício à saúde do hospedeiro. Podem ser encontrados em iogurtes e leites fermentados ou em suplementos.
Biocodex
A Biocodex é uma multinacional farmacêutica, independente, que se pauta por elevados padrões científicos e de produção, com seis décadas de sucessos comprovados. Fundada em 1953, inicialmente focada exclusivamente na Gastroenterologia com um inovador e exclusivo probiótico Saccharomyces boulardii CNCM I-745®, hoje a Biocodex tem um portefólio de atuação que vai muito para além da Gastroenterologia.
A Biocodex está comprometida com a investigação e inovação e tem a sua própria fábrica e o seu centro de desenvolvimento em França. O centro acolhe uma multifacetada equipa de investigadores que trabalham conjuntamente com algumas das maiores universidades e com os médicos mais reconhecidos na área da microbiota.
A missão da Biocodex Microbiota Foundation é promover a pesquisa em microbiota e sua interação com várias patologias. A pesquisa é apoiada por meio de subsídios concedidos a projetos que investigam a implicação da microbiota na saúde humana.

NOVA Medical School (NMS)
A NOVA Medical School (NMS) é uma unidade orgânica da Universidade NOVA de Lisboa, desde 1977. Conta atualmente com 1.719 alunos no Mestrado Integrado em Medicina, 40 alunos na Licenciatura em Ciências da Nutrição, 726 alunos em formação pós-graduada e um total de 546 docentes e investigadores.
Trabalha com várias unidades de saúde associadas, o que permite aos seus alunos usufruir de uma diversidade de locais de ensino e um conhecimento da realidade hospitalar e de cuidados de saúde primários mais abrangentes.
A NMS tem um centro de investigação – CEDOC-NMS – Centro de Estudos de Doenças Crónicas – e é participante em 4 Unidades de I&D: CHRC – Centro de Investigação Integrada em Saúde, iNOVA4Health – Programa de Medicina Translacional, ToxOmics – Centro de Toxicogenómica e Saúde Humana e CINTESIS – Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde, da qual a Professora Conceição Calhau é coordena a Linha Temática 1 – Medicina Preventiva & Desafios Societais.


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Doenças do aparelho digestivo: avanços recentes

A Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia está a comemorar 60 anos de existência, sempre em prol da saúde digestiva. É um bom momento para explicar o papel desta especialidade e os avanços mais recentes.

 

Artigo da responsabilidade do Prof. Rui Tato Marinho, presidente da Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia

 

Corria o ano de 1960 quando um conjunto de médicos, de várias especialidades e áreas de diferenciação, decidiram formar a Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia (SPG). O Ministério da Saúde (e Assistência) fora criado dois anos antes, em 1958. A SPG é agora uma Associação Científica de Utilidade Pública, sem fins lucrativos, tendo neste contexto várias missões a cumprir.

A especialidade de Gastrenterologia começou a diferenciar-se no século XIX, na Alemanha e na Áustria. Mas a primeira sociedade de Gastrenterologia do Mundo seria criada em 1897, nos Estados Unidos: The American Gastroenterological Association. Num tempo em que o Tempo corria mais devagar!

A NOSSA MISSÃO

O que é uma Sociedade Científica? É uma associação de profissionais de saúde, neste caso, na sua grande maioria, médicos especialistas em Gastrenterologia, uma das cerca de 50 especialidades reconhecidas pela Ordem dos Médicos.

Uma Sociedade Científica tem vários objetivos e missões a cumprir: promoção da investigação científica, organização de reuniões científicas, promover a informação dos profissionais de saúde, do público em geral  e dos decisores políticos. Uma das principais missões centra-se na promoção da melhoria dos cuidados de saúde para a população, que será sempre o centro da nossa atividade.

A SPG tem também como missão a partilha de conhecimentos entre os médicos da especialidade. É uma verdadeira Escola de Vida: a formação contínua é assegurada, em grande parte pelas Sociedades Científicas, pela partilha do conhecimento entre especialistas de várias gerações. E somos hoje 500 especialistas.

O GASTRENTEROLOGISTA

Quais são os órgãos principais do aparelho digestivo? Esófago, estômago, intestino delgado (inclui o duodeno), cólon e reto, ânus, fígado e vias biliares, vesícula biliar e pâncreas. Tantos para um fim comum.

A função do gastrenterologista – ou o “gastro” na nossa gíria – assenta em três pilares:

  • Execução de exames para observar por dentro o corpo humano, muitos deles aproximando-se da atividade de um cirurgião. São eles a endoscopia alta, para ver o esófago, estômago, duodeno; colonoscopia, para o cólon; cápsula endoscópica, para o intestino delgado; CPRE, para os canais do pâncreas e das vias biliares, entre outros. Atualmente, até se consegue realizar uma ecografia aos órgãos internos com um aparelho chamado ecoendoscópio (endoscopia e ecografia), com a possibilidade de realizar biopsias e fazer alguns tratamentos.
  • Por outro lado, lida com doenças graves, potencialmente mortais, como sejam os cancros digestivos e as doenças do fígado. Os cancros do aparelho digestivo representam 1/3 de todos os cancros dos portugueses, sendo responsáveis por 10% das mortes anuais. Um deles é o cancro mais frequente em termos de novos casos por ano, o cancro do cólon e reto, com pouco mais de 10.000 casos em 2018. Ou seja, na próxima década irão aparecer 100.000 novos casos. Três das entidades onde o gastrenterologista tem um papel vital estão no Top 10 da mortalidade em Portugal: cancro do estômago, cancro do cólon e doenças do fígado.
  • Por último, lidamos com outras doenças menos graves, mas que afetam milhões de pessoas (obstipação com 2 milhões, doença de refluxo com 3 milhões, síndroma do intestino irritável com 1 milhão) ou alguns milhares, como a doença de Crohn e a colite ulcerosa.

EXCELENTE ESPERANÇA MÉDIA DE VIDA

O primeiro presidente da SPG foi o Prof. Cascão de Anciães. Outros 26 se seguiram. Todos eles deram e receberam, contribuindo para que os portugueses tenham hoje uma das melhores ofertas europeias e mundiais no domínio das doenças do aparelho digestivo.

Um dos aspetos que ilustra o progresso do conhecimento médico é o facto que a esperança média de vida em Portugal ter aumentado, desde 1960, quase 20 anos, de 64 para 81,6 anos.

Temos hoje uma das melhores esperanças médias de vida do Mundo. Temos a quarta população do mundo com maior percentagem de população (22,7%) com mais de 65 anos.

Um dos aspetos que contribuiu para esta longevidade foi a criação e implementação do Serviço Nacional de Saúde, em 1979, que gerou ganhos de saúde a todos os títulos notável. No ano 2000, foi classificado pela Organização Mundial de Saúde como o 12º melhor do Mundo, entre 191 países.

Dado as doenças que acima descrevemos, a atividade especializada do gastrenterologistas contribuiu, de forma bem marcada, para a excelente esperança média de vida dos portugueses, agora os nossos pais, avós e bisavós.

SUCESSO NA SAÚDE DIGESTIVA

Muita da atividade do gastrenterologista é centrada no diagnóstico, rastreio (deteção sem sintomas), tratamento e cura de muitas doenças graves e mortais.

A evolução da Gastrenterologia acompanha a evolução geral da sociedade em que vivemos: tecnologia, gestão, informática, biologia molecular, imunologia, virologia, bacteriologia, estatística, dados, epidemiologia, internet, publicação científica, facilidade de comunicação, etc.

E esta evolução tem sido notável. Salientaria duas áreas: a endoscopia digestiva e a área das doenças do fígado, a chamada hepatologia. A Sociedade de Portuguesa de Endoscopia Digestiva seria fundada em 1979 e o Núcleo de Hepatologia em 1983 (agora, Associação Portuguesa para o Estudo do Fígado). São duas Sociedades com quem a SPG partilha o espaço e secretariado.

Durante estas seis décadas, a endoscopia tornou-se rotina, conseguindo observar praticamente toda a extensão dos 8 metros do aparelho digestivo com vários aparelhos (endoscópio, enteroscopia, cápsula endoscópica e colonoscopia). As vias biliares e os canais pancreáticos também se conseguem observar com um exame chamado CPRE.

Outras inovações na área da Radiologia permitem hoje uma maior eficiência: ecografia abdominal, TAC, ressonância magnética. Ou seja, temos hoje armas que permite ver com detalhe o interior do aparelho digestivo e os seus órgãos anexos, por dentro e por fora. Um aparelho semelhante a uma ecografia, chamado elastografia ou Fibroscan, permite em dois minutos, como que fosse magia, saber se alguém tem cirrose ou não, reduzindo o número de biopsias (com agulha espetada no fígado) em cerca de 90 por cento.

OBJETIVO: SALVAR VIDAS

Uma das doenças clássicas de há três décadas, a úlcera duodenal, deixou de o ser. De repouso, dieta e leite no passado, vários fármacos viriam a tornar esta entidade quase um não problema: cimetidina, ranitidina, inibidores da bomba de protões (omeprazol e os seus congéneres). A identificação de uma bactéria chamada Helicobacter pylori permitiu a sua cura e reduzir o grande problema de saúde que foi a úlcera duodenal e gástrica.

A intervenção na hemorragia digestiva (emissão de sangue pelas fezes e pelo vómito) tem sido cada vez maior: tratamento para as varizes que sangram, clips, eletrocoagulação, sprays, colas. O gastrenterologista tem hoje muitas armas para intervir e salvar vidas.

A intervenção nos cancros é cada vez maior, seja na prevenção, no diagnóstico, no tratamento ou na paliação. O paradigma é a importância do rastreio com a colonoscopia do cancro do cólon e do reto.

Nas doenças do fígado, os avanços são igualmente múltiplos: foram identificados cinco vírus (A, B, C, D, E) e produzidas vacinas para quatro deles (A, B, D, E). A vacina da hepatite B tem salvo muitas vidas. O transplante do fígado tornou-se hoje uma rotina, sendo Portugal um dos países que mais transplantes: cerca de 200-250 por ano. Quanto ao tratamento, foi conseguido o controlo da hepatite B e a cura da hepatite C, um dos maiores avanços da virologia moderna. É necessário ter presente que a epidemia do fígado gordo está à nossa porta: estima-se que um quarto da população mundial tenha esteatose hepática.

O avanço da microbiologia contribuiu sobremaneira para muitos destes avanços. A identificação do ADN em 1953 e a descoberta de algumas técnicas como o PCR (Polymerase Chain Reaction) permitiu conhecer muitos destes vírus e partir para a descoberta de curas e vacinas. Quem identificou o vírus da hepatite B e o Helicobacter foi agraciado com o Prémio Nobel em 1976 e em 2005, respetivamente. Qual o significado das cerca de 100 triliões de bactérias que temos no intestino e que connosco vivem em equilíbrio?

E DEPOIS DO ADEUS AO CORONAVÍRUS?

Com a pandemia de coronavírus, o País parou e deixaram de se fazer as 1000 colonoscopias que se realizavam num só dia. Sabemos que no espaço de um mês teremos o diagnóstico de 1500 novos casos de cancro digestivo, mais de metade correspondente a cancro do cólon.

A Gastrenterologia é hoje uma especialidade da maior relevância. Esta terrível pandemia veio chamar a atenção que o País não pode viver sem gastrenterologistas.

A saúde digestiva é, claramente, uma das componentes vitais da Moderna Saúde Pública, sendo da maior relevância insistir nos estilos de vida saudável, exercício físico, não fumar, não consumir álcool em excesso, comer frutas e vegetais e… tentar ser feliz!

 

 

 


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Hipertensão atinge mais de 40% da população portuguesa

1ª Semana da Hipertensão EM CASA| 17 a 22 de Maio

Webinares temáticos e atividades online no Facebook, Instagram, Youtube e site da SPH marcam a 1ª Semana da Hipertensão EM CASA. A 17 de Maio (domingo) iniciam-se as atividades que se mantêm depois durante a semana.

A Sociedade Portuguesa de Hipertensão (SPH) assinala a partir de 17 de Maio (domingo) a 1ª Semana da Hipertensão EM CASA tendo em conta as medidas de contingência devido à pandemia que se vive atualmente. A semana, que decorre de 17 a 22 de Maio, pretende sensibilizar a comunidade para o tema e alertar para a importância da prevenção e do tratamento adequado da hipertensão arterial (HTA), desta vez através de canais digitais para chegar a todos os que estão em casa.

Vítor Paixão Dias, presidente da SPH refere que “relativamente ao panorama atual da hipertensão e do risco cardiovascular global no nosso país, embora a prevalência da hipertensão arterial se mantenha relativamente estável nos últimos 15 anos, atingindo mais de 40% da população adulta, a mortalidade cardiovascular de que a hipertensão é o principal fator de risco, tem vindo sistematicamente a diminuir e veio para baixo dos 30%, o que é um marco histórico. No entanto, o principal fator de risco não modificável é a idade e o envelhecimento da população colocará cada vez mais desafios aos médicos e aos decisores políticos”.

As atividades online previstas passam por webinares temáticos em formato digital: sessões de cerca de 45 minutos realizadas através de plataformas web que vão permitir esclarecer dúvidas, orientar na prática do exercício físico e de uma alimentação adequada. A SPH quer desconstruir mitos relacionados com o dia-a-dia de um doente hipertenso, incentivar a atividade física regular e uma alimentação saudável com baixo teor de sal. E relembrar a importância de cumprir a toma da medicação prescrita.

No contexto do COVID-19, a Sociedade Portuguesa de Hipertensão esclarece que os doentes hipertensos com o vírus devem ter as mesmas precauções que indivíduos da mesma faixa etária e com o mesmo perfil de co-morbilidades não hipertensos e à luz do conhecimento atual não devem suspender o tratamento com iECAs (inibidores da enzima de conversão de angiotensina) ou ARAs (antagonistas dos recetores de angiotensina).

 

Sobre a Hipertensão

A hipertensão, ou também conhecida como ‘tensão alta’, é uma doença crónica que não apresenta sintomas mas afeta e danifica artérias e vários órgãos vitais do corpo humano. Mundialmente esta patologia mata cerca 9,4 milhões de pessoas por ano, estimando-se que afete outros 1.5 biliões.

Em Portugal, a hipertensão atinge 42,2% da população adulta, mas cerca de ¼ dos hipertensos desconhece que tem a doença e só 74,9% dos hipertensos estão medicados. Atualmente 42,6% das pessoas com hipertensão têm a doença controlada. Um outro fator preocupante é que uma percentagem cada vez maior dos jovens e crianças sofre de hipertensão, o que se deve ao consumo excessivo de sal aliado à falta de exercício físico e à obesidade que se verifica.

 


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Hipertensão arterial e insuficiência cardíaca: relação próxima e perigosa

Existem uma relação muito próxima e perigosa entre a hipertensão arterial e a insuficiência cardíaca. Controlar uma significa prevenir a outra.

 

Artigo da responsabilidade da Dra. Paula Felgueiras, secretária adjunta Norte da Direção da Sociedade Portuguesa de Hipertensão (SPH)

 

A hipertensão arterial (HTA) é um dos problemas de saúde pública mais importantes a nível mundial, acarretando enorme impacto, quer a nível económico, quer na qualidade de vida das pessoas, pelas complicações a esta associadas (sejam as doenças cerebrovasculares, como o acidente vascular cerebral, e/ou as cardíacas, como o enfarte agudo do miocárdio e a insuficiência cardíaca).

A prevalência global de HTA em adultos é de aproximadamente 30 a 45%, aumentando tendencialmente com a idade. Estima-se que, em pessoas com idade superior a 60 anos de idade, a prevalência ultrapasse os 60%, isto é, mais de metade desta população será hipertensa.

O QUE É A HTA?

Define-se HTA como sendo uma pressão arterial sistólica no consultório maior a ou igual 140mmHg e/ou diastólica maior ou igual 90mmHg.

Na maioria das vezes, a HTA é silenciosa, representando por si só um fator de risco para muitas outras doenças, como sejam a doença arterial coronária, o acidente vascular cerebral ou a insuficiência cardíaca. Em muitos casos, a HTA está associada a outras patologias, como a diabetes e a dislipidemia, aumentando o risco de desenvolvimento de doença cardíaca, particularmente insuficiência cardíaca.

Sabemos que uma pessoa de 60 anos de idade com doença cardiovascular e diabetes tem, em média, menos 12 anos de esperança média de vida, relativamente a uma pessoa sem tais patologias.

CONTROLO DOS FATORES DE RISCO

Desde modo, torna-se fundamental o controlo dos fatores de risco cardiovasculares, de modo a evitar o aparecimento das lesões dos órgãos alvo (coração, vasos, rim e cérebro). Assim, o controlo da HTA, da diabetes, da dislipidemia, e a cessação tabágica, resulta num cenário em que a mesma esperança média de vida passa a ser equivalente à dos indivíduos sem fatores de risco.

Consequentemente, a visão do médico passou do controlo/tratamento de cada patologia de forma independente, para uma perspetiva global, para cada indivíduo (daí a designação de terapêutica individualizada), mediante a idade da pessoa, o sexo, os hábitos de vida (tabaco, consumo de álcool, sedentarismo), obesidade, dislipidemia, HTA e diabetes, entre outros.

As consultas de Risco Cardiovascular são de elevada importância, na medida em que, para cada paciente, é avaliado o risco específico, bem como traçados objetivos pessoais de controlo de tensão, dos lípidos, da diabetes, do peso e dos hábitos de vida. A terapêutica individualizada é fundamental para controlo dos fatores de risco, evitando assim o desenvolvimento da insuficiência cardíaca, que se torna a fase avançada do “continuum” cardiovascular.

E A INSUFICIÊNCIA CARDÍACA?

Quanto à insuficiência cardíaca, esta define-se como uma síndrome em que a pessoa desenvolve intolerância ao esforço na presença de disfunção cardíaca. As pessoas apresentam mais comummente sintomas como o cansaço/fadiga e a “falta de ar”, seja em esforços moderados e médios ou até mesmo em repouso (dependendo do grau de insuficiência cardíaca). Podem também apresentar edema, vulgarmente identificado como pernas “inchadas”, que se caracteriza pela acumulação de líquido e pelo urinar várias vezes durante o período noturno. Ainda que menos específicos, podem ainda surgir outros sintomas, como sejam a falta de energia crónica, a dificuldade em dormir, a confusão ou perda de memória, a tosse com expetoração espumosa, entre outros.

A insuficiência cardíaca é considerada o último estádio da doença cardíaca, surgindo devido a doenças específicas ou quando os fatores de risco, nos quais se inclui a HTA, não são devidamente controlados.

RELAÇÃO PERIGOSA

Uma hipertensão arterial não controlada conduz, ao longo do tempo, ao aumento do músculo cardíaco no ventrículo esquerdo (do coração), resultando num ventrículo com alterações do enchimento (diastólico) e, posteriormente, num ventrículo dilatado e cuja função cardíaca diminui, levando a que o sangue fique acumulado a montante, a nível pulmonar, e daí o aparecimento da “falta de ar”.

Por outro lado, a própria hipertensão arterial acelera a perda de “compliance”  arterial relacionada com o envelhecimento, aumentando a massa muscular do ventrículo esquerdo. Seguem-se alterações a nível das células do músculo cardíaco, com posterior dilatação das câmaras do coração e, consequentemente, surgem arritmias (fibrilhação auricular, entre outras).

Controlar a pressão arterial ajuda a prevenir a insuficiência cardíaca. Para prevenir o aparecimento da insuficiência cardíaca, os doentes hipertensos devem manter a pressão arterial dentro dos alvos, com recurso quer a terapêutica não farmacológica (através de mudanças de estilo de vida, como por exemplo a dieta hipossalina e a prática de exercício físico), quer a terapêutica farmacológica.

DIETA BAIXA EM SAL

É fulcral, a nível da terapêutica não farmacológica, a manutenção de uma dieta mediterrânica baixa em teor de sal. A população portuguesa consome em média, diariamente, mais do dobro do sal recomendado. A redução do consumo de sal é fundamental para o controlo da pressão arterial e da insuficiência cardíaca.

Quanto à terapêutica farmacológica, nos doentes com HTA e insuficiência cardíaca, e como primeira linha de terapêutica, surgem os antagonistas dos recetores de angiotensina (ARAS) e os inibidores de enzima conversora de angiotensina (IECAS), tendo vários estudos provado a redução da mortalidade com a sua utilização. Estão igualmente provados os benefícios do uso de beta-bloqueantes e de antagonistas dos recetores dos mineralocorticoides.

EM RELAÇÃO À COVID-19

Um apontamento relativamente à pandemia COVID-19: os doentes com doença cardiovascular parecem ter um aumentado o risco de efeitos adversos quando infetados pelo coronavírus, isto porque, apesar das manifestações clínicas mais frequentes serem os sintomas respiratórios, o vírus pode causar lesões cardiovasculares.

Segundo a posição das Sociedades Internacionais de Cardiologia, não existe evidência clínica ou experimental que mostre outcomes adversos na terapêutica com os ARAS ou os IECAS. Aliás, as várias sociedades científicas emitiram, em 17 de Março de 2020, uma declaração conjunta na qual recomendam a manutenção da terapêutica em curso para a HTA e para a insuficiência cardíaca.

 

 


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terça-feira, 5 de maio de 2020

Doenças cardiovasculares e a COVID-19

Os doentes com doenças cardiovasculares constituem um grupo com maior risco de contrair infeção e têm também um acréscimo significativo de complicações. Daí a importância da adoção de medidas preventivas adicionais, que devem ser seguidas com especial atenção e rigor.

 

Artigo da responsabilidade da Profª. Ana Teresa Timóteo, secretária-geral da Sociedade Portuguesa Cardiologia; cardiologista, Hospital Santa Marta, Centro Hospitalar Lisboa Central; professora auxiliar, Faculdade Ciências Médicas de Lisboa

 

Nos últimos 100 anos, temos assistido a episódios repetidos de pandemias, algumas com elevadíssima mortalidade. Durante a 1ª Guerra Mundial, a Gripe Espanhola dizimou milhões de pessoas em todo o mundo e, mais recentemente, tivemos em 2002 uma pandemia pelo coronavírus SARS-CoV1 (Severe Acute Respiratory Syndrome Coronavirus), em 2009 a Gripe A, causada pelo vírus Influenza H1N1 e, em 2012, outro coronarivus, chamado MERS – CoV (Middle East Respiratory Syndrome Coronavirus). Em finais de 2019, apareceram os primeiros casos de uma nova doença por coronavírus ou Coronavirus Disease 2019 (COVID-19), causada pelo SARS-CoV2. Os primeiros casos foram descritos em Wuhan, na província de Huban, na China, mas rapidamente de propagou a toda a China e Ásia. A fácil circulação das pessoas facilitou a sua disseminação a outros países mais distantes, incluindo a Europa, que a partir de finais de janeiro começou a reportar os primeiros casos. Este rápido alastramento internacional levou à declaração de pandemia pela Organização Mundial de Saúde, em 11 de março de 2020.

GRUPOS COM MAIOR RISCO

O vírus transmite-se de pessoa a pessoa por contacto próximo, sobretudo através de gotículas respiratórias, com um período de incubação de cerca de 14 dias e tem maior contagiosidade que com os vírus anteriores. Diversas publicações científicas têm surgido sobre esta infeção, a maioria com origem na China, onde referem que 81% dos casos têm forma de apresentação ligeira, 14% grave e 5% critica ou muito grave.

Podem ser atingidas pela infeção pessoas de todas as idades e o risco de desenvolverem doença grave aumenta a partir dos 60 anos. A presença de comorbilidades ou doenças crónicas nos doentes infetados é frequente (cerca de 24% dos doentes), sobretudo a hipertensão arterial em 17%, a diabetes em 8% e as doenças cardiovasculares em 5%, bem como doenças respiratórias e cancro, com valores ainda mais elevados nos doentes que são internados (50% dos doentes, com 40% por doença cardio ou cerebrovascular) e, em particular, nos cuidados intensivos, mostrando assim que estas comorbilidades os tornam particularmente mais vulneráveis.

A taxa de mortalidade global pela infeção com COVID-19 situa-se nos 2,3%. Nos indivíduos sem outras doenças, é bastante baixa, de 0,9%, aumentando para 8% no grupo etário entre os 70 e 79 anos e 14,8% acima dos 80 anos.

A presença de outras doenças crónicas, confere também um risco aumentado de morte. Salientam-se as doenças cardiovasculares com uma mortalidade de 10,5%, seguida pela diabetes com 7,3%, doença respiratória crónica com 6,3%, HTA com 6% e cancro com 5,6%. Assim, os doentes com doenças cardiovasculares constituem, tal como os idosos (eles próprios portadores dessas doenças), um grupo com maior risco de contrair infeção e têm também um acréscimo significativo de complicações e de mortalidade.

COMPLICAÇÕES CARDÍACAS

As complicações cardíacas associadas à infeção por COVID-19 são semelhantes às produzidas pelos outros vírus referidos, podendo afetar o sistema cardiovascular, quer pelo desenvolvimento de nova doença ou por descompensação de situações previamente existentes.

Uma das formas mais frequentes de apresentação cardiovascular é a lesão do miocárdio, o músculo do coração, sendo também marcador de evolução clínica desfavorável. Pode ser resultado de agressão direta do vírus sobre o músculo do coração, por inflamação, por causar enfarte do miocárdio ao atingir as artérias coronárias que irrigam o coração ou pelos baixos níveis de oxigénio no sangue nas formas graves de pneumonia.

Os doentes que apresentam maior risco de lesão do miocárdio são os idosos e doentes com doenças cardiovasculares de base e diabetes, e este envolvimento associa-se a uma mortalidade substancialmente superior, em particular com doença cardiovascular de base.

Outras formas de manifestação cardiovascular, em particular nos doentes que necessitam de internamento em cuidados intensivos, são o choque, as arritmias e as alterações de coagulação, esta última com formação de coágulos em várias localizações, como o pulmão e as veias das pernas e resultante de um processo intenso de inflamação generalizada, que conduz também a perturbações da coagulação.

ORIENTAÇÕES SOBRE A MEDICAÇÃO

Os doentes com doenças cardiovasculares devem manter a medicação em curso e seguir os conselhos do seu médico assistente, garantindo que têm medicação em quantidade suficiente.

A segurança de alguns medicamentos para o tratamento da hipertensão arterial e insuficiência cardíaca, nomeadamente os IECA e ARA II, foi questionada em alguns artigos científicos, tendo sido sugerido que os doentes sob tratamento com estes medicamentos poderiam ter uma evolução mais grave da doença a coronavírus. No entanto, estudos com resultados opostos estão também publicados, pelo que, segundo as recomendações atuais, o tratamento com estes medicamentos não deverá ser interrompido.

Outra nota importante sobre medicação diz respeito aos diversos medicamentos que têm sido testados e utilizados para o tratamento desta infeção, alguns com efeitos deletérios diretos sobre o coração e outros que causam interferência com muitos dos medicamentos utilizados no tratamento das doenças do coração, podendo reduzir o seu efeito e colocar o doente em risco. Nestas circunstâncias, o médico que assiste o doente quando diagnosticada a infeção deverá analisar casos a caso a medicação a utilizar.

RECOMENDAÇÕES

É fundamental a sensibilização dos profissionais de saúde e dos doentes com doença cardiovascular crónica, seus familiares e cuidadores, para o potencial de risco acrescido de contrair infeção por COVID-19 e de complicações, para a adoção de medidas preventivas adicionais às estabelecidas pela Direção Geral de Saúde para a população em geral, devendo ser seguidas com especial atenção e rigor. Assim:

  • Evitar deslocar-se ao hospital ou centro de saúde, a menos que estritamente necessário, procurando contactar por via telefónica ou informática o seu médico assistente ou outros profissionais de saúde;
  • Permaneer no domicílio, deslocando-se ao exterior apenas se estritamente necessário;
  • Lavar as mãos com frequência, mesmo que esteja no domicílio, desinfetar regularmente os materiais tocados por outros (maçanetas de portas, corrimão, teclados de computador) e evitar contactos com outras pessoas;
  • Verificar a temperatura corporal do próprio e com quem contacte diariamente, ainda que no mesmo domicílio, se houver alguma suspeita de contágio;
  • Promover medidas genéricas de estimulação imunológica, nomeadamente alimentar-se bem, dormir adequadamente e reduzir os níveis de stress.

Não esquecer também que, em caso de sintomas sugestivos de enfarte ou AVC, deve contactar imediatamente o 112 que, em caso de confirmação destas situações, irá assegurar o transporte seguro e direto para um serviço de especializado para um rápido tratamento. Existem vias seguras de orientação destes doentes, pelo que o receio de contrair infeção no hospital não deve condicionar o doente no acesso aos cuidados de saúde.

Leia o artigo completo na edição de maio 2020 (nº 305)


Doenças cardiovasculares e a COVID-19 publicado primeiro em https://saudebemestar.com.pt/